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quinta-feira, 25 de abril de 2024

Sindicatos da Indústria Gráfica abordam acordos coletivos, segurança no trabalho e tendências do setor

28/06/2016 09h04

O evento, promovido pelo Sindigraf-SP, reuniu 70 participantes. Foi realizado em Brasília em virtude da sua dimensão nacional e por se realizar num momento emblemático na história política brasileira

Assessoria

O 4º Encontro Nacional de Sindicatos da Indústria Gráfica apresentou um amplo cenário do setor para dirigentes de todo o Brasil. Os temas trataram sobre as estratégias de negociações coletivas de trabalho em momentos de crise; desafios e oportunidades para a atuação dos sindicatos empresariais; os benefícios do anexo da NR 12 de segurança do trabalho; e a visão do futuro e negócios para a indústria gráfica. Os painéis trataram, ainda, de dicas aos empresários para evitar problemas jurídicos e do panorama e perspectivas para micro e pequenas empresas no Brasil.

No evento, realizado em 22 de junho, o presidente do Sindigraf SP, Fábio Mortara, que está encerrando o mandato, foi homenageado pelo presidente da Abigraf Nacional, Levi Ceregato, e pelos presidentes da Abigraf SP, Sidney Anversa, e da Abigraf DF, Pedro Henrique Achcar Verano, além de outros dirigentes de todo o Brasil que estavam no evento. Ele recebeu um troféu em reconhecimento ao trabalho desenvolvido.

“Com a preciosa ajuda de todos, foi possível empreender numerosas conquistas e avanços. Dentre estes, saliento a criação do Comitê da Cadeia Produtiva do Papel, Gráfica e Embalagem (Copagrem), no âmbito da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp); o resgate da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), que foi totalmente reestruturada; a adesão do Brasil à iniciativa mundial Two Sides, em sua luta para defender a indústria de comunicação impressa; o grande avanço do Projeto Bibliotecas – Leitura para Todos; a consolidação da Semana de Artes Gráficas (SAG); a introdução da Semana da Indústria Gráfica (Sigra) e a criação deste Encontro dos Sindicatos”, afirmou Mortara.

O presidente da Abigraf Nacional Levi Ceregato expôs aos participantes que a Abigraf Nacional engajou-se, desde o início, na campanha dos setores produtivos em prol de uma solução da grave crise política que atinge o Brasil. “Nosso posicionamento contra a corrupção e a incompetência no Estado foi firme, objetivo e transparente, inclusive por meio da imprensa. Defendemos corajosamente o impeachment e a instituição de um novo governo. Agora, esperamos e cobraremos que o presidente em exercício Michel Temer adote as soluções consensuais defendidas pelos setores produtivos, para que o Brasil possa iniciar o mais rapidamente possível um processo de recuperação”, analisou.

NEGOCIAÇÕES COLETIVAS

O consultor jurídico da Abigraf, Sérgio Juchem, fez uma ampla análise das estratégias de negociações coletivas de trabalho em momentos de crise. Em sua apresentação expôs que as negociações coletivas anuais nunca são idênticas, especialmente porque o País apresenta riscos de estabilidade e as mudanças são muitas vezes imediatas. “Há uma crise com novo conteúdo ético, político e econômico, que exige postura diferente”, disse ele.”Não se sabe quando a situação vai arrefecer ou ser superada, e não há uma definição clara do que vai acontecer”.

Segundo ele, a hora é de cautela e as negociações têm outro foco: “Lutar para manutenção de empregos”. O palestrante encerrou sua participação, admitindo que não há muitas perspectivas políticas concretas para o futuro.
Representando a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a gerente de Desenvolvimento Associativo, Camila Cavalcanti, argumentou que há grandes desafios no momento. O primeiro é a crise de confiança. “Nosso desafio é gerar confiança em nossos interlocutores e nos nossos públicos de interesse”, informou. Camila salientou que há oportunidades no espaço de atuação dos sindicatos empresariais. “O caminho é ter mais proatividade na busca de novos associados. Temos que ter mais eficiência na gestão e atuação. É preciso bater à porta da indústria e é necessário destacar um executivo especializado para atuar, visitar e mostrar o valor do sindicato para a indústria”, recomendou.

VISÃO INTERNACIONAL

O consultor de empresas, Randall Swope, da Gimbel & Associates, em sua fala no 4º Encontro, constatou que tem havido mudanças no mercado gráfico. Dentre as mais expressivas, estão o aumento dos custos indiretos como impostos, o aparecimento de competidores não tradicionais e a redução de volumes de impressões, além outras novidades. As mudanças no cliente sinalizam o crescimento do volume de embalagens de baixa tiragem, o fortalecimento do marketing um a um, e a customização entre novas possibilidades do setor. “Cerca de 60% da edição digital em cores contém hoje versões personalizadas”, observou.

Esse consultor norte-americano, com experiência no mercado brasileiro, comentou que o empresário gráfico precisa agregar valor para seus clientes e que se ele continuar fazendo apenas o que tem feito não vai ter um grande futuro. “É preciso se preparar para ganhar com estratégias diferenciadas”, receitou ele. Para Swope é necessário formular ações para crescimento e ter capacidade para expandir, além de implementar rapidamente o que adotou para a empresa. O especialista enfatizou que o planejamento do retorno sobre investimento (ROI) é a razão do negócio. “O sucesso diante da crise e realidade brasileira é planejar para o futuro e não só reagir a questões situacionais. O caminho para obter ou aumentar lucro é o valor agregado, porque serviços com mais valor representa crescimento. É preciso novos serviços para cobrar mais caro”, justifica.

SEGURANÇA NO TRABALHO

Tratando de aspectos mais especializados do setor, o presidente da Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG), Cláudio Barone, falou da Norma Regulamentadora Nº 12 (NR 12), que trata da segurança no trabalho em máquinas e equipamentos, e que está discussão na Fiesp para verificar a inclusão de um anexo do setor da indústria gráfica. Um texto deve ser encaminhado em breve para uma Comissão Nacional Tripartite Temática do Ministério do Trabalho a fim de incluí-lo na Norma.

As dicas jurídicas para evitar condenações foram o tema do juiz do trabalho Marlos Malek. Na apresentação, contou que há casos no setor gráfico de hostilidades ao empregador. Disse, ainda, ser preciso certos cuidados como nos momentos da contratação e nos períodos de experiência. É conveniente, segundo ele, ter atenção com as horas extras e sistemas de compensação, bem como intervalos para descanso, fatos que podem gerar processos judiciais. São necessários cuidados no que diz respeito ao acúmulo e no desvio de função quanto às horas extras e o trabalho externo. Funções de confiança não podem receber horas extras, mas precisam ser bem caracterizadas. Se o empresário permitir apelidos dentro da empresa ou chamar atenção em público, tem a possibilidade de passar por adversidades no âmbito jurídico.

(*) Sindigraf-SP

Dirigentes Sindicais: participação de lideres de todo o País.(Foto: assessoria)

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