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sexta-feira, 29 de março de 2024

Guardador de carros escondia da polícia bebê agredido

09/10/2013 15h30 – Atualizado em 09/10/2013 15h30

O guardador de carros responderá por homicídio triplamente qualificado e tortura

Da Redação

O guardador de carros, preso pela Polícia Civil de Dourados depois de agredir um bebê de cinco meses até a morte, escondia a criança ferida das autoridades, relatou o delegado do Serviço de Investigações Gerais (SIG), Adilson Sitiguivitis.

O delegado relatou que J.F., de 36 anos, conseguia se livrar das acusações de agressão, apresentando um dos filhos que tinha a mesma idade da vítima e sempre estava ileso.

“Vizinhos ouviam o choro da criança, o som das agressões e acionavam o Conselho Tutelar, porém, durante as visitas, ele [o flanelinha] dava um jeito de esconder o bebê machucado e mostrava um filho da mesma idade, saudável, ludibriando as autoridades e dificultando o trabalho da polícia”, destacou Stiguivitis.

O inquérito sobre o crime foi concluído e o guardador de carros, que trabalhava em frente ao shopping de Dourados e está na Penitenciária Harry Amorim Costa (Phac), foi denunciado junto ao Ministério Público por homicídio triplamente qualificado e tortura. A mãe da criança que sabia das agressões, mas acobertava o caso, responderá em liberdade por omissão de tortura.

“O crime foi qualificado por: motivo fútil, pois segundo as testemunhas ele disse que batia na criança só porque ela chorava; meio cruel, pois o guardador dava socos, mordia e jogava a criança no chão, causando sofrimentos; e tortura, já que as agressões aconteciam com frequência. A mãe sempre soube de tudo que acontecia, mas preferia não denunciar o autor, por isso também foi responsabilizada”, explicou.

O CASO

Em troca de abrigo, a mãe do bebê, ex-moradora de rua, ajudava o agressor a ‘guardar’ os carros na região do shopping, no centro da cidade. Ela ficava na casa onde o homem vive com a esposa e filhos, e contribuía com uma parcela do dinheiro que arrecadava no trabalho. Sem ter para onde ir, aceitava as agressões que sofria. Em seguida, seu neném, suposto filho de um presidiário que está na Phac, também passou a ser alvo.

Na noite do último dia 29, o homem bateu na criança até que ela precisasse ser internada em estado grave. Funcionários do hospital onde ela foi socorrida acionaram as autoridades. No dia seguinte, o homem foi detido e enquanto era interrogado, recebeu a informação da morte da menina.

MAIS ACUSAÇÕES

A sogra do guardador procurou a Delegacia da Mulher no últimos dias para denunciá-lo por estupro. Nos relatos, a mulher conta que ele abusava sexualmente de pelo menos três vítimas, sendo uma criança de seis anos e duas adolescentes, de 11 e 13 anos, todas cunhadas dele. Também há suspeita de que ele seja o pai do bebê que matou.

A delegada Rozeli Dolor Galego ouviu uma das adolescentes. Ela confirmou que era molestada pelo cunhado. Segundo a menor, de 13 anos, o homem teria praticando atos libidinosos sempre que elas ficavam sozinhas com ele em casa, enquanto a mulher, a sogra e a mãe do bebê que morreu guardavam carros ao redor do shopping. O caso está sendo investigado.

(*)Com informações de Correio do Estado

O acusado conseguia se livrar das acusações de agressão, apresentando um dos filhos que tinha a mesma idade da vítima e sempre estava ileso (Foto: Correio do Estado)

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