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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Alto custo de vida força imigrantes a abandonar Três Lagoas

17/02/2014 08h45 – Atualizado em 17/02/2014 08h45

Alguns mudam para Três Lagoas buscando melhorias de vida, mas alto custo de vida inviabiliza sonhos

Muitos que aqui aportaram para trabalhar, agora retornam para suas cidades de origem por causa dos altos preços dos aluguéis, salários baixos e dificuldades no atendimento de saúde, educação, transporte e outros fatores

Léo Lima

Na contramão do crescimento vertiginoso que Três Lagoas vem apresentando nesses quase dez anos de processo de industrialização, alavancando o desenvolvimento socioeconômico do Município, a falta de melhor estrutura para dar suporte às necessidades dos que aqui aportaram no que se refere a moradia (principalmente), saúde, educação, transporte, segurança e outros fatores, está forçando muitas famílias que vieram de fora a retornarem às suas origens.

PROCESSO MIGRATÓRIO

Aliado às premências citadas, um fator determinante concorre para que o processo migratório ocorra. Trata-se do alto custo de vida que os aluguéis caros, preços dos alimentos, vestuário e outros itens, impõem aos que para aqui imigraram.

Tais fatos podem ser constatados em comentários daqueles que realizam a mudança dos que desejam deixar a cidade, os freteiros. Motoristas de caminhão de mudança observam que muitas pessoas que para aqui vieram em busca do eldorado de emprego e renda, ao conviverem com a realidade dos baixos salários, carência de maior estrutura na cidade e principalmente pela exploração imobiliária (aluguéis altos) retornam para suas cidades.

OUTRA REALIDADE

João Paulo Cobaxo é um deles e afirma que “enquanto sobra emprego, falta estrutura e bons salários para atenderem as necessidades das famílias que vem para cá”. Ele afirma que somente este mês fez cerca de dez fretes, transportando mudanças. Lembra que viajou para Dourados, Ponta Porã, Campo Grande, Bataguassu, Panorama, Jales (estas duas últimas, cidades do interior paulista).

“São pessoas que sentiram que a realidade aqui é outra. A mais recente mudança que levei foi para Dourados, na quarta-feira (04) passada. O meu cliente estava há algum tempo em Três Lagoas, abriu uma banca de sorvete italiano nas dependências do supermercado Nova Estrela II, mas acabou fechando o comércio e voltando para sua cidade. Ele morava com a família numa casa no bairro Santos Dumont”, observou João Paulo.

PARTINDO

Na quinta-feira passada, (13), o irmão de João Paulo, Adriano Cobaxo, também freteiro, estava colocando mais uma mudança em seu caminhão baú, cujo contratante, um jovem três-lagoense de 24 anos, por conta de salário melhor, se transferia para a cidade paulista de Ilha Solteira. “Consegui melhor salário na Prefeitura de Ilha, com valor pelo menos de R$ 1.500,00” acima, justifica o três-lagoense Fernando Guimarães. Ele trabalhava na Prefeitura de Três Lagoas.

Fernando residia em uma pequena casa na rua Visconde de Tamandaré, 3201, no bairro Nova Americana. “Aqui eu pagava R$ 400,00; lá [Ilha Solteira] vamos morar em um apartamento bem localizado e o aluguel é de R$ 550,00”, comparou. “Cada cubículo [em Três Lagoas] é uma fortuna [aluguel]”, tornou.

EMPREGOS E SALÁRIOS

Com a preocupação de manter o leitor internauta informado sobre a situação do emprego/desemprego em Três Lagoas e média salarial dos trabalhadores, embasando esta matéria, o Perfil News buscou no site Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) os dados referentes ao perfil do município, no período de janeiro a dezembro de 2013. Para tanto, basta clicar no arquivo abaixo.

Outro link clique no link é uma matéria que trata sobre as ações do Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat) de Três Lagoas, no mês de janeiro deste ano.


Equipe de  mudança preparando para transportar mais uma família que parte da cidade com destino a Ilha Solteira, (SP) onde conseguiu emprego com salário acima dos praticados em Três Lagoas (Foto: Ricardo Ojeda)

O freteiro, João Paulo Cobaxo disse que somente este mês fez cerca de dez fretes, transportando mudanças. Lembra que viajou para Dourados, Ponta Porã, Campo Grande, Bataguassu, Panorama, Jales (estas duas últimas, cidades do interior paulista) (Foto: Ricardo Ojeda)

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