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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Professores de Matemática da UFMS projetam possível impacto no sistema de saúde do Estado

Estudos mostram que número de infecções deve começar a cair apenas em setembro e que o sistema pode colapsar se confirmados continuarem a subir; projeção foi solicitada pela prefeitura da Capital, mas ampliada para todo o Estado devido ao número crescente de confirmações

A pedido da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) de Campo Grande professores do Instituto de Matemática, Erlandson Saraiva, e da Escola de Administração e Negócios, Leandro Sauer, estão desenvolvendo modelos estatísticos regionais sobre a quantidade de casos da Covid-19.

Os estudos começaram levando em conta apenas os casos na Capital mas, segundo os pesquisadores, devido ao aumento significativo dos casos confirmados da doença em Mato Grosso do Sul, houve a necessidade de efetuar o registro também para o Estado. “Modelamos as quantidades registradas no estado. Dessa forma é possível estudar o possível impacto que o aumento de casos em MS terá no sistema de saúde pública”, comentam.

Apesar do Mato Grosso do Sul ser hoje o Estado com o menor número de casos confirmados do país e de ter a menor taxa de ocupação de leitos hospitalares em decorrência da doença a realidade pode mudar – e o cenário que se projeta não é bom.

O que o futuro reserva

Para elaborar o relatório, foram utilizados os dados divulgados até o dia 17 de maio. Os professores ajustaram três modelos de crescimento e selecionaram o modelo que melhor explica os dados. “O modelo selecionado tem como estimativa para quantidade máxima de casos confirmados 17.824 casos. Além disso, o ponto de inflexão é estimado somente para o dia 183 (12 de setembro) com 6.557 casos confirmados. Ou seja, a partir desse modelo, estamos em uma fase de crescimento dos casos; e as taxas de notificação começarão a diminuir somente a partir de 12 de setembro, se nada for feito”, explicam.

Professores de Matemática da UFMS projetam possível impacto no sistema de saúde do Estado

Utilizando simulações computacionais, os professores obtiveram as projeções para as quantidades de pacientes diagnosticados com a Covid-19 que precisarão de atendimentos em leitos clínicos e de UTI. “As simulações consideraram aumentos de 10%, 20%, 30%, 40% e 50% da taxa atual e um procedimento de somas móveis, em que, a quantidade de leitos ocupados em um dia qualquer passa a estar liberada após 10 dias para os leitos clínicos e 21 dias para os leitos de UTI”, dizem.

De acordo com Erlandson e Leandro, os resultados mostram que, para 20% de aumento da taxa de notificação (de 2,47% para 2,96%), aproximadamente 200 pessoas precisarão de atendimento em leitos clínicos na última semana do mês de julho. Com relação aos leitos de UTI estima-se que aproximadamente 110 pessoas precisarão de atendimento, também na última semana do mês de julho.

“No pior cenário considerado, 50% de aumento da taxa de notificação (de 2,47% para 3,70%), os resultados mostram um colapso do sistema de saúde pública. Estima-se que entre 2 mil e 2,2 mil pessoas precisariam de atendimento em leitos clínicos e entre  500 a 650 pessoas precisariam de atendimento em leitos de UTI”, ressaltam.

Para eles, as projeções mostram a importância de se seguir as orientações de isolamento social a fim de reduzir a taxa de contaminação e a quantidade de pessoas que poderiam precisar de internação hospitalar.

Informações e texto-base: Vanessa Amin
Agência de Comunicação Social e Científica (Agecom/UFMS)

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