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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Mulheres já representam 25,5% do total de industriários do Estado

08/03/2012 09h16 – Atualizado em 08/03/2012 09h16

A maioria das 30,5 mil mulheres que atuam nas indústrias estaduais está empregada no segmento de alimentos e bebidas

Daniel Pedra, da Fiems

A participação das mulheres no mercado de trabalho cresce ano a ano e no setor industrial isso não é diferente com as trabalhadoras já representando 25,5% do total de 122.346 colaboradores das indústrias sul-mato-grossenses, o que representa 30.586 industriárias atuando nas 9.884 empresas do setor instaladas no Estado, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems com base nos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego. Do montante de 30.586, a maioria, ou seja, 12.314 mulheres, está empregada nas indústrias do segmento de alimentos e bebidas.

Logo depois, o segmento que mais emprega mulheres no Estado é o das indústrias do vestuário e têxtil, onde estão trabalhando 6.410 industriárias, enquanto, em terceiro, aparece o segmento da indústria da construção civil, com 2.655 trabalhadoras. Com relação à participação relativa, ou seja, percentualmente, o segmento industrial que mais emprega mulheres é o de calçados, com 76,2% do total de funcionários, o que representa 1.606 trabalhadoras, seguido de perto pelo segmento da indústria do vestuário e têxtil, com 71,2%, e, em terceiro, o segmento da indústria de alimentos e bebidas, com 33,2%.

Personagens

Esse é o caso de Marilene da Silva Correa, 39 anos, que trabalha no setor produtivo da fábrica da Divino Sapore, de Campo Grande. Ela conta que entrou na indústria de alimentos como auxiliar e há pouco foi promovida. “É uma oportunidade muito boa que surgiu na minha vida e um dos cargos que mais me deram satisfação, tanto salarial, quanto pessoal. Consegui adquirir bens duráveis e contribuir melhor para o sustento da minha casa. A mulher durante muito tempo foi discriminada e desmoralizada, mas esta situação já está mudando, conseguimos conquistar o nosso espaço e nos destacar”, avaliou.

Para Maria Aparecida Souza Roá, 45 anos, que é técnica em segurança do trabalho da fábrica da Divino Sapore, a participação da mulher no mercado de trabalho, em qualquer setor, é sempre muito efetiva em termos de comprometimento, segurança, tranquilidade e com resultados melhores também. “A sua natureza é mais cuidadosa, além de estar mais bem prepara para toda e qualquer situação dentro do ambiente de trabalho. Para mim, essa oportunidade foi muito gratificante, pois sei que estou inserida e em um contexto que há anos atrás era bem diferente. A mulher hoje em sua já se qualifica e aprimora seus conhecimentos e busca crescer dentro da empresa que trabalha”, declarou.

Qualificação

Cada vez mais as mulheres estão conquistando fatias do mercado de trabalho que antes eram preenchidas somente por homens e um exemplo disso é a procura delas pelo curso de pintor de obras oferecido pelo Senai no âmbito do Programa Ação Fiems Campo Grande, que leva cursos gratuitos de qualificação até os moradores dos bairros da cidade. Na turma iniciada no mês de janeiro deste ano na Associação de Moradores do Bairro Aero Rancho Setor 2, dos 10 alunos matriculados, 7 eram mulheres.

Esse é o caso da aluna Maria de Lourdes Lima Silva, 47 anos, que trabalha como cabeleireira no período da tarde e à noite como babá. “Conhecimento ninguém tira da gente. É uma profissão a mais que estou aprendendo e isso vai abrir novas portas para mim”, disse. Ela conta que com o término do curso quer aplicar o aprendizado na reforma do salão de beleza, decorando as paredes com novas cores e texturas. “Esse curso será mais uma alternativa de renda”, pontuou.

Para a aluna Ana Maria Viana, 37 anos, o desemprego e a busca por melhor remuneração a fizeram optar por uma nova profissão. “As mulheres estão procurando coisas novas e, em alguns mercados, estamos nos sobressaindo muito mais do que os homens. Acredito que nessa área da construção civil poderei descobrir uma nova paixão e ter a oportunidade de obter melhores salários”, avaliou.

A aluna Marinézia Avalos da Silva, 53 anos, também vê no curso de pintor de obras a oportunidade de melhorar de vida. “Gostei da ideia de me qualificar em algo diferente e tenho certeza que as mulheres já conquistaram mais um espaço no mercado de trabalho”, disse. O instrutor do Senai, Marcos Vinícius de Andrade, reforça que hoje as empresas de construção civil preferem as mulheres nos serviços de acabamento e pintura. “As mulheres são mais cuidadosas e caprichosas e isso já foi comprovado nesses empreendimentos que estão saindo em Campo Grande, onde boa parte dos empregados que fazem o acabamento é composta por mulheres”, destacou.

Mulheres ocupam cada vez mais espaços nas indústrias. (Foto: Núcleo de Comunicação social/Fiems)

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