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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Homossexuais proclamam que a Cidade Sagrada é para todos

10/11/2006 16h25 – Atualizado em 10/11/2006 16h25

AFP

Vários ativistas gays fizeram uma manifestação colorida a favor da tolerância num estádio de Jerusalém nesta sexta-feira, mas o número de participantes – 4 mil – foi menor do que o esperado pelos organizadores. Cinco pessoas foram presas por causa de pequenos conflitos com fanáticos religiosos, que foram retirados do estádio esportivo da Universidade Hebraica por questões de segurança. “A Cidade Sagrada pertence a todos”, gritou a ativista dos direitos dos gays Elena Canetti. “Por que em Jerusalém? Porque esta é minha cidade, a capital de Israel e porque os direitos de todos, sejam eles sexuais, religiosos ou nacionais, devem ser respeitados”, disse Elena. Organizadores estimaram que a manifestação no Estádio Givat Ram tinha 4.000 pessoas, bem menos do que os vários milhares que participaram dos eventos da parada gay em Tel Aviv. Uma faixa com a inscrição “amor sem fronteiras” e uma bandeira com um arco-íris decorava o palco central. “Jerusalém – livre e orgulhosa!”, diziam os cartazes. Inicialmente, os organizadores planejavam uma marcha pelas ruas de Jerusalém, mas ela foi cancelada duas vezes devido à retirada de Israel de Gaza em 2005 e à guerra contra o Líbano em julho e agosto. Os planos também foram frustrados pelas críticas do Vaticano, que advertiram que a manifestação na Cidade Sagrada poderia ofender cristãos, judeus e muçulmanos. Por fim, os militantes entraram num acordo com a polícia para realizar a manifestação no estádio esportivo, já que a polícia não poderia mobilizar muitos homens para vigiar o protesto gay num momento em que grupos de militantes palestinos ameaçam retomar as operações suicidas em Israel. Ativistas judeus ultra-ortodoxos, que lideraram a campanha contra a marcha com protestos em bairros religiosos quase todas as noites, proclamaram sua vitória. “Foi uma semana difícil, lutamos todas as noites”, disse Yaron Pollack, 29 anos, um vendedor de livros do bairro ultra-ortodoxo de Mea Shearim. “Mas valeu a pena porque conseguimos mantê-los fora das ruas. Isto é Jerusalém. A Cidade Sagrada”. Um grupo de colonos judeus da cidade de Hebron estava preparado para impedir qualquer tentativa dos gays de marchar pela cidade, apesar de estes terem entrado num acordo com a polícia para limitar a manifestação ao estádio esportivo. “Ouvimos o que eles planejaram e esperaremos por eles, e, quando eles chegarem, nós os empurraremos e nos livraremos deles”, disse Noam Federman, de 37 anos. O colono Michael Pollack, de 26 anos, também desprezava os militantes dos direitos dos gays. “Eles têm problemas. São pessoas doentes e não deveriam mostrar sua doença publicamente”, sentenciou ele. “De acordo com nossa Bíblia, essas pessoas merecem a pena de morte e não deixaremos que elas conspurquem o caráter sagrado da terra de Israel.”

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