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sexta-feira, 29 de março de 2024

Investigação aponta reviravolta e jovem que denunciou ‘vazamento’ em prova é excluída por banca examinadora

19/09/2018 10h17

Investigação aponta reviravolta e jovem que denunciou ‘vazamento’ em prova é excluída por banca examinadora em MS

De vítima, estudante de 28 anos se tornou suspeita e pode responder, além da questão administrativa, por fraude conforme o artigo 311 A, do Código Penal Brasileiro

Redação

Um boletim de ocorrência registrado por 18 candidatos do concurso público para investigadores e escrivães, em Campo Grande, trouxe uma reviravolta. Desde o início, as supostas vítimas denunciavam vazamento das provas, entre elas uma mulher de 28 anos. No entanto, o que o inquérito apontou é que, de vítima, ela passou a suspeita e por isso foi excluída pela banca examinadora. A publicação consta no Diário Oficial do Estado (DOE), desta quarta-feira (19).

“São duas publicações que ocorreram hoje. Uma é o resultado preliminar da prova de digitação e a outra é a exclusão da candidata. Conforme a investigação da 3ª Delegacia de Polícia, a candidata é que vazou o texto da prova por ela digitado. Por enquanto, é uma questão administrativa da comissão organizadora do concurso. Outra coisa é a responsabilidade na questão criminal, que está sendo apurada”, afirmou ao G1 a delegada titular da Academia de Polícia Civil (Acadepol), Maria de Lourdes.

Segundo a polícia, ela pode responder por fraude, conforme consta no artigo 311 A, do Código Penal Brasileiro. A reportagem entrou em contato com a candidata e ela não atendeu as ligações. Além disto, os outros denunciantes também podem responder ao mesmo crime.

Perícia em computadores

No dia 10 de setembro, após tomar conhecimento dos fatos, a comissão organizadora determinou perícia em todos os computadores, negou os fatos e fala em responsabilização dos denunciantes, além de oportunismo de pessoas que já foram reprovadas e estariam querendo uma nova oportunidade para participar do concurso.

No total, 872 foram convocados para esta fase eliminatória. “O texto digitado é incompleto, continha erros e não condiz com o texto real da prova. Uma das envolvidas mandou para um grupo ontem, por volta das 10h30 (de MS) e não anteontem, como foi divulgado”, falou na ocasião Maria de Lourdes.

Ainda conforme a polícia, as pessoas não estiveram na delegacia para falar sobre a divulgação do texto e sim para reclamar de problemas técnicos, como possíveis falhas nos computadores. “Todas as pessoas que estiveram na delegacia, sem exceção, não completaram os textos e provavelmente, não conseguiram digitar o texto. Estão todos na mesma situação, com a intenção de anular esta fase da prova e terem nova chance”, acredita a delegada.

Outro fato que foi verificado pela polícia é que somente uma pessoa saiu com a folha de resposta em mãos. “Não tem como sair com este documento e o dela é o único que está faltando. Agora, com a intenção de deixar transparente toda a realização da prova e ressaltar que são alegações infundadas e com objetivo de beneficiar os envolvidos, está sendo feita a perícia”, ressaltou a delegada.

Veja na íntegra a nota divulgada pela Acadepol em MS:

Presidente da Comissão Organizadora do Concurso Público da Provas e Títulos da Polícia Civil/MS, relatou que ocorreu a divulgação de parte do texto digitado por determinada candidata, no dia 09/09/2018 (domingo), por volta das 10h30 em um grupo do WhatsApp que não condiz com o texto original da prova aplicada, contendo inúmeros erros. Afirmou que a divulgação desse texto não prejudica o certame em andamento.

Não procede também a informação de que outros candidatos tenham levado a prova aplicada ou mesmo parte dos textos digitados, uma vez que houve uma nova conferência de todas as folhas com os textos digitados pelos candidatos e, notadamente, apenas a candidata, já identificada, que apoderou-se do texto digitado por ela, contendo erros e que de forma dolosa e irresponsável acabou ela própria por divulgar.

Diante disso, estão sendo tomadas as providencias administrativas que podem até culminar na exclusão da candidata e outras medidas legais pertinente ao caso.

A conduta, adotada pela candidata, tinha como objetivo comprometer a credibilidade do concurso público, no momento em que constatou que o seu desempenho não havia sido suficiente para a aprovação na referida etapa.

Reafirmamos que essa conduta não gerou qualquer tipo de prejuízo aos candidatos uma vez que esta fase do concurso afere a habilidade técnica de digitação dos candidatos, o que se obtém através de intenso treinamento para a Prova de Digitação.

A divulgação com algumas horas de antecedência, de texto errado, não tem o condão de auxiliar ou prestigiar candidato que não se preparou previamente para o certame, especificamente nessa fase da Prova de Digitação.

(*) G1 MS

Foto: Divulgação

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