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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Homem libera reféns e mantém ex-mulher presa em ônibus

10/11/2006 15h44 – Atualizado em 10/11/2006 15h44

G1

Treze reféns que estavam no ônibus seqüestrado por um homem armado na manhã desta sexta (10) na Via Dutra, na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foram libertados. A polícia conseguiu negociar a libertação dos reféns depois de quase oito horas de negociação com André Ribeiro. Eles saíram pela janela dianteira do ônibus, do motorista. Anteriomente, 19 pessoas haviam sido liberadas. A esposa do seqüestrador continua dentro do ônibus. O homem embarcou acompanhado da mulher a quem ameaça com um revólver calibre 38. Relatos de passageiros, liberados depois de negociações entre o motorista, o homem e a Polícia Militar, informam que mulher foi espancada por tê-lo “traído”. Ele teria dito que não faria mal aos outros passageiros, enquanto a ex-mulher nega ter traído o marido. De acordo com a cunhada do homem, Eloísa Ribeiro, casada com o irmão do seqüestrador, ele se chamaria André Luis Ribeiro da Silva, camelô de 35 anos, morador de Nova Iguaçu, no bairro de Santa Eugênia. A mulher ameaçada seria Cristina Ribeiro, e seria esposa dele. O casal teria três filhos. Cristina é do lar e estaria fazendo um curso de enfermagem. André Luis teria tentado o suicídio, sem sucesso e, depois de um mês fora do Rio, a pedido da família, André teria retornado ao estado disposto a reatar o casamento. Os familiares de André Luis dizem que ele tem um ciúme doentio pela mulher. A mãe de André, Nair, foi chamada para ajudar, mas, ao chegar no local, passou mal e não pôde colaborar. Ela tem mais 11 filhos. Nair foi para a ambulância em estado de choque, com pressão alta. Quem também está ajudando nas negociações é o ex-cantor Vaguinho, que agora é pastor de uma igreja. Ele relatou que André Ribeiro está transtornado e balançava a cabeça fazendo sinal positivo, denotando que ia se entregar. O motorista do ônibus, Flávio Teles de Menezes, explicou como começou o seqüestro. Segundo Menezes, ele vinha na linha normal, quando parou no ponto para o casal subir. “Ele (André) vinha agarrado com a mulher com a arma na cabeça dela. Ele mandou fechar a porta e seguir viagem, não parar mais para ninguém. Foi quando a patrulha veio atrás. Ele deu ordem para desembarcar uma senhora idosa que estava atrás de mim. Quando ele viu o bloqueio na Dutra ficou nervoso e me mandou passar pelo bloqueio. Ele falava da traição dos filhos, que ela acabou com a vida dele e a ameaçava de morte”, explica o motorista O comandante geral da Polícia Militar, coronel Hudson Aguiar, diz que as negociações continuam. “Estamos esperando uma solução na parte elétrica do ônibus para que o pastor e a irmã dele possam entrar no ônibus. Ampliamos o raio de isolamento pq precisamos ter espaço em caso da necessidade de uma intervenção. A situação dentro do ônibus é de tranqüilidade aparentemente. Ele diz que o problema é dele com a ex-mulher”, conta o coronel. O coronel Hudson Aguiar disse ainda que André Luis teria entre 35 e 40 anos. “Pedi a ele que daríamos uma garantia de q tudo ia ocorrer dentro das normas. Ele não diz coisa com coisa, não aparenta estar em seu juízo. Só fica junto ao corpo dela, com a arma apontada. Os outros passageiros também correm riscos porque não sabemos que atitude ele pode tomar num momento de tensão. Nós não temos a visão detalhada do interior do ônibus porque as cortinas. Seriam cerca de 20 mais a mulher e o André”, detalhou o coronel. Segundo a polícia, os reféns estavam concentrados na parte traseira do ônibus. O seqüestro, que dura mais de sete horas, já é mais longo que o caso do ônibus 174, que durou quatro horas e meia. Uma dificuldade é o fato de o homem não apresentar uma lista de exigência, por não se tratar de um roubo. A governadora Rosinha Matheus designou o comandante do Bope – o Batalhão de Operações Especiais – para chefiar as negociações. O Batalhão esteve envolvido no polêmico caso do ônibus 174, no Jardim Botânico, na Zona Sul, no ano de 2000, em que uma refém e o assaltante Sandro do Nascimento morreram. Dezenove pessoas que estavam no coletivo, liberados na primeira leva, mais dois PMs que escoltaram o ônibus até ele parar, foram levadas para 52ª DP (Mesquita) para prestar depoimento. Segundo o delegado Paulo Roberto da Silva, André Luis será indiciado, por enquanto, por seqüestro e cárcere privado – que são crimes hediondos. Segundo a rádio CBN, os primeiros reféns liberados foram trocados por um litro de água. O coletivo está sem ar-condicionado e com um pneu dianteiro esvaziado. A Rodovia Presidente Dutra está com trânsito liberado, mas apresenta engarrafamento de três quilômetros sentido Rio e seis quilômetros no sentido São Paulo, na altura de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Como foi Por volta das 8h desta sexta-feira (10), um homem armado invadiu um ônibus na Via Dutra, na altura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que ia para o Rio de Janeiro, com dezenas de passageiros a bordo. Ele apontava uma arma para a cabeça da ex-mulher a quem ele acusa de traição. Policiais do 20º BPM estão na Rodovia Presidente Dutra, altura do bairro da Prata em Nova Iguaçu, Baixada Fluminense, no Rio, e negociavam a libertação de passageiros feitos reféns por um homem, segundo informações da Polícia Rodoviária Federal. Inicialmente os policiais teriam recebido a informação de que ele havia assaltado um posto de gasolina na Dutra e depois teria fugido num ônibus da Viação Tinguá, que foi interceptado por policiais militares na altura de Nova Iguaçu, em frente à fábrica da Granfino. A PM começou a agir porque o passageiro Paulo Roberto Melo André ligou de celular para a esposa contando que um homem armado entrara no ônibus na altura do Bairro Palhada, em Nova Iguaçu, e pediu que ela acionasse a polícia. O motorista do ônibus 499 (Cabuçu-Central do Brasil), Flávio Teles de Menezes, 45 anos, e que foi libertado com um grupo de passageiros, disse que o homem entrou muito nervoso, já acompanhado da ex-mulher a quem ele mantinha refém com uma arma apontada para a cabeça dela. Os dois pararam em frente ao ônibus, obrigando o motorista a parar. Aos passageiros, o homem contou quer não queria machucar ninguém e que era trabalhador, tinha construído uma casa com dificuldades para a mulher e os três filhos e que ela o traiu. O motorista e o cobrador participam da negociação para a rendição do seqüestrador junto com policiais. Passageiros libertados dizem que o homem estava muito descontrolado e que ele bateu na ex-mulher na frente de todos. O ônibus, dirigido por um dos passageiros, foi deslocado para o acostamento. Um helicóptero da PM sobrevoa a Dutra. Homens do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) da PM também estão no local para acompanhar as negociações. A Polícia Rodoviária Federal orienta o trânsito na rodovia, que está com cerca de 2 quilômetros de engarrafamento nos dois sentidos. O Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Nova Iguaçu atendeu três passageiros do ônibus esta manhã. São eles: Rosa Pereira Lima, de 75 anos; Ana Cristina Campos, de 38 e Francisco Alves, de 40. Todos tiveram crise hipertensiva e foram medicados no local

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