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quarta-feira, 17 de abril de 2024

Sem acordo, Policiais Civis também podem entrar em greve no Estado

02/06/2015 16h49 – Atualizado em 02/06/2015 16h49

A categoria pede enquadramento ao salário de piso superior, promoção automática para os servidores, além de melhorias e investimentos na segurança

Fábio Jorge

Não bastasse profissionais da saúde e educação em Mato Grosso do Sul terem suspendido as atividades, a segurança também ameaça parar a prestação de serviços. Amanhã, quarta-feira (03), policiais civis de todo o Estado realizarão uma assembleia para votar um indicativo de greve que pode iniciar nos próximos dias. O plebiscito acontecerá às 12h, na sede da Sinpol –MS (Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul) em Campo Grande.

Se a votação for favorável e não houver acordo com o governo estadual diante das reivindicações, policiais e agentes civis de Mato Grosso do Sul cruzarão os braços, interrompendo diversos trabalhos como investigações, intimações, emissão de documentos, análise de ocorrências e expedição de processos para o judiciário.

O presidente da Sinpol – MS, Alexandre Barbosa, declarou que não houve avanço nas reuniões com o governador Reinaldo Azambuja que, havia proposto maior reconhecimento para a categoria, em época de campanha. Ele disse que foram realizadas três reuniões com o executivo estadual, mas sem sucesso nas negociações.

“O governador prometeu em campanha que o salário do agente civil seria o 5º melhor do país. Hoje, permanecemos no 18º lugar”, ressaltou Alexandre.

PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES

Entre as principais cobranças do Sinpol está a valorização salarial. A classe pede um enquadramento no piso superior, os profissionais têm graduação e recebem o salário estipulado para nível médio. Outra reivindicação é a promoção automática sobre cargos e classificações, considerando que, alguns agentes ficam anos sem receber a progressão profissional, porque só ocorre quando há abertura de vagas. O presidente considera que, sendo atendidos os pedidos vai melhorar, inclusive, o trabalho em locais de difícil acesso, como as regiões que fazem fronteiras com a Bolívia e Paraguai, onde, muitos policiais se recusam a prestar serviços.

REALIDADE NAS DELEGACIAS

Outra questão que Alexandre e toda a classe esperam ser solucionada pelo Governo Estadual é a precariedade pela qual se encontram as delegacias. Segundo ele, prédios de várias cidades estão em situação de risco e com estruturas impróprias para um bom serviço. O presidente comenta que a falta de investimento na segurança tem afetado o trabalho também, sendo que sempre falta combustível, munições e, muitas vezes, os próprios servidores compram com o próprio dinheiro. Retirar presos que estão nas celas das delegacias também está entre as exigências.

“Existe inclusive a falta de efetivo, para compor os plantões. Em todo o Estado, há uma defasagem de 700 policiais. Tendo uma delegacia regional, Três Lagoas conta com cerca de 60 servidores, divididos entre as cidades vizinhas (Selvíria, Brasilândia, Água Clara e distritos) e é muito pouco diante do crescimento da população”, frisou Alexandre. Ele lembrou ainda que desde o final de 2013, cerca de 190 novos policiais foram aprovados em concurso, mas até o momento, não foram empossados pela administração estadual.

“Nós não queremos entrar em greve, queremos apenas ter nossos direitos reconhecidos e respeitados. Caso o governador Reinaldo Azambuja não acate aos nossos pedidos, a partir da semana que vem, a Sinpol – MS determina a paralisação geral”, concluiu.

A votação acontece amanhã, na sede da Sinpol em Campo Grande (foto: divulgação)

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