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terça-feira, 16 de abril de 2024

Polícia acha marcas de sangue no muro da casa de idosos assassinados em SP

18/11/2006 12h08 – Atualizado em 18/11/2006 12h08

Folha Online

Na busca de pistas sobre o assassinato do casal Sebastião Esteves Tavares, 71, e Ilda Gonçalves, 68, a Polícia Civil de São Paulo encontrou rastros de sangue no muro da casa onde aconteceu o crime. O assassinato a facadas ocorreu na manhã desta sexta-feira, na rua Cayowaá, no Sumaré (bairro nobre da zona oeste de São Paulo). A arma do crime não foi localizada.O delegado José Vinciprova, titular da 1ª Delegacia de Homicídios do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), esteve na casa dos idosos neste sábado. A polícia também deve ouvir a avó do escrevente –Isaura, 93–, entre hoje e amanhã. Ela estava na casa no momento do assassinato.Na casa também estavam o filho das vítimas o escrevente Rogério Gonçalves Tavares, 42 –encontrado ferido com um corte no pescoço–, e a avó dele –Isaura, 93–, que nada sofreu. As marcas de sangue podem, segundo a Polícia, indicar que houve fuga logo após a morte. O escrevente foi levado para o hospital São Camilo e passou por cirurgia. Na sexta, ele foi ouvido pelo delegado José Vinciprova, na companhia de um advogado. Ainda no hospital, o escrevente disse aos policiais que um homem encapuzado cometeu o crime.Vinciprova afirmou que ainda é cedo para apontar suspeitos. Martins ouviu ao menos duas testemunhas: uma que acionou a PM (Polícia Militar) ao passar em frente à casa e ver o vulto de uma pessoa atacando outra com uma faca; e outra que afirmou ter ouvido uma briga entre os moradores. A investigação ficará sob responsabilidade do DHPP.Os policiais encaminharam para perícia a bermuda e os chinelos usados pelo escrevente. De acordo com a Polícia Civil, entre outros fatores, serão investigadas marcas encontradas no imóvel e nos muros da casa.CrimeO corpo de Sebastião foi encontrado no chão do corredor lateral da casa. Rastros de sangue indicam que ele foi morto na sala e arrastado até o corredor, ainda segundo a Polícia Civil. Ilda, por sua vez, foi achada no chão da cozinha, também seguida por um rastro de sangue.Uma hipótese levantada pelos policiais que acompanhavam o caso pela manhã era a de que tivesse havido um latrocínio (roubo seguido de morte) –porém, segundo a polícia, nada teria sido levado da casa. O depoimento da avó do escrevente deve corroborar a idéia. Em conversa informal, ela teria dito que permaneceu no banheiro da casa durante o ataque e que, ao sair, viu apenas os corpos de sua filha e do genro, e o neto, de cuecas, amarrado e deitado no chão.A polícia aponta contradições. Os depoimentos dos PMs que foram ao imóvel às 6h30 indicam que a avó estava em um dos quartos, e não no banheiro; e o escrevente estava de bermuda e chinelos. De acordo com os PMs, o escrevente tentou impedir a entrada deles na casa, e foi preciso negociar a abertura da porta.Como tinha um corte profundo na região do pescoço, assim que foi abordado, o escrevente foi socorrido e não corre risco de morrer. O escrevente trabalha há mais de dez anos na Secretaria de Administração do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.PerfilO casal de idosos encontrado morto nesta sexta era tido pelos vizinhos como calmo e amigável. Conforme uma vizinha ouvida pela Folha Online sob condição de anonimato, Sebastião seguia todas as manhãs, às vezes acompanhado da mulher, para o Santuário Nossa Senhora de Fátima do Sumaré, onde participava de uma missa.Nos fins de tarde, os dois caminhavam lado a lado pelas ruas do bairro. Ilda tinha o hábito de cultivar orquídeas e margaridas, e mantinha um pequeno jardim em frente à sua casa.

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