05/12/2002 15h23 – Atualizado em 05/12/2002 15h23

O ministro israelense da Defesa, Shaul Mofaz, defende a instalação de equipamentos contra mísseis em aviões civis por causa de um atentado ocorrido na semana passada no Quênia. A informação foi divulgada hoje por uma fonte do serviço de segurança do país.

A idéia de Mofaz é instalar esse equipamento em pelo menos 30 aviões que cubram rotas internacionais consideradas de alto risco. Segundo o jornal “Yedioth Ahronoth”, esse sistema emite um feixe de raios laser capaz de desviar um míssil termoguiado.

Algumas companhias aéreas acham que o novo equipamento é muito caro, mas vários especialistas israelenses acreditam que o investimento compensa.

Reuven Pedhatzur, piloto e analista militar, disse que esse sistema é ideal porque todos os mísseis disponíveis para organizações clandestinas são guiados por calor, como os Stinger e os SA-7.

No dia 28 de novembro, dois SA-7 foram disparados contra um avião israelense que decolava de Mombaça, no Quênia. Os mísseis erraram o alvo. No mesmo dia, um atentado terrorista matou 16 pessoas, das quais três israelenses, em um hotel próximo da cidade.

Mais de US$ 1 milhão por avião

O ex-comandante da Aeronáutica Eitan Ben-Eliahu defende a instalação do novo sistema, mas lembra que cada um deles custará entre US$ 1 e 2 milhões por avião. Um Boeing 757-300, igual ao que foi alvejado em Mombaça, custa, por exemplo, US$ 90 milhões.

Segundo o Yedioth Ahronoth, Mofaz quer que o governo destine US$ 9 milhões para a primeira fase do projeto. Não ficou claro se a idéia dele é que as empresas também arquem com uma parte dos custos.

A maior companhia aérea de Israel, a El Al, considerada uma das mais seguras do mundo, não quis comentar a proposta. A empresa tem 31 aviões. A Arkia, dona do avião que sofreu a tentativa de atentado, tem 11 aviões e aluga outros 28. O fato de os mísseis terem passado tão perto despertou suspeitas de que seus aparelhos já sejam equipados com o sistema antimísseis.

Todos os especialistas ouvidos dizem, porém, que o sistema não é perfeito. Pedhatzur defende, por exemplo, que helicópteros exerçam uma vigilância constante sobre aeroportos considerados de risco.

Fonte: Reuters

05/12/2002 15h03 – Atualizado em 05/12/2002 15h03

Há pouco mais de três meses na comarca de Rio Brilhante, o juiz de direito da Primeira Vara Cível do município, Márcio Alexandre Wust, 32 anos, responsável pelo processo de falência da usina de álcool Novagro – situada no município vizinho de Nova Alvorada do Sul e arrendada para a usina Santa Fé, do empresário Benedito Coutinho – está determinado a concluir o processo que tramita há sete anos naquela Comarca. Ele disse que não pretende paralisar as atividades da usina, pois entende que os prejuízos seriam grandes, tanto pelo lado social como também material, já que o maquinário entraria em processo de deterioração. “Isso representaria prejuízos para a massa falida”, comentou.

O novo síndico da massa falida, nomeado esta semana pelo juiz, o advogado Max Lázaro Trindade Nantes, de Campo Grande, também partilha da mesma idéia, de não paralisar “de forma alguma” as atividades da usina. Ele fez questão de garantir, principalmente à população de Nova Alvorada do Sul, de que não só o Judiciário, como também o Ministério Público estão atentos para a questão social. Porisso não deverão permitir a paralisação das atividades da usina. “Nenhuma medida truculenta será tomada no caso”, garantiu.

O juiz Márcio Alexandre explicou que tomou a medida de “lacrar” a usina na terça-feira, como medida judicial, Já que o síndico, responsável pela administração da massa falida, Willian Rubira de Assis, não estaria cumprindo com suas obrigações para com o caso. Porisso foi destituído da função. Da mesma forma, todos os seus atos, automaticamente, foram anulados pelo juiz Márcio Alexandre Wust, que, juntamente com o novo síndico, fez um acordo com o empresário Benedito Coutinho, proprietário da usina Santa Fé, para que os trabalhos na usina continuassem até o final da atual safra, ou seja pelos próximos 20 dias.

