Construtora alega que valores para manter a equipe não foram adicionados ao contrato; retirada do administrativo gerou clima tenso entre operários, que interromperam os trabalhos de construção
Após reportagem publicada pelo Perfil News, sobre a interrupção das obras do Hospital Regional, a Construtora Sial deu a sua versão dos fatos.
De acordo com operários, o “administrativo sumiu” e, por isso, não havia técnico de segurança para distribuir EPIs aos funcionários. Além disso, corria o boato de que uma pessoa teria sido infectada pelo coronavírus e afastada.
Segundo o engenheiro Pedro Henrique Rossi, da Sial, a história procede “em partes”.
De acordo com ele, a empresa realmente tirou a equipe de administração local da obra. Essa equipe era composta por engenheiros, mestre de obra e técnico de segurança do trabalho.
“Isso ocorreu porque, em 16 de maio do ano passado, solicitamos ao Governo do MS o aditivo da Administração local. Este item foi previsto contratualmente para 24 meses, e como o prazo da obra esticou por fatores alheios à nossa responsabilidade, já estamos há 36 meses na obra e nosso custo com a administração local aumentou, sendo assim como o contrato é regido pela modalidade de contratação ‘empreitada por preço unitário’, devemos ser remunerados por esse acréscimo de custos”, afirmou Rossi.
O engenheiro afirmou que a equipe não foi retirada abruptamente da obra. No início de abril deste ano a Sial teria comunicado oficialmente ao Governo que iria retirar a administração local caso não fossem remunerados pelo serviço.
Como não houve retorno do Governo, a equipe foi retirada ontem, dia 27, causando os boatos entre os operários. “Não podemos mais suportar um custo tão alto sem sua devida remuneração”, disse Rossi.
No entanto, em relação à alegação dos funcionários de que estão sem EPIs e com risco de contágio, segundo ele “isso não tem o menor cabimento”. “As medidas de proteção e segurança continuam, são aquelas que já foram reportadas aqui nesta própria página e já informadas oficialmente ao Ministério do Trabalho”, disse Rossi.
Ainda segundo a Sial, “não existe nenhum funcionário com possibilidade de ter sido contaminado”.
As alegações
Ainda sobre a equipe de administração local, a Sial afirmou que o Governo do Estado teve praticamente um ano para analisar a questão pleito e 25 dias para pagar a empresa pelo serviço extra ou providenciar outra equipe para administrar localmente a obra.
O Governo do Estado teria alegado verbalmente que ainda existiria saldo financeiro do item na planilha. “Isso ocorre devido ao critério de medição adotado, situação que nada tem a ver com o valor devido a ser pago. O valor fixado em planilha a ser pago foi fixado prevendo 24 meses de serviço, como já estamos com 36 meses deve-se pagar essa diferença”, disse Rossi.
A paralisação
De acordo com a Sial, existem encarregados para definição de quais serviços devem ser executados e almoxarife para distribuição de ferramentas e materiais. Por isso não haveria motivos para funcionários paralisarem os serviços.
“Por isso, eles terão as horas não trabalhadas descontadas até a retomada dos trabalhos. Aqueles que persistirem serão demitidos por desídia no desempenho de funções e insubordinação”, completou a Sial.