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Três Lagoas
quinta-feira, 28 de março de 2024

Rindo da cara do perigo, sul-mato-grossense vive como se não existisse pandemia

Uma das 10 cidades com mais casos positivos da doença, Três Lagoas tem apenas 37,4% de isolamento social – menor do que no antes da pandemia; hoje há mais casos ativos do que recuperados no Estado

Mesmo com números recordes, tanto de óbitos, quanto de testes positivos que só nas últimas 24 horas confirmaram 417 novos infectados, as taxas de distanciamento social se mantiveram praticamente nulas em Mato Grosso do Sul com índice de 36,7% registrado nesta terça-feira (23).  

O isolamento social é praticamente inexistente se comparar com os índices mapeados pela In Loco em fevereiro, antes da confirmação dos primeiros casos de Covid-19 no Estado. Para se ter uma ideia, o feriado de carnaval com a mobilidade liberada, o índice da terça de carnaval foi de 43% e da quarta-feira de cinzas ficou em 36%, ou seja, embora haja medidas restritivas de mobilidade, o comportamento da sociedade tem sido de dias comuns sem a circulação de um vírus altamente contagioso e letal.  

Rindo da cara do perigo, sul-mato-grossense vive como se não existisse pandemia
Gráfico à esquerda mostra taxas mapeadas desde fevereiro

Os números expressivos que tem se apresentado no Estado podem ser atribuídos a movimentação do feriado de Corpus Christi, levando em conta o período de incubação do vírus no organismo que pode ser de até 14 dias conforme a ciência. Números atualizados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira (24) mostram avanço acelerado da doença.

“Os números apresentados hoje, mostram que há mais de 20 dias estamos verificando crescimento exponencial. Frutos da insensibilidade de parte significativa da nossa população, que infelizmente não tem atendido nossos apelos diários”, declarou o secretário de saúde, Geraldo Resende ao anunciar o novo quadro epidemiológico com 6,2 mil casos confirmados e 56 vidas perdidas para a doença.

Entre as capitais brasileiras, Campo Grande ocupa a 25° colocação com índice de isolamento social de 36,1%. O comportamento da população nas cidades com maior número de casos no Estado não é diferente: e as taxas não passam dos 42%, quando a recomendação mínima da SES é de 60%.

Nas dez cidades com mais positivos para a doença, as taxas para o dia foram: Dourados (39,3%), Guia Lopes da Laguna (33,9%), Três Lagoas (37,4%), Corumbá (38,9%), Fátima do Sul (41,3%), Rio Brilhante (33,9%), Chapadão do Sul (39,1%), Paranaíba (37,4%), Itaporã (35,2%), e Douradina (41,9%). 

Rindo da cara do perigo, sul-mato-grossense vive como se não existisse pandemia
Antes do coronavírus, população circulava sem preocupação na Capital; agora, a diferença está apenas no uso de máscaras (foto: Saul Schramm/arquivo)

Recorde atrás de recorde

O Estado bateu hoje, mais uma vez, o recorde de novos casos registrados em 24h: foram 417 exames positivos para o novo coronavírus de ontem para hoje. O número de casos confirmados da doença no Estado chega a 6.201.

O número de óbitos também cresce em escala exponencial. Enquanto em todo o mês de maio foram registradas 11 mortes em decorrência da doença, em junho, até agora, já são 36. No total, 56 pessoas foram a óbito em razão da Covid-19 no Estado.

Além disso, o número de pessoas com o vírus ativo é maior do que o número de pessoas recuperadas: 3211 pacientes ainda não terminaram a quarentena, enquanto 2934 já são considerados curados.

As taxas de hospitalização e ocupação de leitos também são as maiores desde o início da pandemia: 33% dos leitos de UTI do SUS estão ocupados no Estado. Apenas em leitos públicos, são 65 internados em UTI com confirmação ou suspeita de Covid. Há poucos dias essa taxa era de 14%.

A macrorregião de Corumbá flerta com o perigo, com 70% dos leitos globais (Covid e Não-Covid) já ocupados. Em Campo Grande são 64%, em Dourados, 53% e em Três Lagoas, 44%.

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