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quinta-feira, 28 de março de 2024

Buscar representatividade para o Bolsão em Brasília é meta de Paulo Salomão

30/08/2018 09h00

Atual vice-prefeito de Três Lagoas quer que a região deixe de ser coadjuvante e tenha seu próprio representante na Câmara dos Deputados

Gisele Berto

Em mais uma entrevista da série ELEIÇÕES 2018, falamos com o candidato a Deputado Federal Paulo Salomão, do Solidariedade.

Durante a conversa que o Perfil News teve com o candidato, duas palavras foram repetidas à exaustão: representatividade e transparência.

Isso porque o atual vice-prefeito de Três Lagoas acredita que esses são os anseios mais urgentes para a região, que não faz um deputado federal há cerca de 30 anos.

Médico, 38 anos, o candidato Paulo Salomão concorre ao cargo de deputado federal. Acompanhe abaixo a conversa completa e, no vídeo, os principais momentos.

O INÍCIO

Salomão vem de uma tradicional família três-lagoense. O pai é ortopedista há mais de 40 anos. A mãe foi professora desde muito jovem – começou a dar aulas aos 16.

Sendo de uma família tradicional e respeitada na cidade, qual seria a razão para Paulo começar uma vida política – arriscando, com essa decisão, manchar o nome dos antepassados, já que o descrédito com a classe política bate recordes?

“Em 2016 tive um desgaste muito grande na família por conta disso”, diz, lembrando do ano em que se elegeu vice-prefeito, seu primeiro cargo eletivo. “Eu tento poupar minha família. Costumo dizer que a política passa, mas ficam as feridas”.

Segundo Paulo, a família sempre fez o que pode para ajudar no desenvolvimento da cidade. “Meu avô chegou aqui há 100 anos. Sempre ajudou a comunidade. Minha mãe dava aula de graça, aos 16 anos, fazendo trabalho voluntário, de assistência social, sem aparecer, junto com amigas. Meu pai está há 40 anos clinicando e ajudando no que podia. Eu entrei seguindo esses passos, mas a gente consegue colaborar até um certo ponto. Se você entra na política para fazer o bem, você atinge um raio maior, consegue ajudar mais, colaborar, seja na assistência social, infraestrutura, saúde, educação. Você aumenta o leque”, disse.

O PESO DO SOBRENOME

De acordo com o candidato, o legado da família continua presente na sua campanha. “Em todos os bairros, muitas pessoas mencionam o nome do meu avô, da minha mãe, do meu pai, meu tio. Eles sempre fizeram a contribuição deles como cidadãos três-lagoenses e sempre participaram ativamente da cidade. Mas a gente vai até a gente pode. A partir daí, só entrando na política. A cidade passa por um momento de transformação e Três Lagoas é uma referência nacional em alguns setores, então precisamos que pessoas do bem se envolvam. Espero eu que quando acabar o meu ciclo na política, se eu tiver inspirado uma só pessoa vai ter valido a pena”.

A IMPORTÂNCIA DE TRÊS LAGOAS

Com a industrialização de Três Lagoas, a cidade passou (e passa) por um momento delicado de migração. Em curto espaço de tempo, junto com as indústrias que vieram, a cidade recebeu muita gente de fora, sobrecarregando, segundo o candidato, a infraestrutura básica da cidade.

Além disso, o fato de ser a maior entre as cidades do entorno, Três Lagoas acaba recebendo pessoas dos municípios vizinhos, que buscam aqui a solução de problemas de outras cidades.

“Acabamos absorvendo também o problema de outras cidades. Se uma cidade tem deficiência na área de saúde a pessoa vem para Três Lagoas. Educação, também – muitas pessoas querem trazer os filhos para cá. Não tem oportunidade de emprego em outras cidades menores? Vem para três Lagoas procurar emprego. Só acaba causando problemas. A pessoa vem com a família, a mulher e mais três filhos. As crianças vão para o sistema de educação e, se esse pai de família perde o emprego, já entram para assistência social”.

Dessa forma, para o candidato, Três Lagoas precisa ter mais atenção, especialmente das esferas superiores.

“Como deputado federal vamos dar a atenção que a região merece, porque há 30 anos não temos representante da região na Câmara dos Deputados”, afirma o candidato.

PRINCIPAIS BANDEIRAS

A principal luta do candidato, caso eleito, será pela redução de impostos. “Saio como deputado federal com o compromisso de trazer emendas, recursos e abrir portas. Executar leis e lutar por bandeiras pelo bem comum da cidade. Por exemplo, os impostos. Eu pago os mesmos impostos de todo mundo. Nós temos que lutar pela quebra de impostos, melhoria e duplicação da BR-262, lutar para que nosso cidadão receba do estado o que ele merece. E Estado não tem que pesar para o cidadão, como pesa hoje, tendo que trabalhar cinco meses do ano para pagar impostos. O Estado tem que ser eficiente, desburocratizar, agilizar, ajudar, dar transparência, para que o cidadão possa ter o seu emprego, possa empregar, possa dar sustento para a casa dele”.

Para ele, a região “não pode mais ser coadjuvante, ela precisa ser protagonista. A redução dos impostos ajuda na geração de emprego e renda, porque assim o cidadão pode empreender, contratar ou ser contratado, melhorar a vida de todo mundo”.

