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sábado, 20 de abril de 2024

Juro bancário de pessoa física sobe em setembro e bate recorde

27/10/2015 10h24 – Atualizado em 27/10/2015 10h24

No mês passado, taxa cobrada pelos bancos alcançou 62,3% ao ano. Inadimplência de pessoa física é a maior em dois anos, informa BC.

Da Redação

Os juros cobrados pelos bancos nos empréstimos para pessoas físicas, excluindo o crédito imobiliário e rural, subiram novamente em setembro deste ano e registraram o maior patamar da série histórica do Banco Central, iniciada em março de 2011, segundo números divulgados nesta terça-feira (27).

Em setembro, os juros bancários subiram 1,1 ponto percentual, para 62,3% ao ano, contra 61,2% ao ano em agosto. Foi o nono mês consecutivo de elevação na taxa de juros média das pessoas físicas. Em todo este ano, o aumento foi de 12,7 pontos percentuais, visto que a taxa estava em 49,6% ao ano no fim de 2014.

JURO BANCÁRIO SUBIU MAIS QUE TAXA BÁSICA

O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia (Selic), fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter a alta da inflação. A taxa subiu entre outubro do ano passado e setembro deste ano – avançando de 11% para 14,25% ao ano, uma alta de 3,25 pontos percentuais.

Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa. Em setembro do ano passado, antes que o BC voltasse a elevar a Selic, os juros bancários para pessoas físicas estavam em 49,2% ao ano, avançando para 62,3% ao ano em junho – um aumento de 13,1 pontos percentuais, ou seja, mais do que quatro vezes a alta da taxa Selic.

Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).

TAXA DE TODAS OPERAÇÕES E DE EMPRESAS

Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas), ainda somente com recursos livres, ou seja, sem contar crédito habitacional, rural e do BNDES, subiu de 45,4% ao ano em agosto para 46,2% ao ano em setembro deste ano – também o maior patamar da série histórica, que tem início em março de 2011.

A taxa das operações de pessoas jurídicas, com recursos livres, avançou 0,8 ponto percentual em setembro, para 29,3% ao ano. Com isso, também atingiu o patamar mais elevado da série histórica, que começa em março de 2011.

INADIMPLÊNCIA

Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, subiu de 5,6% em agosto para 5,7% em setembro deste ano, o maior patamar desde setembro de 2013 (6,1% ao ano).

Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, caiu de 4,2% em agosto para 4,1% em setembro deste ano.
Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, a taxa ficou estável em 4,9% em setembro – o maior patamar desde maio de 2013 (5,1% ao ano).

“SPREAD” BANCÁRIO

Mesmo com o aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em setembro, houve pequena queda do chamado “spread bancário” – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes – no mês passado.

Em agosto, “spread” nas operações com pessoas físicas somava 47,4 pontos percentuais, recuando para 47,2 pontos em setembro. Mesmo com o recuo, o spread continua em um patamar historicamente elevado. Na parcial deste ano, houve um forte aumento de 9,9 pontos percentuais.

O “spread” é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros.

(*) G1

Juros bancário sobe em setembro pelo nono mês seguido (Foto:Reprodução)

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