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quarta-feira, 1 de maio de 2024

PAI: afasta de mim esses cálices!

09/08/2008 19h40 – Atualizado em 09/08/2008 19h40

Anecy de Fátima Faustino Almeida*

 

Concorda-se com o pensamento de autor desconhecido que afirma; “A coisa mais importante que um pai pode fazer pelo seu filho é amar a mãe dele” ao que acrescenta-se ser saudável e feliz.

 

Isto porque quando o homem ama a mãe do filho dele, ele a resgata da função exclusivamente materna para o papel e função de sua mulher-parceira afetivo-sexual. O resgate do papel de mulher que deve ser intensificado por volta do primeiro ano e meio do filho promove um equilíbrio no ser mãe e esposa corroborando para a identidade sexual masculina do filho.

 

A elaboração da identidade masculina do filho fica dificultada quando a mãe dele, não sendo resgatada para a função de mulher do pai vincula-se distorcidamente ao filho devotando-lhe toda a sua afetividade transformando-o ao longo dos anos em seu “namorado” inclusive tratando as namoradas dele, que certamente terá, como rivais.

 

A elaboração da identidade sexual do menino pode sofrer distorções – além de ser apontada como uma das inúmeras explicações estudadas na gênese da homossexualidade, com o fato do menino se apaixonar e vincular-se intensivamente a mãe na infância, pois não a percebe como mulher do pai, não identificando-se com ele.

A ausência de uma figura masculina de referência, que o(a) filho(a) goste e admire, que também imponha limites aos impulsos e a busca imediata da satisfação dos desejos e prazeres infantis, necessária para se socializar e imitar pode trazer inúmeros prejuízos na formação do caráter de meninos e meninas.

 

Os meninos têm dificuldades de copiar figuras femininas que interferem no seu processo escolar. Nele aceitam melhor o comando, a liderança, as orientações de figuras masculinas, mesmo que estas figuras tenham a idade deles.

 

Faz-se necessário, modelos masculinos adequados para a formação do caráter, da ética, da moral que previnem a formação de gangues e da criminalidade. Segundo o Dr Drázio Varela, a maioria dos homens internos nos presídios foram criados só por mulheres e provavelmente adotados por marginais. É importante atentar-se para o aumento de famílias chefiadas por mulheres em todo o país.

 

É aconselhável que no caso de garotos com conduta desviante e resistem às orientações familiares, peçam a intervenção de um parente, ou amigo da família que o menino ou adolescente goste, admire e respeite. Caso não resolva assim como as argumentações legais, jurídicas inspiradas nas recomendações do Estatuto da criança e do adolescente solicitar uma figura de autoridade para conversar, informar e orientar o adolescente: agentes sociais, educadores, juristas, policiais federais, civis e militares enfim profissionais sensíveis à causa de proteção, prevenção e promoção da integridade biopsicossocial de crianças e adolescentes.

É o pai que na formação do caráter dos filhos e filhas, potencializa suas habilidades e talentos incentivando-os na construção e manutenção da auto-estima de pessoa de bem, que respeita a si e aos outros e assume as conseqüências dos seus atos, na sua formação acadêmica, esportista, de liderança comunitária, na prevenção da: depressão, DST/Aids, gravidez, paternidade, dependência de drogas, consumismo.

È o pai que orienta as filhas sobre as estratégias de sedução , jogos de conquistas e indução sexual utilizadas pelos homens e as formas de auto proteção. Importantíssimo é o conhecimento, a supervisão e a abordagem do pai com os”ficantes” ou namorados das filhas e dos filhos com as perguntas fundamentais: “O que você faz da vida: estuda, trabalha…?” ; “Quais são suas intenções com este namoro?” e ao de despedir alertar: “FIQUEM ESPERTOS ! Estarei de olho em vocês!!” Recado dado, marcação cerrada, proteção paterna legitimada.

Enquanto o filho cresce o pai deve afastar dele os cálices das drogas lícitas e ilícitas, dos relacionamentos afetivo-sexuais codependentes em que os namoros atrapalham o desenvolvimentos das outras áreas da vida do filho: estudo, religião,amizades, voluntariado, etc ao tempo em que ensina o filho sobre as conseqüências boas ou ruins compatíveis com suas escolhas as quais devem ser feitas após muita reflexão. Desta forma, estará instrumentalizando o(a) filho(a) para que se auto cuide e se auto proteja de determinados cálices mortais.

 

*Psicóloga e professora universitária CPTL-UFMS

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