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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Moka é acusado de autopromoção ao doar livros com sua foto

22/03/2012 18h58 – Atualizado em 22/03/2012 18h58

Senador de MS fica no olho do furacão em doação de livros para faculdade paulista

Publicação paga pelo Senado traz mensagem e fotografia de Waldemir Moka, que já esteve envolvido em outra polêmica de autopromoção quando era deputado e concorria ao Senado

Da Redação*

Uma doação de 250 livros para o Centro Acadêmico da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) colocou o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) no centro de mais uma polêmica envolvendo dinheiro público e autopromoção.

Depois de ter usado dinheiro da Câmara dos Deputados em 2010 para produzir material para sua campanha ao Senado, Moka doou cem códigos penais e cem códigos civis para a faculdade de Campinas com seu nome e foto estampados na capa das publicações. Outras cinquenta constituições federais acompanham o material.

Os livros chegaram à faculdade em fevereiro. Depois de professores da instituição terem se manifestado contrariamente à distribuição dos exemplares entre alunos bolsistas do curso, integrantes do Centro Acadêmico da faculdade — que solicitaram os livros — não sabem o que fazer com as publicações. A intermediação da doação foi feita pelo deputado estadual Oswaldo Junior Mochi (PMDB). O parlamentar é pai de Lucas Mochi, aluno da faculdade e integrante do Centro Acadêmico da instituição.

Lucas conta que, quando ele e outros integrantes do grêmio da faculdade começaram a campanha pela doação de livros para bolsistas da universidade, não tinham conhecimento de que os exemplares viriam com propaganda oficial de Waldemir Moka. “Vamos entrar em contato com o gabinete do senador para saber se podemos alterar os locais nos livros onde o nome dele aparece. Caso não seja possível, vamos devolvê-los”, disse.

VIA ASSEMBLEIA

O aluno conta que os livros chegaram à faculdade por meio do gabinete de seu pai porque, como o centro acadêmico não tinha como custear as despesas de envio, a cota parlamentar de correio da Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul poderia ser usada com esta finalidade. A assessoria de imprensa do deputado informou que Mochi apenas procurou contribuir com a doação de livros a alunos bolsistas da instituição.

O ato do presidente do Senado 10/2009, que trata da utilização da gráfica da Casa, determina que “ficam proibidas a impressão, editoração e publicação de qualquer material que não seja inerente às atividades parlamentares, ao Conselho Editorial e à manutenção e renovação de material de expediente administrativo”.

“Uns imprimem seus discursos, outros optam por publicar resultados de audiências públicas, projetos aprovados; outros imprimem jornais com suas atividades parlamentares. O Moka prefere usar essa cota para imprimir documentos que possam ser mais úteis, como códigos, estatutos e Constituição, por exemplo, ao invés de jornalzinho para se promover no Estado”, afirmou o senador Moka, por meio de sua assessoria de imprensa.

OUTRA POLÊMICA

No início de 2010, uma reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo mostrou um panfleto no qual o então deputado sulmatogrossense Waldemir Moka aparecia sorrindo na foto que simulava a votação para o Senado na tela da urna eletrônica. As instruções para o voto foram reproduzidas em 40 mil exemplares do boletim Moka Senador, cujos exemplares foram distribuídos entre filiados do PMDB em Mato Grosso do Sul e pagos — tanto a impressão como a distribuição — com verba pública, apontou a reportagem.

A assessoria da PUC-Campinas informou que o material foi endereçado à Faculdade de Direito, tendo sido entregue aos responsáveis pelo Centro Acadêmico com a condição de entrega dos livros aos alunos sem nenhuma menção ao senador para não caracterizar propaganda eleitoral dentro da universidade.

(*) Informações do site www.paulinianews.com.br

Contracapa do Código Civil e a propaganda do senador. (Foto: Reprodução)

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