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sexta-feira, 19 de abril de 2024

O voto,a cidadania e a internet

21/09/2006 15h59 – Atualizado em 21/09/2006 15h59

Eduardo Favaretto* Em pleno ano de eleições, no qual comemoramos dez anos do procedimento por meio de urnas eletrônicas e onze anos do uso da Internet comercial, quase 126 milhões de brasileiros vão obrigatoriamente dirigir-se às urnas para escolher seus governantes nas esferas estaduais e federais. A votação eletrônica eliminou a distribuição de cédulas em papel e a lentidão na apuração dos resultados, aumentando a eficiência do processo com uma melhor garantia contra possíveis fraudes. E mesmo com essa mudança tão gritante, há algumas pessoas que relutam em votar: segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, no mês de agosto, com 2000 eleitores, 57% afirmaram que não votariam se não houvesse a obrigatoriedade do voto. Deixando cada motivo pessoal de lado, tais pessoas não fariam o uso do direito de ser cidadão brasileiro, e exprimir a opinião sobre qual é o candidato que apresente a melhor proposta para dirigir nos próximos quatro anos o nosso Estado e País, influenciando nos rumos de nossas vidas e no dia-a-dia das empresas onde trabalhamos. A Internet comercial nos proporcionou o acesso às informações em tempo real, tornando-nos verdadeiros consumidores de tudo aquilo que há disponível: serviços bancários, comércio eletrônico, supermercados, filmes, livros, jornais atualizados e músicas, que contribuem para a nossa cultura e são partes integrantes do nosso cotidiano. Além disso, este é o ano das eleições na mídia Internet. Conforme dados do IBOPE do mês de agosto de 2006, dos 126 milhões de eleitores, cerca de 32 milhões usam a Internet, ou seja, 25% do total de eleitores brasileiros podem buscar informações sobre as eleições. Quanto aos candidatos, devido à nova lei que proíbe os “showmícios”, a utilização de outdoors, a distribuição de camisetas, dentre outros, a Internet é a mídia fortemente explorada. Não lhes restaram muitas alternativas, senão aderir à mídia que agora se tornou à bola da vez. Há muitos recursos a serem utilizados – sites, blogs, e-mail marketing e canais para discussão – para promover a interatividade com o eleitor e a conquista dos votos de indecisos. Pela Internet, os brasileiros podem acompanhar as pesquisas, ler sobre os candidatos, verificar suas declarações de bens e consultar outras informações disponíveis. Este é o papel da mídia Internet hoje: manter-nos atualizados e tornar-nos integrados com o que ocorre em nosso meio. E, sem dúvida, com este modelo de sociedade voltada para a tecnologia, no futuro, já poderemos utilizar a própria Internet também para votar. Parece um cenário futurista, mas não é! Partindo do pressuposto que já temos 25% do eleitorado com o acesso a Internet, somada à pequena amostra representada pelos eleitores, que só votarão devido à obrigatoriedade, talvez se já houvesse o acesso ao voto pela Web estes poderiam votar de suas próprias casas ou escritórios, assim como já fazemos na entrega de nossas declarações do Imposto de Renda. O voto justificado também deixaria de existir – qualquer cybercafe no mundo seria uma máquina de votação. Poderíamos exercer o nosso direito de cidadão e ainda ter o voto impresso na mão, da mesma forma que recebemos nosso comprovante de entrega da declaração de Imposto de Renda. Os idosos, analfabetos, comunidades indígenas e comunidades carentes, sem acesso a facilidade do computador pessoal conectado a Internet, poderiam deslocar-se para centros públicos de acesso a votação (similarmente as seções eleitorais de hoje), onde microcomputadores conectados à Internet fariam o papel das urnas eletrônicas. A sociedade já está condicionada a contínua modernização tecnológica e invariavelmente, este cenário é promissor. A informação transmitida por bits e bytes, no ritmo que já está acontecendo, nada nos impedirá de atingir esse estágio. * Eduardo Favaretto, criador do iBUSCAS – gestor de soluções para Internet (www.ibuscas.com.br) e do iBUSCAS Voto Eletrônico, é especialista em Tecnologia da Informação e Internet. Cursou física no Instituto de Física da USP e engenharia elétrica na UNESP (e-mail: [email protected]).

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