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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Reforma da BR-262 causa impacto nas empresas de transporte de madeira na região

25/09/2018 10h32

Transportadora relata prejuízos e pede “paciência” aos motoristas

Gisele Berto

Já dizia o ditado que não se faz omeletes sem quebrar ovos. E esse ditado vem sendo posto à prova durante a tão esperada reforma da BR-262, no trecho que liga Três Lagoas a Ribas do Rio Pardo. A movimentação de máquinas para as obras e os bloqueios parciais da rodovia têm causado efeitos colaterais aos motoristas que utilizam a estrada, especialmente, a trabalho.

Além das filas devido aos “pare e siga”, a reconstrução da via tem impactado, de forma mais acentuada, as transportadoras de madeira e celulose, que circulam pela via dia e noite fazendo o escoamento de matéria-prima entre os hortos e as fábricas.

O gerente da BRA em Três Lagoas, Roberto Jacinto, afirma que as obras na via têm causado atrasos significativos no transporte de madeira e, com isso, um aumento de até 40% nos custos da operação.

“As viagens que levavam 5h passaram a levar até 8h. A fila vem desde o campo até a estrada e, depois, na fábrica também, porque os caminhões acabam chegando todos juntos”, afirmou Jacinto. “Além disso, há o atraso na troca de turno e estouro da jornada de trabalho, gerando horas-extras e causando fadiga e irritação dos motoristas”, disse.

Jacinto afirma, também, que com os caminhões parados no trânsito aumentou muito o consumo de combustível. Também aumentou a quilometragem percorrida pela van que transporta os motoristas, já que agora ela vai até o campo para fazer as trocas de turno que, antes, era feita na sede da transportadora.

Segurança no trânsito

Outra preocupação do gerente da BRA é em relação à formação de comboios. Um acordo entre o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e as transportadoras proíbe que caminhões de transporte de madeira andem a menos de 500m de distância entre eles. No entanto, com os bloqueios parciais, as carretas ficam paradas na fila e acabam “se encontrando”. “Fazemos de tudo para não formar comboio, mas acaba ficando impossível prever. Por mais que a gente atrase a saída de uma carreta para que ela não saia junto com outra, elas acabam se encontrando na fila. Além disso, não somos só nós, existem outras transportadoras, também com carretas na estrada. E, se pararmos na estrada para evitar a formação de comboio podemos causar um acidente, já que a estrada não tem acostamento”, explica Jacinto.

Neste momento especial, o gerente da BRA pede a compreensão dos motoristas de veículos pequenos e recomenda que redobrem a atenção nas ultrapassagens. “Cada carreta tem 27m. Caso se encontrem duas ou, até, três em uma fila dessas, a distância ficará muito grande e arriscada para uma ultrapassagem. Pedimos a paciência dos motoristas de carros pequenos para evitarmos acidentes. É uma situação temporária, logo tudo volta ao normal e, melhor, com a rodovia reformada”, afirma Jacinto.

A obra

Uma das obras mais pedidas pelos moradores da região foi a recuperação da BR-262, que liga Três Lagoas a Campo Grande. O contrato para início das obras foi assinado há um mês e, desde então, as máquinas estão na pista, realizando bloqueios parciais quando necessário.

A rodovia será restaurada em um trecho de 190km, que compreende o trecho entre Três Lagoas e o Assentamento Mutum, em Ribas do Rio Claro.

A obra será de responsabilidade do Governo Federal, por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT.

O contrato prevê restauração completa da via, com implantação de acostamento e de uma terceira faixa em vários trechos, além de todos os dispositivos de sinalização e segurança pelo percurso. O prazo para a execução dos serviços é de dois anos.

Bloqueios parciais na estrada aumentaram os custos de operação das transportadoras de madeira em até 40%. Foto: Ricardo Ojeda

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