A luta pela vinda de mais empresas – e empregos – para a região também passa pela palavra de ordem: representatividade. “Precisamos de maior força política para, quando vierem as novas empresas, nós tenhamos a prioridade de contrato de pessoas de Três Lagoas, voltando a girar a economia”.

REPRESENTATIVIDADE

Para Salomão, ter um deputado federal é essencial para fazer os recursos das grandes emendas chegarem à cidade. Um deputado federal tem aproximadamente R$ 14 milhões de reais por ano para empregar nos municípios que ele quiser, após reunião com os prefeitos e levantamento das demandas. “Um deputado estadual recebe cerca de R$ 1,5 milhão por ano para aplicar nos 79 municípios do estado. Por isso precisamos voltar a ter um deputado federal que represente a região na Câmara”, defende Paulo.

Além das leis e das votações, um deputado federal pela região abriria os caminhos em Brasília. “Temos mais de 5.500 municípios, mas apenas um ministro da Saúde, um ministro da educação. Então como você faz a ponte entre eles? Tem que ter uma representatividade. Os grandes recursos e grandes emendas existem. Mas não vêm à altura das necessidades de Três Lagoas. Tendo abertura em Brasília você consegue mais recursos, mais emendas, acesso a órgãos, por exemplo, como o DNIT”, explica.

“Nossa região está há tanto tempo sem representante na Câmara dos Deputados que parece que é normal. Sempre que falamos em Deputado Federal, falamos daqueles de Campo Grande. Mas não é normal. Nós temos a capacidade de fazer até dois na região do Bolsão. Mas falta que se crie uma sinergia para que toda a sociedade três-lagoense e do Bolsão escolha um e fale ‘esse vai ser nosso representante’”.

“Eu quero ser deputado federal da região do bolsão para que os prefeitos, vereadores, secretários, lideranças, imprensa, tenham alguém com quem falar em Brasília. Não adianta você ir lá – como eu já fui muitas vezes – sem ninguém, perdido, sem agenda, sem nada. Você acaba perdendo viagem”.

TRAJETÓRIA POLÍTICA INCOMUM

O candidato Paulo Salomão trilhou um caminho diferenciado na política. Quando, de maneira geral, os políticos costumam começar como vereador, depois passando a deputado estadual ou a um cargo no executivo para, só depois, almejar a Câmara alta, Paulo fez uma trajetória incomum: começou no executivo e partiu para o legislativo, já para um cargo em Brasília.

“Quando eu disputei minha primeira eleição meu grupo político avaliou que eu tinha o perfil de um vice-prefeito. Entrei na chapa do Angelo Guerreiro e nos elegemos, com mais de 30 mil votos”.

Desde então, Paulo optou por estudar a política. Não aceitou nenhum cargo em Secretaria mas, segundo ele, participa de todas. “Eu ando por todos os departamentos, conheço os gargalos, as necessidades. Participo das sessões da Câmara e vivo o dia a dia do Legislativo”.

O candidato afirma que, nessa eleição, não está “saindo por sair”. “Estou saindo porque vejo essa necessidade há muito tempo. Eu procurei estudar a política, participar dos bastidores, você vê como funciona as negociações entre executivo, legislativo e judiciário. Se nós não tivermos a consciência de que Três Lagoas precisa de um deputado federal, cada vez mais vai passar o tempo e não teremos representantes em Brasília. Se não tivermos pessoas com boa vontade, boa índole e compromissadas com a cidade, que sejam pratas da casa, vamos ficar à mercê de outros novamente. E nada vai mudar, e continuaremos tendo sete deputados federais por Campo Grande, um por Dourados e nenhum daqui”.

CORTE DE REGALIAS

Caso eleito, o candidato afirma que promoverá um mandato enxuto, com corte de excesso de gastos do gabinete. “Precisa acabar isso de verba paletó, verba moradia, excesso de assessores. Hoje, como vice-prefeito, todo o meu aparato eu pago do meu bolso. Eu uso o meu carro pessoal, não uso sala na prefeitura, faço tudo para que eu dê o exemplo. Assim eu posso cobrar dos outros”.

A BUSCA PELO NOVO

Segundo Paulo, a busca pela desburocratização da máquina pública precisa ser uma prioridade. “Nós estamos pregando a política nova, e isso não é só uma expressão. A política nova é desburocratizar, dar eficiência, agilidade, satisfação, transparência. A dona Maria lá do Paranapungá não tem culpa se um prefeito não conversa com um deputado estadual. Ou se um deputado não conversa com um vereador, se o governo estadual não fala com o federal. Qual a culpa dela? Qual a culpa nossa? Ela tem que se preocupar com a família dela, trabalhar, sustentar a família. A nossa entrada na política e a política nova é essa, é não ter mais a diferença entre pessoas e partidos, nós temos que priorizar as pessoas. Quando eu saio tenho vergonha de falar de política por causa das pessoas que fazem política ruim, velha. Isso nos envergonha. Se você tem uma consciência da população que está mais politizada, trazendo pessoas novas, com compromisso para renovar, aí sim há um sentimento de mudança. As pessoas precisam votar, senão esse sentimento de mudança acaba. Podemos fazer história, ter uma representatividade e aí sim completar todas as esferas – municipal, estadual e federal. Imagina o tanto de recursos que viria”, diz.


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