32.5 C
Três Lagoas
quarta-feira, 24 de abril de 2024

Dr. Odilon fala sobre seu plano de governo e desafios da política










31/08/2018 13h48

O Perfil News conversou com o candidato ao Governo do Estado sobre suas principais plataformas, sobre o posicionamento do seu partido e sobre como está sendo enfrentar o julgamento e acusações na vida pública

Gisele Berto e Ricardo Ojeda

Dando sequência às entrevistas com os candidatos às eleições de outubro, o Perfil News conversou com o juiz aposentado Odilon de Oliveira, candidato ao Governo do Estado pelo PDT. Em entrevista, Juiz Odilon falou sobre sua trajetória, sobre os ataques que vem sofrendo e esmiuçou tópicos do seu plano de Governo. Acompanhe:

ACUSAÇÕES

Juiz Odilon foi acusado de vender sentenças e promover escutas não autorizadas. O acusador foi um ex-assessor do juiz, Jedeão de Oliveira, que teve o pedido de delação premiada negado pelo Ministério Público por falta de provas. A imprensa nacional deu ampla cobertura para o pedido de delação. Veja a opinião do Juiz Odilon sobre isso:

“Isso não passa de armação política com um fundo vingativo. Descobertos os desvios praticados pelo ex-servidor, eu próprio solicitei ao Tribunal Federal que fizesse uma correição extraordinária na 3ª Vara Federal, e eu próprio fiz todos os levantamentos e arquivei todos os processos de 15 anos atrás. Constituí uma força-tarefa formada por funcionários da própria Justiça Federal e por agentes especializados da Polícia Federal e fizemos um levantamento completo. Logo no início, comprovando os primeiros indícios, eu já solicitei ao tribunal a demissão do servidor, e também solicitei à Polícia Federal a abertura de inquérito policial em que propomos uma ação penal que estaria na fase de julgamento. Solicitei também ao tribunal a abertura de um processo disciplinar, que foi julgado e o resultado foi a efetiva demissão dele e a declaração de improbidade administrativa. Então isso tem uma finalidade exclusivamente política. São fofocas”

PERSEGUIÇÃO POLÍTICA

A delação proposta por Jedeão de Oliveira não foi aceita pelo Ministério Público Federal, que alegou falta de provas. Apesar disso, o espaço dado pela grande imprensa nacional às supostas denúncias foi muito maior que o anúncio da rejeição da delação. E o candidato acredita que isso faça parte de uma campanha de perseguição à sua campanha. Acompanhe sua opinião sobre o assunto:

“O importante é que eu tenho rejeição de políticos e pela imprensa marrom. Temos que separar as duas coisas: a imprensa que faz o seu papel e a imprensa mercenária. O importante é que eu não tenha a rejeição do povo, isso que é fundamental”.

“Isso começou de um jeito muito estranho e já está sendo revelada toda a trama. O sujeito sai e registra as declarações em SP. E por que registrar as declarações em SP? O sujeito consegue um espaço nos jornais mais caros do país. Será que ele tinha potencial, em todos os sentidos, para isso? Essa armação política será completamente desvendada quando a Polícia Federal concluir as investigações, porque eu próprio solicitei a abertura de um inquérito e a gente verifica que o próprio Ministério Público Federal, que é independente e livre, não viu prova nenhuma nas alegações desse sujeito. Ele não passa de um delinquente. A justiça e a Polícia Federal já o consideraram um delinquente. O próprio Ministério Público conhece essa pessoa e conhece o meu trabalho e o considerou delinquente. Então por que a imprensa ainda fica explorando isso, senão por interesse político contra a minha pessoa?”

A RETIRADA DA PROTEÇÃO

O Conselho Nacional de Justiça decidiu neste mês retirar o direito à escolta da Polícia Federal do Juiz Odilon. Atualmente, a proteção dele é de 24 horas ao dia. Servidores armados da PF o acompanham desde 1998, por conta de ameaças recebidas ao longo da carreira, principalmente no período de combate ao narcotráfico, na região de fronteira com o Paraguai. O juiz também ficou nacionalmente conhecido por investigações relacionadas ao crime organizado. Veja a opinião dele sobre isso:

“Eu me tornei um prisioneiro em regime semi-aberto. O meu trabalho teve duas frentes: colocar bandido na cadeia – traficantes e organizações internacionais – e confiscar as montanhas de bens, dentro e fora do Brasil. Isso, logicamente, só pode decorrer de uma pessoa que tenha um trabalho inteiramente comprometido com a sociedade, com a proteção da sociedade, não apenas do Mato Grosso do Sul, mas no Brasil inteiro”.

