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sábado, 20 de abril de 2024

Sem receber rescisões trabalhadores fecham duas importantes rodovias de Três Lagoas

05/12/2014 14h05 – Atualizado em 05/12/2014 14h05

Para fugir dos revoltosos, a direção do Consórcio teria mudado o escritório na cidade para o site da Fábrica de Fertilizantes, deixando os trabalhadores sem pagamento das rescisões trabalhistas

Léo Lima e Ricardo Ojeda

Os acessos de Três Lagoas a São Paulo e Brasilândia estão bloqueados desde a manhã desta sexta-feira (05), por conta de manifestação pacífica de trabalhadores do Consórcio UFN3, que constrói a Fábrica de Fertilizantes (Fafen) da Petrobrás, em reivindicação de seus pagamentos referentes às rescisões contratuais que estão vencidas há pelo menos um mês.

Em frente a Fafen, na BR-158, desde o começo da manhã de hoje, cerca de 800 trabalhadores usaram galhos de árvores, pedaços de madeiras e barreira humana para interditar os dois lados da rodovia. Mais tarde, no final do período matutino, outros grupos deram início a novos bloqueios.

Primeiramente, em frente ao escritório do Consórcio, na avenida Ranulpho Marques Leal, trecho urbano da BR-262. Daí, partiram para o trevo de acesso ao Distrito Industrial, em frente à fábrica da Mabel e ao campus II da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Galhos, pedaços de madeira, pedras, ferragens, entre outros materiais – além de barreira humana – foram usados para o intento.

Enquanto isso, outro bloqueio, na mesma rodovia, na rotatória de entrada da cidade, estava sendo montado. Depois, esse grupo resolveu fechar de vez o acesso de veículos entre São Paulo e Três Lagoas, interrompendo o tráfego em cima da barragem da Usina de Jupiá.

Todos esses bloqueios foram acompanhados por equipes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do 2º Batalhão de Polícia Militar, que conferiram o clima pacífico dos manifestantes.

CONSCIENTIZAÇÃO

Os motivos da manifestação e a forma do protesto foram bem recebidos por grande maioria dos usuários retidos nos bloqueios. Conscientes, os manifestantes permitiram que ambulâncias e veículos com ocupantes doentes passassem nas barreiras.

Alguns descontentes retrucavam, questionando o direito de ir e vir. Um exemplo foi o condutor de um GM Corsa vermelho com capô preto que trazia como passageiro um colega com seu cachorro pit bul. A dupla desceu do veículo com o cachorro. Mas, os manifestantes não se sentiram incomodados e peitaram a tentativa de intimidação com posição firme: “não passa”. Após diálogo, os três (cachorro, dono e motorista) seguiram viagem para o lado paulista.

Presentes também nesse bloqueio em cima da barragem, agentes da PRF alertaram os manifestantes que estavam em área de segurança nacional e portanto deveriam escolher outro ponto da rodovia para protestar.

MOTIVO DO PROTESTO

De acordo com os manifestantes, cerca de 800 trabalhadores, demitidos no começo do mês passado (e até antes), deram três chances de o Consórcio empregador honrar com os compromissos assumidos em negociação. Houve, primeiramente, a promessa de que as rescisões seriam pagas no dia 3 de novembro; daí ficou para o dia 10 do mesmo mês e em seguida para o dia 25. “Até agora eles [a direção do Consórcio] não cumpriram nada e nós ficamos a ver navios”, comentou um revoltoso demitido.

Com os nervos à flor da pele, como diz o próprio presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil Pesada (Sintiespav), Nivaldo Moreira, os demitidos podem se revoltar e patrocinar “quebra-quebra” na cidade. Estão sem alimentação e muitos, que moram na cidade, não tem como pagar os aluguéis dos imóveis que locaram.

Segundo os manifestantes, principalmente os do grupo que se postou em frente ao escritório da UFN3 na cidade, na manhã de hoje, no local somente se encontravam guardas-seguranças. “Não tinha ninguém do administrativo”, comentaram.


Patrulheiro da PRF acompanhou a movimentação dos manifestantes que bloquearam a barragem da usina hidrelétrica de Jupiá formando longa filas no local (Foto: Ricardo Ojeda)

Nas proximidades da entrada do Distrito Industrial os manifestantes fizeram o primeiro bloqueio (Foto: Ricardo Ojeda)

O segundo bloqueio da BR 262 foi próximo à entrada do Arena Mix, na BR 262 (Foto: Ricardo Ojeda)

O terceiro bloqueio dos trabalhadores aconteceu na rotatória de acesso à saída para São Paulo (Foto: Ricardo Ojeda)


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