14/10/2002 09h50 – Atualizado em 14/10/2002 09h50
O Iraque apelou aos eleitores do país hoje para que votem “sim” em um plebiscito sobre um novo mandato para o presidente Saddam Hussein, argumentando que o pleito significaria um duro golpe contra os planos dos EUA de derrubá-lo do poder.
“As condições políticas e internacionais e as ameaças americanas e sionistas (judaicas) conferiram a esse plebiscito um novo significado”, afirmou o ministro das Informações do país, Mohammed Saeed Al Sahaf.
A votação de terça-feira acontece no momento em que Saddam, no cargo desde 1979, enfrenta possivelmente a maior ameaça a seu governo.
O presidente dos EUA, George W. Bush, defensor de uma política de “mudança de regime” para o Iraque, obteve na semana passada autorização do Congresso norte-americano para atacar o país árabe caso isso seja considerado necessário a fim de desarmá-lo.
Nesta semana, Bush pressiona os países-membros do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) para que aprovem uma resolução dura a respeito do Iraque.
O governo norte-americano acusa o país árabe de desenvolver armas de destruição em massa, um acusação que os iraquianos rechaçam.
“O 15 de outubro será um duro golpe contra os planos do amaldiçoado Bush”, escreveu o jornal “Babel”, de propriedade de Uday Hussein, filho do presidente do Iraque.
Quase 12 milhões de iraquianos poderão votar no plebiscito, em que devem responder “sim” ou “não” a um novo mandato de sete anos para Saddam.
Em face do controle rígido exercido pelas autoridades e da ausência de observadores internacionais ou de outros candidatos, o resultado da eleição é facilmente previsível.
Em um plebiscito similar de 1995, os resultados oficiais mostraram 99,96% de votos favoráveis à permanência de Saddam no poder.
Fonte: Reuters