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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Nuna Viana projeta Câmara coesa, dinâmica e de resultados

05/02/2011 10h43 – Atualizado em 05/02/2011 10h43

Durante a entrevista Nuna fala de seus projetos para a Câmara, da relação da Casa com o Executivo municipal, do ambiente político no Legislativo entre outros assuntos

Gilmar Lisboa

Eleito em 2008 com 1.699 votos para seu primeiro mandato, o vereador Jurandir da Cunha Viana Júnior, de 52 anos, o Nuna Viana (PMDB), experimentou uma ascensão meteórica no núcleo do Legislativo de Três Lagoas. Com apenas dois anos de mandato, foi conduzido de forma surpreendente, no final de 2010, ao comando da Câmara, numa eleição em que teve de lutar contra correligionários do próprio PMDB, inclusive.

Vencido o pleito e num gesto de grande nobreza política, Nuna se encarregou de trabalhar para dissipar o clima de racha que se instalou no Legislativo durante a eleição que o projetou à Mesa Diretora da Casa. A estratégia vingou e o vereador admite que, a partir de agora, a Câmara atuará unida na votação de projetos de interesse do município, independente da linha política de cada um dos 10 membros da Casa.

Na entrevista da semana do Perfil News, Nuna, que é professor de educação física e graduado em administração de empresas, fala de seus projetos para a Câmara, da relação da Casa com o Executivo municipal, do ambiente político no Legislativo e de sua proposta de incluir os vereadores, de forma mais permanente, nos debates sobre a implantação de novos projetos industriais no município.

Perfil News: O Sr. herdou uma Câmara dividida politicamente, em função justamente de sua eleição à presidência e do problema da votação tardia do orçamento do município para 2011, que somente aconteceu em janeiro deste ano. Isso poderá comprometer a condução dos trabalhos na Casa durante a sua gestão?
Nuna Viana:
Os atritos que aconteceram na Câmara, entre o final de 2010 e o início deste ano, são coisas do passado. Foram incidentes pontuais que foram substituídos, no atual momento, por posições mais maduras, mais moderadas. Hoje a agenda da Câmara é outra. Estamos priorizando a unidade dentro da Casa, independente das vocações políticas, para que projetos essenciais sejam votados e transformados em decisões práticas que facilitem a vida dos moradores. Se existe alguma aresta a ser aparada envolvendo vereadores, o problema não passa pela Câmara. São atritos destes vereadores com o Executivo, envolvendo discordâncias político-partidárias.

PN: Mas os atritos entre certos segmentos da Câmara com a prefeitura não poderão prejudicar projetos de interesse da comunidade?
NV:
Não acredito nisso, porque os vereadores que hoje têm atrito com a prefeitura saberão diferenciar as rivalidades políticas, dos projetos de interesse do município.

PN: Mesmo fazendo parte da base aliada da prefeita Márcia Moura (PMDB), o Sr. pretende cobrar ações que considera essenciais e que porventura não venham a ser priorizadas pelo município?
NV:
Certamente. Ao mesmo tempo em que seremos parceiros da prefeitura, vamos cobrar ações que visem melhorar a qualidade de vida da população.

PN: O Sr. certamente adotará uma postura diferenciada em relação ao seu antecessor, o vereador Fernando Milan (PMDB), na presidência da Câmara. Quais os projetos que vai priorizar durante sua gestão?
NV:
Entre os projetos que vou priorizar estão a criação do Portal da Transparência, para divulgar, via internet, as ações dos vereadores e os gastos da Câmara; a reforma das estruturas físicas da Casa; e a implantação da Guarda Municipal e da Polícia Mirim, para, respectivamente, reforçar a segurança pública e preparar jovens carentes na área da cidadania.

PN: Um dos primeiros atos seus à frente da Câmara foi dispensar servidores comissionados ligados ao vereador Fernando Milan (PMDB). Isso não vai lhe trazer desgastes políticos ao longo da gestão?
NV:
Não vejo desta forma. É natural que, na troca de gestões na Casa, quem entra indique pessoas de sua confiança para os cargos mais estratégicos. Os servidores que tive de afastar certamente entenderam a razão de seu afastamento e remanejamento.

PN: Como pretende arrumar dinheiro para conduzir uma ampla reforma nas estruturas físicas da Câmara?
NV:
Pretendo conduzir uma política rígida de contenção de gastos. Além disso, o duodécimo da Câmara deverá ser 12% maior do que o de 2010, algo em torno de R$ 680 mil, o que nos dará fôlego para tocar as obras, que envolvem a ampliação de gabinetes, principalmente.

PN: Sabe-se que os salários dos vereadores de Três Lagoas deixam muito a desejar se levado em conta o que recebem vereadores de cidades menores do Estado. O Sr. tem algum projeto para tentar reajustar os salários?
NV:
Vamos insistir junto ao Tribunal de Justiça para que encontremos uma forma de melhorar nossos salários, que hoje se restringem a R$ 3,9 mil, o que tem levado muitos colegas a dividir a tarefa de vereador com outras atividades mais lucrativas.

PN: Qual seria o salário ideal para os vereadores do município?
NV:
Por lei, os vereadores teriam de ganhar 40% do que ganham os deputados estaduais, cujos vencimentos foram reajustados recentemente para um pouco mais de R$ 20 mil. Nossa reivindicação é justa e amparada por preceitos legais.

PN: O Sr. pretende ampliar a participação dos vereadores nas discussões sobre a vinda de novos empreendimentos principalmente industriais ao município?
NV:
A Câmara, a exemplo da prefeitura, tem de, obrigatoriamente, ser inserida nestas discussões. O passo mais importante já dado nesse sentido em nossa gestão foi debater, recentemente, na Câmara, a instalação do shopping center previsto para Três Lagoas. É um projeto que tem tudo para dar certo e os vereadores estarão envolvidos na luta por sua concretização.

PN: Com relação à demora do poder público em recuperar os estragos causados pelo vendaval de setembro de 2010, o que a Câmara pode fazer para que as obras sejam agilizadas?
NV:
A Câmara estará atenta a esse trabalho de reconstrução. Acontece que a demora em se iniciar a recuperação dos pontos afetados pelo vendaval ocorre pelo fato das verbas estarem demorando a chegar ao município, provenientes do governo federal. Eu particularmente não entendo porque as verbas demoram tanto a chegar.

PN: A prefeitura se depara frequentemente com a recusa de alguns moradores em limpar terrenos baldios, o que contribui para a proliferação de doenças, como a dengue, por exemplo. O Sr. é a favor de medidas punitivas a esses moradores?
NV:
Os donos de terrenos que se negarem a limpar os lotes têm de ser punidos de forma exemplar. Sou a favor de multas e outras medidas que forcem esses moradores a se enquadrarem na lei. A prefeitura também pode limpar os terrenos e depois mandar a conta para os infratores. Apoiamos isso.

Perfil News: E sobre o desrespeito à Lei da Fila, que prevê que nenhum cliente poderá ficar mais de 15 minutos na espera de atendimento bancário. A maioria dos bancos ainda não respeita tal regra na cidade. Nesse caso a Câmara poderá sugerir novas medidas para forçar o respeito á lei?
Nuna Viana:
Claro que sim. A Câmara ficará atenta a casos em que bancos insistem em não respeitar essa regra. Se necessário vamos criar novas medidas para forçar o respeito aos clientes nas agências.

Nuna durante entrevista ao vivo à TV Perfil
Foto: Gilmar Lisboa

Nuna ao lado de Ricardo Ojeda, durante entrevista ao vivo à TV Perfil
Foto: Gilmar Lisboa

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