O síndico Max Lázaro informou que já está trabalhando no sentido de solucionar de vez o problema da massa falida. Uma das saídas, segundo ele, é a venda antecipada da usina. Enquanto isso não for possível, ele estuda também a possibilidade de realizar um novo contrato de arrendamento, que pode ser mantido tanto com a empresa Santa Fé, ou com outra destilaria que se interessar. O importante, segundo ele, é que a proposta de arrendamento será aberta e obviamente o empresário Benedito Coutinho, que já está instalado no local, terá maiores facilidades de atender aos requisitos necessários do novo contrato, segundo avaliação do síndico.

Por sua vez, o empresário Benedito Coutinho tem interesse em comprar a usina e expandir os negócios, inclusive com a produção de açúcar em Nova Alvorada do Sul. O empresário, que também é dono da usina Santa Helena, instalada no município de Nova Andradina, pretende terminar a safra da usina Santa Fé, com uma produção de 56 milhões de litros de álcool, com a destilaria de 720 mil toneladas de cana-de-açúcar.

Para o próximo ano, o empresário pretendia aumentar em pelo menos 30% esses números, ou seja, 50% em relação à safra de 2001.

Em recente audiência pública realizada no município, para tratar da questão do destino da Novagro, Benedito Coutinho falou de sua inteção de adquirir a usina através de leilão.

O prefeito de Nova Alvorada, Vanildo de Souza Leão parabenizou ontem a Justiça por não permitir a paralisação da usina, principalmente agora, nessa fase final da safra e de fim de ano, quando mais de mil funcionários deverão receber seus vencimentos, inclusive o décimo terceiro salário. A empresa, segundo ele, emprega em torno de 1,2 mil funcionários, diretamente. Os empregos indiretos chegam a mais de três mil.

A comissão parlamentar da Câmara de Vereadores do município – formada por Dorival Barbosa Campos, Cláudio Augusto Souza Brandão e Arley Silva Barbosa – criada para realizar a audiência pública, também mostrou-se satisfeita com a decisão judicial de não fechar a usina. O vereador Dorival Barbosa, presidente da comissão, acredita que o Judiciário agilizará o processo para que seja concluído e o problema da massa falida, definitivamente solucionado.

Fonte: Wilson Aquino

05/12/2002 14h57 – Atualizado em 05/12/2002 14h57

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, descartou há pouco que a crise política no Paraguai, com a aprovação hoje do impeachment do presidente Luiz Angel González Macchi, possa trazer transtorno ao encaminhamento de questões que estão sendo conduzidadas – hoje e amanhã – na XXIII Reunião do Conselho do Mercado Comum (Mercosul), em Brasília.

O país vizinho terá, a partir de janeiro, a responsabilidade de conduzir as negociações em curso no bloco, após o término do mandato atual do Brasil, que será no final deste ano. De acordo com Lafer, não houve problema quando a Argentina ocupou o posto meio a uma séria crise política e econômicoa. O ministro informou também que nas reuniões que estão acontecendo desde a manhã de hoje, com seus pares sul-americanos, “estão sendo feitos importantes relatos do grupo de monitoramento econômico dos países do bloco”, além de ajustes das referências estatísticas para avaliação do desempenho ecômico de cada um dos países membros.

Fonte: Agência Brasil

05/12/2002 14h53 – Atualizado em 05/12/2002 14h53

Guerrilheiros esquerdistas assassinaram hoje com tiros o prefeito de um povoado no centro da Colômbia, elevando para 12 o número de políticos municipais mortos de forma violenta neste ano, afirmou a polícia.

Jesús Antonio Núñez, prefeito de Ambalema, na Província de Tolima, foi arrancado de sua casa por homens armados e assassinado mais tarde em uma área isolada, nas margens do rio Magdalena, 100 quilômetros a oeste de Bogotá.

A polícia responsabilizou as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) pelo crime. As Farc são o principal grupo rebelde do país, com 17 mil combatentes. Em junho passado o grupo ameaçou assassinar ou sequestrar os 1.097 prefeitos do país se eles não renunciassem a seus cargos.

