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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Pressionado, presidente da Câmara de Curitiba renuncia

12/03/2012 15h29 – Atualizado em 12/03/2012 15h29

Pressionado, presidente da Câmara de Curitiba renuncia.

Terra

O presidente licenciado da Câmara Municipal de Curitiba, João Cláudio Derosso (PSDB), renunciou na tarde desta segunda-feira ao cargo na Mesa Executiva da Casa. A renúncia ocorre após pressões do próprio partido de Derosso para que ele deixasse o cargo, por conta das investigações sobre irregularidades nos contratos de publicidade do legislativo municipal, em que Derosso é acusado de contratar a empresa da própria mulher, Cláudia Queiroz Guedes, para prestar os serviços de publicidade e assessoria de imprensa da Casa.
A renúncia foi protocolada no plenário da Casa no momento em que a Câmara iniciava o processo de sorteio dos vereadores que comporiam uma comissão processante para julgar um pedido de destituição do presidente. Apresentado pela oposição, o pedido já contava com a assinatura de 29 dos 38 vereadores da Casa.
Em três parágrafos, Derosso – que estava de licença desde novembro do ano passado – justificou sua renúncia pelas “denuncias relacionadas à minha pessoa, ainda não provadas e que se encontram sendo apuradas pelos órgãos competentes do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado do Paraná”. O vereador disse que toma a decisão “para preservar meus pares, bem como a Câmara Municipal das acusações inverídicas”.
O agora ex-presidente da Câmara de Curitiba, que comandou a Casa por 15 anos, responde por improbidade administrativa devido a uma série de irregularidades em contratos de publicidade da Câmara. Ele foi acusado de contratar a empresa Oficina da Notícia, de propriedade de Cláudia Queiroz, em 2006, quando Cláudia era funcionária da Casa, o que é vedado pela Lei de Licitações. Posteriormente, Derosso assumiu relação afetiva com Cláudia, não sendo a relação de ambos um impeditivo para que os contratos fossem prorrogados em duas oportunidades. Pelo contrato, a empresa de Cláudia recebeu R$ 5 milhões.
Derosso foi alvo de processo no Conselho de Ética da Casa e de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), mas, com ampla maioria de apoio na Casa, conseguiu que os dois processos fossem arquivados. A movimentação por sua renúncia cresceu nas últimas semanas dentro do PSDB municipal, com uma avaliação de que o caso estaria desgastando politicamente o partido e, também, o prefeito Luciano Ducci (PSB), pré-candidato à reeleição. Na semana passada, o líder do partido na Câmara, vereador Emerson Prado, recomendou que Derosso renunciasse. Com a negativa, autorizou que sua bancada assinasse a representação do PT, que precisava de 20 assinaturas para ser aceita pela Mesa, o que não ocorreria sem apoio da bancada de situação.
“Foi a decisão mais acertada, acaba com a crise política dentro da Câmara, permitindo que retomemos nosso foco aos projetos importantes para a cidade”, disse Emerson Prado. “Não acaba por aqui, ele ainda vai responder na Justiça e no Tribunal de Contas pelas irregularidades que cometeu, mas, no âmbito da Câmara, como não podemos fazer julgamentos, consideramos nosso objetivo alcançado”, disse o líder da oposição, Jony Stica (PT).

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