27/08/2008 14h41 – Atualizado em 27/08/2008 14h41
A partir do ano que vem quem pretende tirar a Carteira de Habilitação (CNH) deve se preparar bastante para realizar este desafio. Segundo o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), algumas alterações no processo vão tornar o desafio mais complicado. As novas normas aumentam a carga horária e modifica o conteúdo dos cursos para formação dos condutores. Esse foi apenas o primeiro passo para tornar mais rígidas as avaliações teóricas e práticas, o próximo passo será a reformulação das provas, que ficarão bem mais difíceis.
Em entrevista ao site G1, o coordenador de informatização e estatística do Denatran, Eduardo Sanches Faria afirma: ‘Já mudamos o processo de formação, agora estudamos o processo de avaliação. E isso é como no vestibular, quanto mais difícil, melhor será a qualificação do condutor’.
De acordo com Faria, para que o Brasil tenha condutores mais responsáveis, somente a mudança na formação do motorista não garantirá ‘bons motoristas’, daí o rigor nas novas avaliações. ‘É um processo justo para que as pessoas sejam qualificadas de maneira justa’, destaca o coordenador.
Outra alteração que está em apreciação pelos órgãos e entidades ligadas à mobilidade seria a obrigatoriedade de cursos sobre leis de trânsito no currículo dos ensinos Médio e Fundamental.
Segundo o site, algumas entidades já defendem a idéia como a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). Segundo o diretor executivo da associação, Moacyr Alberto Paes, os educadores e professores deveriam ter cursos específicos. ‘A conscientização no trânsito deve começar na escola. Queremos formar uma geração de pessoas conscientes’, salienta Paes.
Três Lagoas
Em Três Lagoas o assunto já está gerando polêmica, segundo Renata Ronize (27) diretora de uma auto-escola da cidade, e a nova medida é polêmica. Para Renata, na teoria aumentar a carga horária e modificar o conteúdo do curso é uma excelente medida, mas na prática pode não funcionar.
De acordo com a diretora, ninguém respeita o limite mínimo de aulas estipuladas que atualmente é de 15, ao valor de R$ 20 para moto e R$ 22 para carro cada aula. Para que essa nova medida seja cumprida, Renata diz que o estado deveria fiscalizar com mais rigidez se realmente estão sendo cumpridas as normas para que o aluno consiga a sua habilitação. A inclusão digital está sendo implantada aos poucos no estado, mas segundo Renata ainda não é a solução, pois o processo também pode ser facilmente burlado pelos alunos, o ideal mesmo seria uma maior fiscalização a respeito do assunto.
Custo
A grande polêmica ficou por conta do possível aumento dos cursos. Os proprietários das auto-escolas ainda não informam qual será o valor real do reajuste, porém, afirmam que tirar a CNH ficará mais caro. Os preços são determinados pelos Departamentos de Trânsito (Detrans) de cada estado e pelos Centros de Formação de Condutores (CFCs).