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quarta-feira, 24 de abril de 2024

Rio não quer ficar com Beira-Mar. E nem o resto do país

14/09/2002 10h58 – Atualizado em 14/09/2002 10h58

RIO DE JANEIRO (CNN) — Manter o traficante de drogas mais famoso do Brasil atrás das grades tornou-se um pesadelo para as autoridades de segurança do Rio de Janeiro, que insistem na solução do problema.

Depois de comandar uma chacina dentro de Bangu I, presídio considerado de segurança máxima, com quatro presos mortos, Beira-Mar ainda debochou dos policiais quando se rendeu, na manhã de quinta-feira.

Nesta sexta-feira, a governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, prometeu anunciar um destino para Beira-Mar. E confirmou que o estado do Acre, na região norte do país e que mantém um presídio federal, já teria sido sondado.

O presidente Fernando Henrique Cardoso chegará ao Rio à noite e está previsto que converse com Benedita sobre o problema, em busca de uma solução urgente.

O presídio no Acre foi cogitado, mas o secretário de Segurança do Acre, Cassiano Marques, telefonou ao secretário de Justiça do Rio de Janeiro, Paulo Saboya, e já deixou claro que não tem condições de receber o traficante, de acordo com o jornal O Globo.

O principal motivo alegado seria que o Acre faz fronteira com a Bolívia e a Colômbia, onde está o principal foco do tráfico internacional de cocaína.

No presídio do Acre já cumprem penas criminosos de peso, entre eles, o ex-deputado federal Hildebrando Pascoal, condenado por chefiar um grupo de extermínio no norte do Brasil.

Foi nesta região, inclusive, que Beira-Mar se refugiou, recebendo apoio da guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), até ser preso pelo Exército do país, no ano passado.

As autoridades do Rio de Janeiro temem que a permanência de Beira-Mar no estado possa desencadear uma guerra entre as facções criminosas da cidade.

O secretário estadual de Segurança Pública, Roberto Aguiar, denunciou que Beira-Mar vem mantendo contatos com líderes do tráfico em outros estados, a fim de formar uma organização criminosa nacional.

Como parte de seu intuito, Beira-Mar promoveu a rebelião desta semana em Bangu I, na qual seu principal rival na disputa pelo tráfico de drogas e armas no Rio de Janeiro, Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, foi morto.

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