“O trabalho que nós fizemos teve repercussão internacional também. Eu, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal, ao longo de décadas, impedimos que muitos carregamentos de cocaína fossem para outros países. A imprensa internacional e a própria Organização das Nações Unidas, em 2011, me homenageou em seu escritório em Brasília. Foi um trabalho reconhecido internacionalmente. E agora o Conselho Nacional de Justiça toma essa decisão, sem conhecer a realidade, sem conhecer o meu trabalho e sem conhecer o estado do MS, sem conhecer o Paraguai e sem ler as provas que eu apresentei relativas a 28 ameaças e atentados contra a minha vida. E mesmo assim o CNJ, pelo fato de eu ter me lançado à política, como se eu devesse não exercer nenhuma atividade, manda retirar minha segurança. Isso é de uma insensibilidade, uma ingratidão que vai ser posta junto ao órgão competente na ONU. Nós estamos preparando o expediente e vamos discutir isso lá. E vai ficar feio para o Brasil, porque isso é um péssimo exemplo que o CNJ dá para aqueles juízes que estão entrando na magistratura. É um péssimo exemplo para a imagem do Brasil. É assim que o país trata os juízes que perdem a liberdade combatendo o crime organizado? É o que a ONU vai certamente perguntar. E haverá de punir o Brasil”.

O Perfil News também fez uma entrevista completa em vídeo falando sobre os principais tópicos do plano de governo do pedetista. Acompanhe a entrevista, ponto a ponto, nos vídeos abaixo:

O JULGAMENTO PÚBLICO

O juiz, que sempre julgou bandidos e traficantes, agora se vê sendo julgado, desta vez pela opinião pública.

O POSICIONAMENTO DO PDT E A EDUCAÇÃO

Hoje é fato o Brasil vive uma dicotomia entre direita e esquerda. Olhando o plano de governo do candidato, pode-se perceber, logo na apresentação, citações de Antonio Gramsci, filósofo marxista. Apesar disso, no Mato Grosso do Sul, cogitou-se até mesmo o apoio de partidos da extrema-direita à sua candidatura. Perguntamos ao candidato como o PDT se posiciona, se mais ao lado de Gramsci ou de Bolsonaro?

Também questionamos o candidato sobre a possibilidade do PDT ocupar a lacuna que se formou entre as pessoas que se decepcionaram com a esquerda do PT e ao mesmo tempo não se identificam com a direita radical, ou não se identifiquem com o centrão.

Outra questão relacionada neste vídeo foi o plano de governo para Educação e a implantação das escolas de tempo integral.

SEGURANÇA E FRONTEIRA

Questionamos o candidato a respeito dos planos para segurança pública e quais serão os procedimentos que ele pretende adotar em relação às fronteiras. O candidato falou que “segurança pública só se faz com um pacote envolvendo educação, saúde pública e emprego. Senão você faz um arremedo”. Acompanhe este trecho no vídeo abaixo.

TURISMO

Os investimentos em turismo são essenciais para a economia dos estados. Países inteiros se mantém com as verbas da indústria do turismo. Questionamos o candidato a respeito de sua plataforma para este tema e o que ele pretende fazer para fomentar a indústria do turismo não apenas na região de Bonito, mas em todo o estado.


A reportagem do Perfil News conversou com o candidato ao Governo do Estado, Dr. Odilon, sobre sua plataforma de campanha. Fotos e vídeos: Márcia Héllen

Dr. Odilon fala sobre seu plano de governo e desafios da política

Dr. Odilon fala sobre seu plano de governo e desafios da política





Leia também

Últimas

error: Este Conteúdo é protegido! O Perfil News reserva-se ao direito de proteger o seu conteúdo contra cópia e plágio.