Na região onde aconteceu o assassinato de Núñez, operam comandos das Farc, grupo rebelde que diz lutar para instaurar um sistema socialista na Colômbia, país de 40 milhões de habitantes com forte desigualdade social.

Desde que a guerrilha ameaçou os prefeitos colombianos, incluindo aí os de cidades como Bogotá, Medellín e Cali, dezenas de prefeitos renunciaram, enquanto outros despacham de grandes capitais ou de batalhões militares com medo de serem assassinados.

Fonte: Reuters

05/12/2002 14h51 – Atualizado em 05/12/2002 14h51

Pesquisadores da UFSCar acabam obter o primeiro resultado prático do mapeamento genético da cana-de-açúcar. Eles identificaram um gene que é responsável pela produção de proteína capaz de inibir o crescimento de fungos causadores de doenças na planta. Com a descoberta será possível selecionar variedades de cana-de-açúcar mais resistentes a pragas ou até fazer outras transgênicas com essa característica.

O seqüenciamento do genoma da cana-de-açúcar, realizado entre abril de 1999 e dezembro de 2000, foi resultado de um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que envolveu cerca de 60 laboratórios do Estado, entre os quais o Laboratório de Fitopatologia Molecular e Engenharia Genética (Lafimeg), da UFSCar.

Foram identificados 43 mil genes, cujos fragmentos – cerca de 300 mil seqüências – estão armazenados no Brazilian Clone Collection Center (BCCC), em Jaboticabal (SP), construído especificamente para esse fim.

O que o biólogo Flávio Henrique da Silva, do Departamento de Genética e Evolução da UFSCar, e sua orientanda, Andréa Soares da Costa, fizeram foi pegar essas seqüências gênicas e compará-las com o banco de dados do Gene Bank – o banco mundial de genes. “Encontramos uma seqüência na cana similar a uma presente no arroz, que produz uma proteína capaz de impedir o crescimento de fungos”, explica Silva. “Ela inibe a cisteinoprotease, uma proteína fundamental para o desenvolvimento do fungo.”

Depois de identificado o gene responsável pela produção da proteína inibidora de fungos – batizada por eles de canacistatina -, os pesquisadores o implantaram na bactéria E. coli. “Essa bactéria passou, então, a produzir a canacistatina em grande quantidade”, explica Silva. “Nós pegamos essa proteína produzida, a purificamos e a testamos.”

Segundo Silva, foram realizados testes, tanto in vitro como in vivo. “No primeiro, colocamos em contato a canacistatina com a cisteínoprotease. Notamos que a primeira inibiu a segunda, como esperávamos. Depois testamos a canacistatina diretamente no fungo não patogênico Trichoderma ressei (que não casa a doença) e nos patogênicos Colletrichum s.p. e Fusarium moniliforme. Constatamos que ela impede o crescimento dos fungos.”

O Fusarium é praga onipresente nos canaviais, causando grandes prejuízos, já que provoca doenças na base do gomo ou uma espécie de “podridão” no topo da cana. A descoberta dos pesquisadores da UFScar pode ser uma solução contra essa praga.

Fonte: Ag. Estado

05/12/2002 14h49 – Atualizado em 05/12/2002 14h49

Nos últimos vinte anos, a população de Mato Grosso do Sul cresceu quase uma vez e meia. De acordo com os últimos censos demográficos, o maior crescimento é nas regiões urbanas do Estado. Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o próprio crescimento vegetativo nas áreas urbanas, a migração com dentro do próprio Estado e a recuperação de áreas que em censos anteriores eram consideradas rurais foram basicamente as conseqüências do processo de urbanização que passou de 67,11% em 1980 para 79,45% em 1991 e chegou a 84,08% em 2000. Os dados fazem parte das Tendências Demográficas, divulgadas hoje pelo IBGE.

Fonte: Campo Grande News

05/12/2002 14h46 – Atualizado em 05/12/2002 14h46

Um preso morreu durante rebelião, nesta manhã, na Casa de Custódia de Viana, na Grande Vitória.

