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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Hospitais agonizam por falta de verbas; oito podem fechar as portas

10/04/2015 17h48 – Atualizado em 10/04/2015 17h48

Hospitais agonizam por falta de verbas; oito podem fechar as portas em MS

Até Três Lagoas está na lista. A falta de verba é um dos principais motivos, segundo revelou o secretário Nelson Tavares, da Saúde de MS, na manhã desta sexta-feira

Léo Lima com CG News

O secretário Nelson Tavares, da Saúde Estadual, foi taxativo na afirmação de que os hospitais da Capital e do interior, incluindo Três Lagoas, Bataguassu e Paranaíba, estão com problemas financeiros para continuarem em atividade. Os administradores reclamam a falta de verbas para seguir o atendimento.

A revelação aconteceu na manhã desta sexta-feira (10), na Capital, durante reunião onde a pauta maior foi a crise na saúde campo-grandense. Segundo Tavares, o déficit nas contas não é um problema restrito a Campo Grande. Além da Santa Casa, mas sete hospitais no interior do Estado podem fechar as portas por falta de recursos.

Em Campo Grande, o maior estabelecimento hospitalar estadual condiciona a permanência do atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde) ao repasse de R$ 3 milhões por mês. O prefeito Gilmar Olarte sinalizou que mantém a verba, mas quer rachar a ajuda com o Estado, que ficaria com 50%.

SOCORRO

No entanto, segundo o secretário estadual de Saúde, a situação é complicada. Ele destacou que existem oito pedidos de socorro dos hospitais.

A Santa Casa de Corumbá e os hospitais regionais de Aquidauana e Paranaíba estão fechando as portas. A situação se repete nas cidades de Três Lagoas, Bataguassu, Naviraí e Bela Vista. Ele destacou que a saúde movimenta em torno de R$ 2 bilhões no Estado, mas não há recurso para organizar a crise financeira.

A Santa Casa de Bataguassu pediu ajuda de R$ 70 mil por mês. O Hospital de Naviraí quer mais R$ 700 mil, mas já suspendeu o atendimento aos pacientes dos municípios vizinhos.

No entanto, o caos também compromete a rede privada. De acordo com Tavares, pacientes particulares também estão sofrendo com a falta de leitos. Neste caso, os pacientes são encaminhados e atendidos na rede pública.

A crise econômica complica ainda mais a situação, na avaliação do secretário. Outro problema é a municipalização da saúde, porque as prefeituras possuem autonomia na gestão dos recursos. “Cada um trabalhando por si, que é a mãe dessa desorganização que a gente vê hoje. O Estado volta a desempenhar o papel de coordenador”, destacou.

Uma das saídas para a crise é a reestruturação da rede hospitalar estadual. Alguns estados conseguiram reestruturar e avançar mais que Mato Grosso do Sul, de acordo com Nelson Tavares. “Nós não podemos fazer mais do mesmo”, destacou.

Na sua avaliação, o novo modelo, proposto pelo Governo estadual, dará certo e deverá melhorar o sistema. “A saída é exatamente essa na área de saúde, trabalhar para reestruturar a lógica”, destacou. E reconheceu o setor é apontado como ruim e considerado prioridade por 80% da população sul-mato-grossense.

Durante coletiva na Santa Casa, secretário Nelson Tavares diz que problema é maior (Foto: CG News)

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