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terça-feira, 23 de abril de 2024

Ramez Tebet foi um político conciliador

18/11/2006 11h23 – Atualizado em 18/11/2006 11h23

Dourados Informa

Durante os 40 anos em que atuou na política, o senador Ramez Tebet (PMDB), falecido na noite de ontem, ocupou cargos como governador de Mato Grosso do Sul e presidente do Senado, a mais alta Casa Legislativa brasileira. Entre 1961 e 1964, Ramez exerceu o cargo de promotor público na sua cidade natal, Três Lagoas, a 326 km de Campo Grande. Após este período dedicou-se a advocacia e ao magistério até o ano de 1975 quando foi eleito prefeito de Três Lagoas. Após o fim de seu mandato foi empossado como Secretário de Estado de Justiça. Sua filha Simone Tebet é a atual prefeita de Três Lagoas. Um ano depois, tornou-se deputado estadual estadual na primeira legislatura da recém-nascida Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul. Nos anos como deputado estadual, participou ativamente dos trabalhos de elaboração da primeira Constituição de MS. Foi o relator da constituinte. Deixou a Assembléia Legislativa para compor na vaga de vice de Wilson Barbosa Martins (PMDB) a chapa que seria eleita para governar o Estado na primeira eleição direta para os governos estaduais desde a implantação da ditadura militar. Em 14 de março de 1986, quando Wilson se afastou para concorrer ao Senado, Ramez assumiu o governo. Seu mandato se estendeu até 15 de março do ano seguinte, quando deu a posse ao sucessor Marcelo Miranda (PMDB). Entre 1987 e 89 atuou como superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco). O grande salto político de Ramez Tebet se dá nos anos 90 e no início desta década. Em 1994 foi eleito senador e, numa legislatura conturbada onde senadores pela primeira vez renunciaram a seus mandatos para escapar do risco de cassação, ganhou projeção nacional ao ser vice-líder do governo e presidir a Comissão de Ética do Senado. Em 2000, foi presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Judiciário. Após o episódio da quebra do sigilo do painel eletrônico do Senado em 2001, que resultou nas renúncias dos senadores Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA) e do então líder do governo José Roberto Arruda (PSDB/DF), Jader Barbalho (PMDB/PA) chegou à Presidência do Senado. Em junho de 2001, Ramez Tebet foi nomeado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso como ministro da Integração Nacional, mas ficou no cargo só três meses. Em setembro de 2001, abatido por denúncias que o envolviam com um suposto esquema de desvio de verbas da Sudam (Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia), Barbalho também renunciou para escapar ao risco de cassação. Foi então, com a principal casa legislativa brasileira acéfala, que um amplo acordo político de emergência resultou na saída de Ramez do ministério para ser eleito presidente do Senado – posição que ocupou até janeiro de 2003. Coube a ele emposssar o presidente da República eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2002, Ramez Tebet foi reeleito com a maior votação já obtida por um político de Mato Grosso do Sul: mais de 730 mil votos. Nesta legislatura, ele esteve envolvido com temas importantes da agenda política nacional como a reforma tributária e foi o relator da nova Lei de Falências. Ramez também foi escolhido membro-titular das duas comissões mais poderosas do Senado: a de Constituição e Justiça e a de Assuntos Econômicos.

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