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quinta-feira, 28 de março de 2024

Porto de Ladário inicia exportações de commodities

11/05/2018 07h33

A alternativa logística facilita a exportação de grãos sul-mato-grossenses; retomada na exportação de soja acontece após cinco anos suspensa

Gisele Berto

Nesta semana Mato Grosso do Sul ganhou mais um modal logístico para exportação de commodities, com o carregamento de soja para a Argentina pelo porto do município de Ladário, a 330km de Campo Grande. O primeiro embarque transportou 33 mil toneladas pela hidrovia – seriam necessários 825 caminhões caso a carga fosse transportada por rodovias.

A alternativa logística passa a facilitar a exportação de grãos sul-mato-grossenses. Em 2015, decreto estadual criou uma zona especial de commodities, beneficiando produtores interessados a exportar pelos portos do Estado

O primeiro beneficiado foi Porto Murtinho, com a reativação do porto. Mas, ao chegar em sua capacidade plena, outras possibilidades começaram a ser criadas. Sendo a hidrovia do rio Paraguai o modal mais viável e a safra de soja recorde, a exportação por Ladário se torna uma nova oportunidade de mercado com logística.

Titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), o secretário Jaime Verruck afirma que criar alternativas logísticas é uma das missões do Governo do Estado. “Trabalhamos desde o início do Governo para gerar desenvolvimento com competitividade e as articulações logísticas, principalmente pela hidrovia, são fundamentais”.

RETOMADA DAS EXPORTAÇÕES

O terminal multimodal pertencente à Granel Química existe desde 1990 e, além dos grãos, atua com exportação de dois milhões de toneladas/ano de minérios (ferro e manganês) e importação de 100 mil m³ de combustíveis (diesel, gasolina e álcool). A retomada na exportação de soja acontece após cinco anos suspensa, graças a uma série de fatores que beneficiaram os produtores do Estado.

Ronald Smith, gerente financeiro do Grupo, afirma que o terminal tem capacidade fixa para armazenar 48 mil toneladas de grãos, mas dependendo da logística de chegada e saída da soja, é possível exportar seis milhões de toneladas ao ano. “A quebra de safra da Argentina e a safra recorde brasileira culminaram na retomada das exportações”.

Em cada viagem rumo à Argentina, o rebocador com 16 barcaças tem capacidade para transportar 33 mil toneladas de soja pelo rio Paraguai, com nove funcionários a bordo. Para a mesma quantia, seriam necessários 825 caminhões rodando pelas rodovias, com 40 toneladas cada.

A carga foi comprada pelo grupo argentino Vicentin, que fará o beneficiamento do grão para produzir óleo de soja. O diretor Peter J. Graham explica que o cenário favoreceu a aquisição de soja sul-mato-grossense e os portos são fundamentais para que o escoamento da produção com preços competitivos, seja eficiente. “Neste ano vamos comprar 500 mil toneladas de soja do Estado, graças ao preço e as facilidades na logística”.

O primeiro carregamento de soja para a Argentina pertence ao Grupo BR PEC e foi negociado pela Grannos Corretora. A princípio, estão sendo comercializados grãos de propriedades próximas de Ladário, entre 200 e 300 km, para manter o frete em valores competitivos ao mercado externo e interno.

Adriano Sarassene, diretor de Agricultura da BR PEC, afirma que com a abertura do porto de Ládario também se iniciou um novo mercado de vendas para o grupo. “Antes, nossa soja só ia para outros países como China, pelo porto de Santos, agora temos a oportunidade de exportar para outro cliente e muito mais fácil”.

O terminal multimodal pertencente à Granel Química existe desde 1990

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