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quinta-feira, 28 de março de 2024

Metade das empresas está inadimplente, revela estudo do Serasa

20/05/2015 17h06 – Atualizado em 20/05/2015 17h06

Do total das 7 milhões de companhias que estão em operação no cenário nacional, 3,8 milhões de empresas estão negativadas. O setor mais endividado é o comércio, com 46,3% do total, seguido por serviços, com 43,7%

Da redação

O número de empresas inadimplentes bateu novo recorde em março deste ano, revela estudo inédito da Serasa Experian. Levantamento realizado em março de 2015 apontou que 3,8 milhões de empresas estão com dívidas em atraso do total de 7 milhões de companhias do cenário nacional que estão em operação. O número é superior ao verificado em setembro de 2014, quando foram registradas 3,6 milhões de empresas em situação de inadimplência. O valor total da dívida é de mais de R$ 86,4 bilhões, uma média de R$ 22,8 mil por CNPJ negativado.

O estudo revelou ainda que entre as empresas inadimplentes, o setor mais atingido é o comércio (comércio de bebidas, vestuário, veículos e peças, eletrônicos, entre outros), com 46,3% do total. Em seguida estão as companhias de serviços (bar, restaurante, salões de beleza, turismo, entre outros), com 43,7% e indústria, com 9%.

O Sudeste é a região que concentra a maioria das empresas inadimplentes do país: 51,4%. Em segundo lugar aparece o Nordeste, com 17,5%, seguido do Sul (17,1%), Centro-oeste (8,4%) e Norte (5,7%).

Quase metade das empresas inadimplentes possuem quatro dívidas ou mais (49,4%). Em seguida, vem as empresas com apenas uma dívida (29,1%) e as empresas com duas dívidas (13,0%). As companhias com três dívidas são a minoria (8,3%).

A maioria das empresas está devendo para apenas um credor (59,0%). Do total, 20,6% deve para mais de três credores e 20,3% estão com pagamentos pendentes para dois credores. O estudo também mostrou que as empresas com faixa etária entre 2 e 5 anos são responsáveis pelo maior percentual entre as inadimplentes (36,7% do total). Em seguida, vem as empresas com idade entre 6 e 10 anos (21,8%). Veja, abaixo, a tabela completa:

O tempo de atraso das dívidas também foi apurado pelo estudo. O resultado mostra que a maioria das dívidas tem entre 1 a 2 anos (20%) e 19% tem de 2 a 3 anos de existência. Apenas a minoria (2,4%) tem até 30 dias de atraso. O gráfico abaixo mostra o levantamento completo:

Segundo os economistas da Serasa Experian, o quadro recessivo que se instalou na economia brasileira desde o ano passado afeta diretamente o ritmo dos negócios e, por consequência, a geração de caixa por parte das empresas. Além disto, a crescente elevação dos custos financeiros (taxas de juros mais altas) e de mão-de-obra (salários crescendo acima da produtividade) impõe maiores dificuldades financeiras, para os negócios.

A grande maioria das empresas negativadas são pequenas e médias e elas concentram a maior parcela da geração de empregos no Brasil.A falta de caixa para honrar as dívidas também impacta o pagamento de salários, o que ajuda a engrossar as taxas de desemprego.
Para orientar os empresários que estão em situação de inadimplência, os especialistas da Serasa Experian apresentam um passo a passo para quem terminou 2014 no vermelho, mas quer colocar a casa em ordem:

Reconheça as dívidas

Anote quanto você deve a cada fornecedor, instituição financeira e ao Governo (taxas e impostos).

Liste as prioridades

Coloque em ordem de prioridade a dívida atrasada que deve ser sanada em primeiro lugar. Os critérios para estabelecer essas prioridades são objetivos: o custo da dívida, a interrupção do serviço por parte de fornecedores estratégicos, as penalidades associadas às dívidas em atraso – como execução de garantias, risco de execução judicial ou extrajudicial –, a perda de crédito junto aos bancos e/ou agentes financeiros não bancários, como as factorings, etc.

Prepare-se para negociar

O responsável pela empresa deve se preparar antes de negociar para saber o valor disponível para pagar a nova dívida que será negociada, escolhendo as condições e formas de pagamento que melhor se encaixam no orçamento da companhia. Coloque na ponta do lápis todas as despesas fixas e as previstas para saber quanto há disponível para a etapa de negociação.

Utilize o Limpa Nome Online

Acesse o Limpa Nome Online Empresas (https://portal.serasaexperian.com.br/limpanome). Ao se cadastrar, o empresário tem acesso aos débitos do seu CNPJ e pode negociá-los diretamente com as empresas participantes. Para acessar basta preencher um cadastro, que deverá ser validado com um certificado digital ou com o código da carta-comunicado recebida pelo devedor. Em seguida, o empresário vai acessar a página onde estarão relacionadas as empresas participantes do Limpa Nome Online Empresas com as quais existem dívidas pendentes. As companhias dispostas a negociação no Feirão poderão ser consultadas no menu lateral na mesma página. Ao escolher e clicar no nome da empresa serão apresentadas as pendências e os canais de atendimento disponíveis (telefones, e-mail, chat) para renegociar, e ainda o boleto para pagamento.

Conquiste descontos

O contato com o credor via Limpa Nome Online facilita a obtenção de possíveis descontos nas dívidas atrasadas, com condições de pagamento diferenciadas. Em alguns casos é possível até mesmo que o boleto já esteja disponível, a partir de uma proposta inicial feita pelo próprio credor.

Estabeleça condições reais de pagamento

Ao renegociar, saiba qual sua verdadeira capacidade de pagamento, tendo em vista a crise que a empresa atravessa. Renegociar apenas para postergar o problema só piora a situação e deixa a empresa sem credibilidade frente aos credores.

Honre os compromissos assumidos na negociação

Cumpra os compromissos assumidos. Caso tenha algum problema e não consiga fazer um pagamento no prazo estabelecido, entre em contato com o credor antes da data de vencimento e explique a situação.

Identifique os erros

Procure entender os fatores/situações que levaram sua empresa a estar no vermelho. Falhas na gestão? Compras mal feitas? Custos elevados? Precificação incorreta de produtos e serviços oferecidos?

Não adie decisões drásticas

Caso a análise da situação aponte na direção de cortes mais radicais com pessoal e custos, não espere para agir. Ao adiar essas ações o empresário coloca em risco a própria existência da empresa.

Não repita erros do passado

Uma empresa em crise é a prova de que algo foi mal executado. Ao tentar sair do colapso financeiro o pré-requisito é evitar cometer os mesmos erros.

Peça ajuda

Quando o apoio técnico de uma consultoria especializada couber no orçamento, vale a pena buscar esta orientação.

Conheça seus clientes

Utilize ferramentas de análise de crédito eficazes, evitando fazer negócios com clientes maus pagadores, o que agravará a situação do caixa da empresa.

Faça planos

Estabeleça metas a serem alcançadas no curto, médio e longo prazo. À medida que conseguir atingir os objetivos, o empreendedor se sentirá mais forte para seguir adiante.

(*) Assessoria de Imprensa da Serasa Experian

Na pesquisa o setor mais afetado é o comércio. (Foto: Divulgação)

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