23/09/2002 13h16 – Atualizado em 23/09/2002 13h16
Mesmo que as emissões dos gases que causam o efeito estufa sejam reduzidas a curto prazo, o clima da Terra ficaria mais quente ao longo dos próximos 50 anos, de acordo com um estudo financiado pela Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos.
Se os países limitarem as emissões desses gases, o processo de aquecimento do planeta não seria tão intenso, mas prosseguiria, segundo uma simulação feita por computador especialmente para a pesquisa.
“O aquecimento global continuará em certa medida, mesmo que o volume dos gases do efeito estufa no ar não seja incrementado, mas pode ser muito menor que o pior cenário previsto”, afirmou o pesquisador-chefe James Hansen.
Se as emissões continuarem a crescer no ritmo atual, as temperaturas globais podem se elevar de um a dois graus Celsius, segundo a pesquisa.
Mas se as emissões de dióxido de carbono não aumentarem mais rapidamente do que hoje e os países reduzirem as emissões de poluentes do ar, as temperaturas só subiriam 0,75 grau Celsius, ainda de acordo com o estudo.
A simulação por computador indicou que a alteração na temperatura global ao longo dos últimos 50 anos se deveu principalmente a agentes climáticos inevitáveis ou a perturbações impostas ao equilíbrio de energia da Terra, especialmente os fatores gerados pelo Homem, como as emissões de dióxido de carbono e metano, que retêm a radiação de calor na Terra como cobertores mantêm o calor no corpo.
Hansen pertence ao Instituto para Estudos Espaciais Goddard, da Nasa, localizado na cidade de Nova York.
Outras 19 instituições também colaboraram com a pesquisa, incluindo sete universidades, agências federais, indústrias privadas e outros institutos da agência espacial norte-americana.
As conclusões do trabalho foram divulgadas na publicação Journal of Geophysical Research-Atmospheres.
(Com informações da Reuters)
