02/03/2015 12h41 – Atualizado em 02/03/2015 12h41
Reajuste no município ultrapassou a média de todo o País
Lucas Gustavo
Nesta segunda-feira (2), entrou em vigor, em todo o Brasil, a revisão tarifária extraordinária (RTE) aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nas contas de luz. Em Três Lagoas e nos demais municípios em que o serviço de iluminação é administrado pela Elektro, o aumento foi de 24,2%, enquanto a média do País atingiu 23,4%.
Em entrevista ao Perfil News, a doméstica Amália Vaz, de 60 anos, se mostrou preocupada com o reajuste. Cautelosa, ela já programou mudanças na rotina de sua casa com o objetivo de reduzir o impacto na tarifa de luz.
‘’Controlarei o tempo de banho dos meus filhos; se for preciso, deixarei o chuveiro apenas na água fria. Além de tudo, usarei moderadamente a máquina de lavar e o ferro de passar, principais vilões da economia’’, revelou Amália.
O aumento na energia trouxe mais complicações à vida financeira da Angelita de Sá Mota, de 31 anos, dona de uma conveniência. A moradora já possui uma dívida com a Elektro que ultrapassa os R$ 1.900,00. Sem condições de quitar o débito, ela pretende fechar as portas de seu comércio.
‘’Há 4 anos sofro com esses reajustes na conta. Tentei parcelar o que devo, mas a Elektro exigiu uma entrada de mil reais, e eu não tenho esse dinheiro. E, agora, ficamos sabendo que a conta subirá novamente. Não existe mais possibilidade de continuar com minha conveniência aberta, infelizmente’’, lamentou Angelita.
Outro morador que avalia a cobrança como abusiva é o eletricista Derli Cândido, de 69 anos. Ele considera o governo federal como o principal responsável pelo agrave.
‘’A economia gira em torno da inflação, por isso, existe a necessidade do aumento. Mas esperamos algo justo, e não o que vivenciamos atualmente. A alta no combustível, nos alimentos e nas passagens não coincide com o salário mínimo. Sendo assim, é praticamente impossível vivermos bem’’, opinou Derli.