O motim começou por volta das 6h, quando presos da ala 1 tentaram invadir a ala do seguro, onde ficam os presos condenados por estupro e outros que não são “aceitos” pelos demais detentos. A ala 1 abriga 144 presos e no seguro estão 64.

A PM foi acionada e o motim terminou. Durante revista, um revólver calibre 38, de numeração raspada, foi apreendido.

A polícia vai investigar a causa e o autor do assassinato do preso.

Fonte: Folha Online

05/12/2002 14h44 – Atualizado em 05/12/2002 14h44

Campo Grande – O governador de Mato Grosso do Sul, José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT, recebeu hoje em seu gabinete o diretor-presidente do grupo Avipal, José Carlos Treiguer, que entregou o projeto e a planta para a construção, em 2003 e instalação, em 2004, de uma indústria de produção de leite longa vida e queijo mozzarela, no município de Nova Andradina, envolvendo todos os produtores da região do Vale do Ivinhema.

O investimento previsto é de R$ 23,6 milhões, sendo R$ 16,5 milhões do Fundo Constitucional do Centro Oeste e R$ 7 milhões de capital próprio da empresa. Participaram da audiência com o governador, o prefeito Roberto Hashioka, de Nova Andradina, e o deputado estadual Londres Machado (PL), que foram os principais interlocutores do projeto, o secretário de Receita e Controle, Paulo Duarte, e vereadores.

O prefeito Hashioka elogiou o apoio que o governador vem concedendo em termos de incentivos fiscais para a consolidação de pólos agroindustriais no Estado. “A região do Vale do Ivinhema já mantém um trabalho forte na área do gado de corte e deve ampliar a sua atuação na pecuária leiteira”, acrescentou . Ele aproveitou a oportunidade para convidar o governador Zeca do PT para participar, no dia 20 dia dezembro, da festa de aniversário do município.

Fonte: Agência Brasil

05/12/2002 14h43 – Atualizado em 05/12/2002 14h43

Os ministros da Fazenda, Pedro Malan, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Sérgio Amaral, e das Relações Exteriores, Celso Lafer, participaram na manhã de hoje da abertura da 23ª Reunião de Cúpula do Mercosul. O evento aconteceu no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

O encontro termina amanhã e reúne os presidentes dos países que integram o bloco (Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai), e dos países considerados parceiros econômicos do Mercosul, Chile e Bolívia.

Fonte: Terra

05/12/2002 14h34 – Atualizado em 05/12/2002 14h34

A circulação de trens da linha 1-Azul (Jabaquara-Tucuruvi) do Metrô de São Paulo será interrompida domingo (8) entre as estações Tietê e Santana por causa da implosão de pavilhões da Casa de Detenção do Carandiru, na zona norte da cidade.

Segundo a empresa, a interrupção ocorrerá por volta das 11h e os trabalhos afetarão “minimamente a operação comercial”. No entanto, a circulação será suspensa por medida de segurança.

Pouco antes do horário programado para implosão, um dos acessos da estação Carandiru será fechado e os usuários serão retirados das plataformas.

Imediatamente após a implosão “e verificadas as condições de segurança”, a operação comercial será normalizada, afirma o Metrô.

Implosão

A implosão dos pavilhões 6, 8 e 9, marcado para ocorrer por volta das 11h, marca o fim da penitenciária. Serão utilizados mais de 300 quilos de explosivos.

O local dará lugar a um parque, com centros de cultura, lazer e de formação profissional.

A Casa de Detenção foi desativada em 15 de setembro, depois de 46 anos de funcionamento, quando os últimos 74 presos foram transferidos para presídios no interior do Estado.

Rebeliões, tumultos e fugas marcam a unidade, que tem como episódio mais lembrado o Massacre do Carandiru, que completou dez anos em outubro. A intervenção policial, que deveria controlar uma rebelião, resultou em 111 mortes.

Os pavilhões 2 e 7 ficaram abertos ao público entre os dias 20 de setembro e 15 de novembro. O público teve acesso a um dos espaços em que os condenados ficavam confinados e a uma exposição do artista Siron Franco sobre o massacre.

Mais de 90 mil pessoas visitaram o presídio desativado.

