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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Eduardo Rocha aposta na experiência e no legado dos Tebet para tentar reeleição

27/08/2018 07h15

Deputado Estadual pelo MDB tenta seu terceiro mandato

Gisele Berto

Casado com a senadora Simone Tebet, com quem tem duas filhas, o atual deputado estadual Eduardo Rocha tenta conquistar o direito de estar na Assembleia pela terceira vez, desta vez com muito mais experiência.

Rocha afirma que, hoje, dispõe de votos em todo o estado, não apenas em Três Lagoas e no Bolsão. “Minha base é aqui, mas hoje em tenho também um bom time em Campo Grande”, afirma o deputado, que teve votos em 71 dos 79 municípios do Mato Grosso do Sul.

Genro do ex-senador Ramez Tebet, Rocha diz que ainda colhe os frutos dos tempos em que andava pelo estado com o sogro. “Não há um único município em que eu vá que não tenha alguém que me diga que vota em mim por causa dele”.

O LEGADO RAMEZ

Rocha afirma que, antes de conhecer Simone, não tinha nenhum tipo de relação com o senador Ramez. “Tinha uma academia de ginástica e uma escola de computação em Três Lagoas, e tinha uma fazenda. Conheci a Simone em um rancho por meio dos primos dela, dos Thomé, que são meus amigos. Eu não tinha nenhuma relação com o senador Ramez. Vim a conversar com ele depois que eu comecei a namorar a Simone”.

Depois, o ex-senador o convidou a entrar para o MDB. “Ele disse que eu tinha jeito para a coisa”, diz. Então Ramez o convidou para andar com ele, porque precisava de alguém de confiança ao lado dele. “Só deixei de andar com ele quando a Simone entrou na vida pública, em 2002, quando ela virou deputada. Aí eu fui cuidar da eleição da Simone. Eu cuidava de todos os bastidores”.

“Eu tive o privilégio de ser a pessoa que mais andou com ele na vida. Eu andei com ele por 10 anos. Ele, como senador, e eu junto. Ficava com ele o tempo todo. O pouco que eu sei de política hoje, com certeza, é em razão da influência do senador Ramez Tebet”.

Rocha afirma que, com o ex-senador, aprendeu a usar o poder não para ser servido dele, mas para servir. “Esse foi o maior legado dele para a Simone e para mim. Ramez era um homem muito simples, que conversava com um industrial tentando trazer investimentos para cá e também conversava com uma pessoa humilde e a ajudava na aposentadoria. Um político completo”, afirma.

O INÍCIO NA VIDA PÚBLICA

Em sua primeira eleição para Deputado Estadual Rocha teve pouco mais de 25 mil votos. Apenas em Três Lagoas foram mais de 12 mil votos. “Eu quase não tive apoio nenhum”. O deputado diz que sabia que tinha mais de 10 mil votos em Três Lagoas, porque havia pesquisas mostrando isso. “Então eu centrei fogo em Campo Grande, porque eu sabia que era essencial ter votos em outros lugares. Nesta eleição fui o candidato que não era de Campo Grande com a maior votação na capital, com mais de cinco mil votos”.

Desde então, o deputado tem acumulado uma boa bagagem de apoio político. Na última eleição, passou dos 30 mil votos.

A PARTICIPAÇÃO NA PREFEITURA DE TRÊS LAGOAS

Quando a esposa, Simone Tebet, assumiu a Prefeitura de Três Lagoas, Rocha afirma que, apesar de não ter assumido cargo remunerado, participou dos bastidores da administração. “Durante aqueles anos a única pessoa que trabalhou mais do que eu pela prefeitura foi a Simone. Eu andava com o meu carro pela cidade toda procurando os buracos e chamando o departamento de obras para arrumar. “Eu fazia pra ajudar minha mulher. Eu queria que ela saísse daqui como a melhor prefeita da história da cidade, como saiu. É a mulher que eu amo, minha esposa, mãe das minhas filhas. A Simone nunca teve problema com vereador, ou com a imprensa. Eu que conversava, porque ela não tinha tempo. Eu queria que a Simone fizesse gestão e ela fez”.

CAMPO GRANDE OU BRASÍLIA?

Durante pouco mais de um ano, Eduardo Rocha era o nome do MDB para disputar uma vaga à Câmara dos Deputados. No entanto, acabou efetivando sua candidatura à Assembleia Legislativa.

O deputado acredita que, se saísse candidato a Federal, até teria uma eleição mais fácil. Mas preferiu tentar a reeleição por conta da família. “Desta vez eu coloquei a família na frente da política. Eu tenho duas filhas, uma estuda em São Paulo, a outra tem 17 anos e mora em Campo Grande. Além disso, nós temos uma propriedade rural, eu que cuido. Também cuido da propriedade da minha sogra. Nossos negócios familiares sou eu que cuido de tudo. Eu coloquei na balança e, se eu e a Simone fôssemos para Brasília, quem ia cuidar das nossas coisas?”.

Além disso, o deputado afirma que, como representante da região na Assembleia, acaba andando muito pelo Estado, coisa que a senadora Simone não consegue fazer. “Então eu faço por nós dois”, diz.

