04/10/2002 17h05 – Atualizado em 04/10/2002 17h05
O jornalista e radialista Antônio Felipe Santolia Rodrigues, 30 anos, que foi encontrado baleado e amarrado a uma árvore, na manhã de hoje, na zona rural do Norte do Piauí, seria queimado vivo, caso não tivesse sido encontrado antes que seus algozes retornassem com o combustível.
Segundo a própria vítima, que ainda corre risco de morte, os crimes ocorreram porque ele vinha denunciando esquemas de compra de votos e corrupção na região Norte do Estado. Felipe Santolia, como é mais conhecido, foi encontrado na localidade Barro, a dez quilômetros da zona urbana do município de Joaquim Pires.
Além de baleado na perna e ombro esquerdos, ele estava também amarrado com arame ao tronco da árvore. O jornalista foi levado às pressas para Teresina onde está internado no Hospital Getúlio Vargas.
Santolia, que recobrou os sentidos após receber cuidados médicos, falou que havia se deslocado da cidade de Esperantina, onde atua e mantém uma ONG e uma rádio comunitária.
“Fui realizar uma reportagem na cidade (distante 50 quilômetros de Esperantina) onde iria ouvir um senhor, conhecido por Manoel Preto, que denunciaria um esquema de compra de votos”, disse o jornalista.
“Na verdade era uma emboscada. Quando cheguei, dois homens que estavam em uma moto me abordaram. Um deles, armado, me deteve e outro veio por trás, me deu uma ‘gravata’ (golpe no pescoço que imobiliza a vítima) e acabei desacordando”, complementa o jornalista.
“Eles iam me queimar, tinham saído para buscar gasolina. O que me salvou foram as pessoas que me socorreram”, enfatizou Santolia.
Até o momento, a polícia piauiense não tem pistas dos algozes do jornalista.
