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terça-feira, 23 de abril de 2024

Prestes a completar um ano na prefeitura, Márcia faz “raio-x” de sua gestão

19/03/2011 10h00 – Atualizado em 19/03/2011 10h00

A prefeita fez um balanço da sua gestão e falou sobre os planos para Três Lagoas

Gilmar Lisboa

A prefeita de Três Lagoas, Márcia Moura (PMDB), completa no final deste mês um ano à frente do comando do município.

Elevada à condição de prefeita no dia 31 de março de 2010, por ocasião do afastamento da então prefeita e atual vice-governadora Simone Tebet (PMDB), de quem era vice, Márcia é a entrevistada da semana do Perfil News.

Professora universitária, ex-secretária municipal e ex-vereadora, de 51 anos, casada e mãe de dois filhos, na entrevista, a prefeita faz um balanço de seus 12 meses de administração, elenca projetos que pretende colocar em prática até o final de seu mandato, em dezembro de 2012, fala de sua relação com Simone Tebet, além de comentar sobre a luta que trava para combater um câncer.

Perfil News – Quando a Sra. assumiu a prefeitura, pediu um voto de confiança à população. A Sra. acha que já retribuiu a essa confiança?

Márcia Moura – Tenho dado tudo de mim para atender aos desejos da população, nos mais diferentes aspectos.

PN – A Sra. deu um tom pessoal à administração do município ou tem dado prosseguimento às diretrizes da gestão de Simone Tebet?

MM – Estou trabalhando para honrar os compromissos feitos por Simone junto à população. Tenho seguido basicamente as mesmas diretrizes da gestão dela.

PN – Como é substituir Simone Tebet na prefeitura. É uma tarefa difícil?

MM – Substituir Simone não é nada fácil, porque aumenta nossa responsabilidade em relação aos projetos tocados pelo município.

PN – Como avalia o primeiro ano de sua gestão?

MM – Tive momentos conturbados nesse período. Surgiram, nesse meio tempo, alguns dissabores. Como as dificuldades surgidas para equacionar os problemas decorrentes do vendaval que atingiu a cidade em setembro de 2010, que, aliás, ainda persistem.

PN – Como vê o comportamento da população em relação a algumas dificuldades que tem enfrentado na condução do município?

MM – A população tem dado respaldo ao meu trabalho, além de ter tido bastante paciência com alguns problemas ainda pendentes.

PN – Cite algumas conquistas de sua administração?

MM – Entre essas conquistas elenco a renovação do contrato do município com a Sanesul, para tratamento e distribuição de água, e o projeto, ainda em andamento, que vai permitir que se crie um Plano de Cargos e Salários para o funcionalismo municipal. Outra conquista foi a venda da folha salarial do funcionalismo a um banco que opera na cidade, que garante à prefeitura R$ 4,2 milhões mensais, valores que estamos investindo em obras estruturais, como de drenagem e pavimentação.

PN – Como avalia a performance política de Simone Tebet?

MM – Simone é um ícone da política do Estado. Ela é exemplo de dinamismo, capacidade e competência. Simone contribuiu para a abertura política e tem elevado o nome de MS no cenário nacional.

PN – Considera que tem trabalhado na direção de reduzir as desigualdades sociais no município?

MM – Tenho trabalhado para isso. Minha meta é reduzir, de forma substancial, o abismo social que ainda existe na sociedade de Três Lagoas. Com isso, penso que estou dando um retorno à confiança depositada pelos eleitores na minha gestão.

PN – Na área da saúde o que a Sra. tem feito para reduzir os problemas que ainda afetam o setor?

MM – Já avançamos muito nessa área. Estamos trabalhando muito, por exemplo, para reduzir os problemas pontuais que atinge o setor. Equacionamos, por exemplo, muitos dos problemas que existiam na área do pronto-atendimento. Atualmente, trabalhamos num projeto que vai permitir que consultas e exames, além de medicamentos, sejam requisitados via internet. Isso vai agilizar os atendimentos e reduzir os problemas de filas nas unidades de saúde da cidade.

PN – E no setor de habitação, o que a Sra. espera mudar em sua gestão?

MM – O setor é um dos mais sensíveis do município. Atualmente, existe um déficit de mais de quatro mil moradias no município. Mas estamos avançando para minimizar os problemas do setor. Recentemente, por exemplo, graças aos esforços da vice-governadora Simone Tebet, o município foi contemplado com a aprovação de um projeto para a construção de 728 casas populares. Isso é um grande avanço, sem dúvida.

PN – No caso das obras estruturais, como de drenagem e pavimentação, o que existe de novidade para os próximos tempos?

