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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Brasilândia pretende usar dinheiro das indenizações para melhorar a vida dos assentados do Novo Porto João André

17/08/2018 14h59

Pessoas que foram diretamente afetadas nas inundações para construção da represa serão os primeiros da cidade a sentir as melhorias, mas o prefeito garante que toda a cidade será beneficiada

Gisele Berto

O Perfil News está acompanhando o Promotor Edival Goulart Quirino nas visitas aos municípios que receberão as indenizações da CESP pela construção da Usina de Porto Primavera – atual Sérgio Motta, e repercutindo como essas verbas devem mudar a realidade dos lugares.

O promotor já esteve em Três Lagoas e depois seguiu para Brasilândia. Na sequência visitou Batayporã e Anaurilândia e terá como próximos destinos Santa Rita do Pardo e a sua Comarca, Bataguassu.

A reportagem esteve visitando o município de Brasilândia e conversou com o prefeito de lá, Antonio de Pádua Thiago, que está exercendo seu terceiro mandato no executivo local.

Brasilândia receberá o mesmo montante destinado a Três Lagoas: 16 milhões. Para um município do tamanho de Brasilândia, é um dinheiro que pode transformar a cidade.

“Local para se fazer coisas e trazer benefícios não falta. Brasilândia é pequena e tem muita coisa para ser aprimorada e melhorada”, afirmou o prefeito, que recebeu a reportagem do Perfil News em seu gabinete.

ASSENTADOS DO NOVO PORTO JOÃO ANDRÉ

De acordo com o prefeito, o uso do dinheiro dependerá muito da austeridade e na aplicação com seriedade para benefício de toda a cidade. “Apesar desse recurso ser oriundo de impacto ambiental da Usina Sérgio Motta a verba será dividida e aplicada em todos os segmentos da nossa cidade, inclusive no reassentamento Novo Porto João André”.

O reassentamento Novo Porto João André é ocupado pela população que trabalhava e ganhava seu sustento às margens do Rio Paraná com suas cerâmicas, sítios e atividades de pesca. Com a construção da represa, essas pessoas precisaram ser realocadas e perderam sua fonte de sustento.

“O dinheiro vai ficar todo lá? Lógico que não, mas vamos fazer melhorias importantes lá para aquela população também”, afirmou o prefeito.

De acordo com Antonio Thiago, a seriedade e transparência com que as negociações estão sendo feitas junto ao Ministério Público chamam a atenção. “Eu particularmente estou gostando dessa situação, porque as coisas estão sendo feitas muito às claras. Em entendimento prévio com o nosso promotor nós vamos fazer uma audiência pública para discutirmos onde será aplicado esse recurso, para que a gente possa, de uma certa maneira, ouvir a população e ver o que dá para fazer com o dinheiro”, completou.

Para o prefeito, o ideal é que a verba seja utilizada em obras que necessitem de um grande aporte imediato de dinheiro. “Não vamos utilizar essas indenizações para fazer pavimentação e drenagem de uma determinada rua, porque isso a gente consegue com mais tranquilidade junto às nossas bancadas federais. Não sai da noite para o dia, mas sai. Precisamos usar em obras que precisam ter início, meio e fim no mesmo conjunto, em que você não precise ficar dependendo do recurso chegar. Por exemplo, para construir uma escola: você precisa de R$ 5 milhões. Não dá para ficar dependendo do dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), que o dinheiro vai chegando aos poucos, vai se arrastando e o que a gente vê por aí são inúmeras obras que começaram e não terminaram. Então nós queremos aproveitar esse dinheiro que veio de uma vez para atingirmos problemas macro. Os problemas micro a administração municipal vai, aos poucos, resolvendo, como nós temos feitos”, afirmou o prefeito

“O dinheiro não é meu. É fruto de mais de 20 anos de luta, então vamos ter seriedade nisso. Coube a mim ser o prefeito do dia, mas vamos ter o acompanhamento do Ministério Público, quero a Câmara Municipal participando junto, como parceira, para discutirmos onde vamos aplicar esses recursos que são da população brasilandense”, completou.

O Perfil News está visitando as cidades que receberão as indenizações da CESP em decorrência dos impactos causados pela Usina Sérgio Motta. Fotos: Márcia Héllen

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