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sábado, 20 de abril de 2024

Mestrado é a melhor pós-graduação para seu bolso, diz estudo

07/11/2015 11h21 – Atualizado em 07/11/2015 11h21

Profissionais que pararam na graduação tiveram um tímido aumento na remuneração entre 2014 e 2015.

Redação

Numa crise econômica, não há garantias. Mas certos fatores podem contribuir para preservar o seu emprego, e até render um salário melhor.

A pós-graduação é uma dessas apostas. De acordo com a nova edição de uma pesquisa anual da consultoria Produtive, profissionais que pararam na graduação tiveram um tímido aumento na remuneração entre 2014 e 2015.

Em um ano, a média salarial desse grupo cresceu apenas 4,6%. Enquanto isso, profissionais com uma pós-graduação lato sensu tiveram um reajuste 12,4%. Já quem fez mais de uma especialização viu sua contrapartida financeira aumentar em 14,6%.

O contraste é ainda maior quando aparece mestrado ou doutorado no currículo: entre 2014 e 2015, a remuneração média desse grupo saltou 21,4%.

Na visão de Rafael Souto, presidente da Produtive, os números confirmam uma realidade já atestada pelo estudo feito no ano passado pela consultoria: a pós-graduação stricto sensu é a bola da vez entre os empregadores brasileiros.

Por quê?

Souto explica que, nos anos 1980, profissionais com especialização ainda eram relativamente escassos, o que lhes valia a preferência do mercado. Na década de 1990, o MBA ocupou essa função de destaque. Com a popularização da oferta de cursos lato sensu nos anos 2000, esses títulos acabaram se tornando comuns no mundo executivo.

“Hoje, as empresas têm se voltado para profissionais com mestrado e doutorado, porque são mais exigentes, densos e profundos do ponto de vista teórico”, diz Souto. “Está ganhando força a ideia de que esses programas mais robustos dão mais ‘musculatura’ para a tomada de decisões nas empresas”.

Profissionais com pós-graduação stricto sensu ainda são relativamente escassos no mundo corporativo: eles representam apenas 6,5% do total de entrevistados na pesquisa. Já aqueles que têm uma ou mais especializações são 69%, enquanto os que só têm graduação compõem 25% da amostra.

Dito isso, valem três ponderações. A primeira é que uma pós-graduação stricto sensu voltada a temas excessivamente teóricos e distantes do mercado não costuma ser tão valorizada no mundo corporativo. Segundo Souto, os mestrados profissionais, por exemplo, costumam ser preferidos pelos empregadores.

Outra consideração diz respeito ao momento em que o incremento salarial pode acontecer. “Geralmente, as empresas não dão um aumento imediato ao funcionário com mestrado ou doutorado”, diz ele. “Existe um tempo de observação, em que você precisará mostrar na prática o impacto da qualificação no seu trabalho”.

Souto também lembra que títulos acadêmicos – por melhores que sejam – não dispensam a necessidade de experiência profissional.

Investimento

Além de fazer bem para o bolso, apostar em uma pós-graduação aumenta a sua própria capacidade de se manter ativo em tempos difíceis para a economia.

Para Souto, também sob esse ângulo a modalidade stricto sensu é a mais indicada. “São diplomas que abrem uma segunda possibilidade de carreira, como professor universitário”, explica. “Além disso, o mercado de consultoria também costuma abrir mais portas para mestres e doutores”.

É claro que nada disso é simples: conciliar trabalho, família e um mestrado, por exemplo, exige muito esforço – e o resultado está longe de oferecer “imunidade” à crise. Ainda assim, garante Souto, investir em um diploma robusto após a faculdade vale a pena. “É um investimento que será recompensado mais cedo ou mais tarde”, conclui.

(*) Exame

Qualificação e salário: no último ano, a remuneração média de quem tem mestrado ou doutorado saltou 21,4%

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