Hoje, Rocha é líder da maior bancada da Assembleia. Afirma ter influenciado na eleição e reeleição do presidente da casa, Junior Mochi, atual candidato do partido ao Governo do Estado. “Meu sonho é ser Presidente da Assembleia Legislativa. Com isso eu posso ter mais força politicamente e ajudar ainda mais nossa Três Lagoas”, diz.

O PERÍODO DA INDUSTRIALIZAÇÃO DE TRÊS LAGOAS

Rocha afirma que a vinda das grandes indústrias para Três Lagoas teve início a partir de uma viagem para a Carolina do Sul, nos Estados unidos. “Fomos em uma comitiva de Três Lagoas e uma do Governo do Estado, na época do governador Zeca do PT, e a Simone fez a defesa, em inglês, sobre a segurança jurídica da vinda da International Paper”. Apenas após os investidores esclarecerem todas as suas dúvidas e sentirem segurança, bateram o martelo para investir na cidade.

BASTIDORES DA VINDA DA ELDORADO

Rocha conta, ainda, sobre as negociações para a vinda da Eldorado Brasil. Segundo ele, a empresa está em uma área que pertencia à família Arantes. “O empresário Mário Celso, de Andradina, disse que queria trazer uma fábrica de celulose, mas disse que talvez tivesse que levar para a Bahia, porque a única área que podia ser usada por eles era dos Arantes, e eles não vendiam o local”, disse.

A vice-prefeita, na época, era Márcia Moura, e ela era amiga da dona da área. Conseguiram marcar uma reunião em Campinas, no escritório que cuidava dos negócios da família. Chegando lá o advogado da família falou de pronto que eles só os estavam recebendo pela amizade – mas que a fazenda não seria vendida. “Disseram que não tinha preço e não teria negócio”.

A prefeita, Simone, resolveu intervir. “A Simone falou para eles o seguinte: ‘entre a família de vocês e o empresário, eu fico do lado de vocês. Mas se eu tiver que escolher entre a família de vocês e a cidade, eu vou escolher a cidade. Então eu gostaria que vocês colocassem um preço na área e que vocês negociem. Aí ela disse ‘eu vou descer para tomar um café e subo em uma hora. Se eu voltar e não tiver um acordo, amanhã cedo eu desaproprio a área pelo preço que está declarado’. O negócio foi feito e hoje a gente agradece a família Arantes por ter entendido”, recorda Rocha.

Ainda sobre as guerras de bastidores, Eduardo lembrou da conquista da área onde instalou-se a UFN3 – muito similar à batalha travada na área da Eldorado – e a vinda da Metalfrio, que hoje gera mais de mil empregos na cidade. “Eles estavam acertados pra ir pra Minas, mas conseguimos fixá-los aqui”.

O DESCRÉDITO DO ELEITOR

Em tempos de descrédito total dos eleitores, em que correm campanhas para que nenhum político seja reeleito, Rocha acredita que pode contar com sua experiência e seu histórico para pedir votos.

“A gente tem que mostrar pra população aquilo que a gente já fez, aquilo que estamos fazendo e o que vamos fazer pela nossa cidade, trabalhando em todos os setores, nossa parceria com a câmara de vereadores, com a prefeitura. Tenho tido grandes resultados ao conseguir recursos para a cidade. O legado do meu trabalho é o enfrentamento às drogas, as parcerias com os projetos da cidade e industrialização do estado”.

Além disso, Rocha afirma que nunca respondeu a processo e nunca teve uma condenação. “Procuro levar meu mandato com lisura e nunca fui a um lugar na minha vida e alguém apontou o dedo na minha cara”, diz.

Quero continuar servindo o MS e, em especial, servindo 3L, atendendo as reivindicações, conversando com as entidades de classe, desenvolvendo trabalhos em todos os setores.

O PARADOXO DO DESEMPREGO

Ao mesmo tempo em que corresponde à metade do comércio exterior do estado, Três Lagoas é a que mais perdeu vagas de emprego, com saldo negativo de mais de quatro mil vagas nos últimos 12 meses. Para o deputado, a solução para o desemprego está na retomada das obras da fábrica de fertilizantes.

“Vivemos duas crises, uma nacional (com mais de 12 milhões de desempregados) e a nossa local, causada pela fábrica de fertilizantes. Quando a fábrica parou com as atividades, deixou sem emprego milhares de funcionários diretos, fora as empresas satélite – mais de 40 empresas que eram prestadores de serviços e que ficaram sem receber. A maioria delas fechou e demitiu. A saída mais rápida, que eu entendo, é pressionarmos para a reabertura da fábrica de fertilizantes”.

O deputado afirma que sabe que a empresa russa que assumiu a fábrinca (Acron) já está na Bolívia negociando gás para vir para a fábrica de fertilizantes. “A saída mais rápida possível é fazermos pressão para essa fábrica ser retomada e, só ela, reverterá todo esse quadro de desemprego na cidade”, acredita.

“Além disso, a gente tem que pressionar para que a Eldorado abra sua segunda linha. E precisamos investir em infraestrutura, porque quando abre uma nova fábrica mais pessoas vêm à cidade, e precisam usar a estrutura, como saúde, creches. Então precisamos ir a Brasília, como nós temos ido, para pedir verbas para obras. Não é dormir em berço esplêndido, é continuar trabalhando atrás de outras fábricas e, principalmente, manter aquilo que a gente já tem”.


Deputado Eduardo Rocha é candidato à reeleição. Fotos: Márcia Héllen.

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