MM – Temos uma previsão de investimentos nesses setores, nos próximos meses, de R$ 6,8 milhões. Um total de R$ 4,2 milhões foi garantido com a venda da folha de pagamento a um banco que opera na cidade, e outros R$ 2,6 milhões deverão ser repassados pela União. Com isso, vamos fazer um trabalho muito bom nessas duas áreas.

PN – Com relação à limpeza da cidade, a prefeitura pretende ser mais dura com os moradores que não colaborarem, por exemplo, com o asseio dos terrenos baldios?

MM – O que estamos fazendo neste sentido são mutirões, em parceria com a população e várias entidades de classe e órgãos públicos, como o projeto Cidade Limpa, para garantir a limpeza das regiões mais críticas nesse sentido. Mas é claro que a prefeitura não deixará de cobrar a limpeza dos lotes vazios, de seus proprietários. Essa tarefa terá de ser encampada pelos proprietários dos imóveis, sem dúvida. Nesse caso, tem muita gente que está colaborando, mas, por outro lado, tem aqueles moradores que precisam se conscientizar sobre seu papel.

PN – Com relação à sinalização de trânsito, o que a prefeitura espera fazer para melhorar o setor?

MM – Nos próximos dias vamos colocar em prática um amplo projeto para reforçar e reestruturar a sinalização. Pretendemos investir cerca de R$ 227 mil na compra e reforma de novos semáforos, além de na aquisição de dezenas de novas placas para melhor orientar os motoristas, principalmente. Também temos em mente um projeto que vai rever e ajustar os nomes das ruas, para melhor identificá-las.

PN – Sobre os estragos causados pelo vendaval de 2010. O que a prefeitura vem fazendo para agilizar as verbas oriundas da União?

MM – Estamos fazendo grandes esforços para que estas verbas finalmente cheguem. Já atendemos a todos os requisitos exigidos pelo governo federal para termos direito ao dinheiro que, não se entende porque, está emperrado em Brasília, nos causando muitos transtornos e desgaste. De um total de R$ 10 milhões pedidos, a União só empenhou R$ 1,8 milhão, que mesmo assim está difícil de ser liberado. Vou esperar mais 30 dias pelas verbas. Depois vou pessoalmente a Brasília exigir o repasse urgente desse dinheiro, porque não aguentamos mais esperar. A população prejudicada pelo vendaval também está bastante inquieta.

PN – A sua ida a Brasília fará mesmo com que o dinheiro para as obras do vendaval, e para outros projetos essenciais, seja apressado?

MM – Espero que a presidente Dilma Rousseff reconheça a importância do repasse urgente desses recursos. Precisamos da proteção dela, de sua contribuição para que problemas considerados de natureza urgente no município sejam finalmente equacionados.

PN – E com relação ao crescimento desenfreado da cidade, que ocorre juntamente com o surgimento de novas demandas em setores essenciais, como saúde e segurança, por exemplo, o que a prefeitura tem feito para que o município não fique carente de alguns desses serviços?

MM – Em parceria com o governo do Estado estamos trabalhando para dotar os setores básicos do município da mínima estrutura de atendimento. Não podemos deixar que os novos trabalhadores que estão chegando fiquem à mercê, quando o assunto é saúde e segurança, principalmente. Muitas das saídas para essas demandas têm sido
financiadas com recursos que só agora começam a ser repassados pelos grandes empreendimentos industriais instalados na cidade, decorrentes de tributos de toda ordem.

Perfil News – A Sra. tem driblado os mais diferentes problemas estruturais da cidade com saídas, muitas vezes, quase heróicas. Por outro lado, ainda enfrenta o dilema de um câncer que a acomete há algum tempo. Como tem sido lutar contra essa enfermidade?

Márcia Moura – Tenho encontrado forças junto a Deus e aos meus familiares para lutar contra a doença e, ao mesmo tempo, administrar o município. Muitos moradores me entregam bíblias e têm orado por mim. Tudo isso tem me dado força para continuar meu trabalho junto à prefeitura. Só que apesar disso, não tenho usado a doença para driblar os problemas que tenho enfrentando em minha administração.

Márcia fez um balanço de sua administração durante entrevista à TV Perfil
Foto: Gilmar Lisboa

Márcia ao lado do diretor do Perfil News, Ricardo Ojeda, durante entrevista à TV Perfil
Foto: Gilmar Lisboa

Márcia falou sobre seus desafios como prefeita e projetos para o futuro
Foto: Gilmar Lisboa

A prefeita ainda revelou como vem enfrentado a luta contra o câncer
Foto: Gilmar Lisboa

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