19/04/2013 10h49 – Atualizado em 19/04/2013 10h49
TRF suspende reintegração de fazenda ocupada por índios em MS
Fazenda em Caarapó foi ocupada apór morte a tiros de índio de 15 anos. Reintegração causaria ‘séria situação de hostilidade’, avaliou TRF.
Da Redação
O Tribunal Regional Federa da 3ª Região (TRF3) suspendeu a ordem de reintegração de posse da Fazenda Santa Helena, em Caarapó. A propriedade foi ocupada desde fevereiro deste ano por índios da comunidade Teyikue, em protesto contra a morte a tiros de um adolescente indígena de 15 anos.
A reintegração de posse havia sido deferida no dia 11 de abril, pela Justiça Federal de Dourados, que, além da saída dos índios, determina a remoção do corpo do jovem indígena, enterrado dentro da área da fazenda. A decisão foi contestada pelo Ministério Público Federal (MPF) e a suspensão da reintegração foi dada pelo presidente do TRF3, desembargador Newton de Luca na quinta-feira (17).
Newton de Luca acatou os argumentos apresentados pelo MPF, de que a reintegração de posse poderia causar “em séria situação de hostilidade aos indígenas – estes em grande número e com espírito de resistência – com chances de colocar em risco a vida e a incolumidade física dos envolvidos”.
MORTE
O proprietário da fazenda confessou ter atirado no jovem indígena, no dia 17 de fevereiro. Em depoimento à polícia, disse que estava sozinho na propriedade quando ouviu latidos dos cachorros perto da área do criadouro de peixes. O suspeito relatou ter visto um movimento no local e, sem ver do que se travava, deu dois tiros com uma carabina calibre 22.
O homem contou ainda que, ao ver que havia atingido o indígena, o colocou na carriola acoplada a sua caminhonete e seguiu sentido ao hospital da cidade. No entanto, no meio do caminho diz ter avistado um grupo de pessoas e, com medo de represálias, largou a vítima na estrada e fugiu.
Após a morte, um grupo de 50 indígenas ocuparam o local e o número de pessoas aumentou desde o dia da ação.
A área faz parte de estudo da Fundação Nacional do Índio (Funai) sendo considerada área de propriedade indígena, o que está sendo contestado pelos proprietários.
(*) Com informações de G1 MS