11/11/2006 15h32 – Atualizado em 11/11/2006 15h32
Estadão.com
A dona de casa Patrícia Gonçalves Pereira, de 21 anos, escapou da morte por pouco na tarde de sexta-feira. A jovem foi atingida por sete tiros, sendo seis só na cabeça. Poucas horas depois, ela recebeu alta e retornou para casa, no bairro Conjunto Joaquim Costa, na periferia da capital mineira. “Tenho certeza que foi milagre, senão não tinha sobrevivido dessa não”, disse a dona de casa.
As balas ficaram alojadas no couro cabeludo e não perfuraram o crânio. A equipe médica da Santa Casa de Misericórdia de Montes Claros, no norte de Minas Gerais, continuava intrigada com o caso.
De acordo com a Polícia Civil, o autor da tentativa de homicídio, o motorista José Ferreira Bastos, de 48 anos – ex-marido de Patrícia -, permanecia foragido.
A vítima contou que há cerca de um mês se separou de Bastos e voltou para a casa dos pais, pondo fim a uma relação de dois anos. Inconformado com a separação, Bastos invadiu a residência e implorou pela reconciliação. Diante da negativa de Patrícia, o motorista descarregou o revólver calibre 32 e ainda deu mais um tiro na ex-mulher.
Vizinhos ouviram os disparos e viram quando Patrícia pulou no muro, ferida e ensangüentada. Além dos seis tiros na cabeça, a jovem foi atingida também na mão esquerda. A polícia foi chamada e Patrícia levada para o Pronto-Socorro da Santa Casa. Ela chegou lúcida ao hospital. Bastos fugiu.
Os médicos ficaram impressionados. “Não houve penetração intracraniana, então não houve lesão cerebral”, afirmou o neurologista Adriano Teixeira ao analisar as radiografias que mostram os projéteis alojados na cabeça da vítima. “Não sei explicar como isso aconteceu”.
Três balas – duas alojadas na cabeça e a que atingiu a mão – foram retiradas. As outras deverão ser extraídas nos próximos dias. De acordo com o médico, Patrícia não deverá ter seqüelas. Neste sábado, a uma emissora de TV local, ela contou que passou uma noite tranqüila e afirmou que apenas um projétil alojado na nuca a incomodava. “Deixa a gente meio surda”. Apesar do susto, a mulher disse que não pretende mudar sua rotina.
O delegado regional de Montes Claros, Aluízio Mesquita, disse que apesar de o laudo pericial ainda não ter sido divulgado, tudo indica que havia algum problema com as balas utilizadas por Bastos. Ele acredita que os projéteis tenham sido mal conservados.