Fonte: Folha Online

05/12/2002 14h30 – Atualizado em 05/12/2002 14h30

“Essa é uma atitude extrema, só replantamos quando de fato a soja morre. Além de onerar os custos de produção, a soja de hectares replantados perde em produtividade e ocupa espaço por mais tempo, prejudicando outras culturas como algodão e milho safrinha. Há um comprometimento do ciclo produtivo, pois o que colhíamos em janeiro será adiado na mesma proporção de tempo que levou para ser semeado”, explica o sojicultor Antônio Sérgio Rossani.

O produtor conta que 70 hectares foram replantados. “Quinze dias após o plantio a soja morreu. A cultura não suporta quatro dias seguidos de sol quente. Os trabalhos que sempre são encerrados entre os dias 27 e 28 de novembro, ainda estão sendo executados. Faltam cerca de 20% para a conclusão do plantio”, aponta Rossani.

Outro fator que interfere na cultura são os sobre-custos que os produtores estão tendo. Mesmo sem saber mensurar o percentual de acréscimo sobre a lavoura, Rossani conta que apenas para o plantio normal da soja, os custos por hectare ficam entre US$ 230 a US$ 250.

O replantio exige novas sementes, novos produtos sobre a semente, adubos, defensivos e inseticidas. Este contratempo não estava orçado pelos sojicultores, que para o início dos trabalhos se depararam com insumos reajustados em até 87%, em função da alta do dólar, se comparados a maio deste ano.

Com relação aos insumos, dois produtos importantíssimos na cultura da soja para solos mato-grossenses aumentaram, em média, cerca de 50%. Na categoria de fertilizantes e corretivos, o superfosfato simples, era cotado em maio a R$ 300 a tonelada. Em novembro, o mesmo produto e na mesma quantidade está custando R$ 560, um aumento de 87%. Na categoria de formulados, outro componente importante para a sojicultura, em maio a tonelada custava R$ 416, atualmente custa R$ 690, ou seja, uma elevação de custos de mais de 34%.

“Esses são os reflexos dos impactos imediatos que o setor produtivo está sofrendo neste momento de custeio de safra. O cenário começou a ser desenhado em julho, com as primeiras altas da moeda norte-americana. O produtor que não se abasteceu de insumos no momento da venda da produção está pagando por produtos com valores infinitamente superiores ao pico da cotação que negociou a sua produção”, explica o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA), Amado de Oliveira.

No momento, cerca de 80% da oleaginosa está plantada. A região Norte, caracterizada pela produção do grão precoce, está com mais de 90% de sua área cultivada.

O analista de mercado de Lucra Corretora, em Cuiabá, Geraldo Ornellas, explica que mesmo sobre estiagem, muitos produtores optaram por plantar, na esperança da chegada das chuvas. “Temos uma frente fria chegando, mas as chuvas estão isoladas. Em regiões muito próximas as precipitações acontecem e logo a frente nem uma gota é registrada. De fato, o clima está preocupando produtores em Mato Grosso, a instabilidade climática atrasa a produção, compromete a produtividade e onera custos”, frisa.

Ornellas lembra que as agências internacionais apontavam há algum tempo atrás que a América Latina sofreria com o El Niño em alguma fase de desenvolvimento da lavoura, seja, no plantio, no crescimento ou na colheita.

“Mesmo com as previsões que apontam a América Latina como recordista mundial em soja para a safra 2002/03, com o Brasil produzindo 49 milhões de toneladas e a Argentina 32 milhões, um total de 81 milhões de toneladas, as consequencias do El Niño poderão deixar lastros como o acontecido nos Estados Unidos, que computou uma quebra de mais de 5 milhões de toneladas”, completa Ornellas.

Por enquanto os problemas enfrentados com a soja são contrários aos números de mercado. Alguns exportadores estão cotando a saca de 60 quilos para entrega em janeiro a R$ 36, ou US$ 9,5. Para abril, a cotação com base no porto de Paranaguá está em US$ 11,70. “Valores bons, pois no início do ano passado o valor da saca era de US$ 7,70, e em reais estava cotada em cerca de R$ 15”, observa Ornellas.

Fonte: Diário de Cuiabá