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sábado, 27 de abril de 2024

Fornecedores da UFN3 recebem “banho de água fria” da Petrobrás e podem voltar a fazer manifesto em frente à Fafen

14/01/2015 16h08 – Atualizado em 14/01/2015 16h08

Reunião sem a presença da diretoria nacional da Petrobrás, que frustrou expectativas dos empresários três-lagoenses em receber o que lhes é devido pelo antigo Consórcio, e a “enrolação” da estatal em resolver o problema indignou os fornecedores que se agitam a favor de novo levante

Léo Lima

Os cerca de 60 empresários fornecedores de serviços e equipamentos ao antigo Consórcio UFN3, que construía a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) da Petrobrás em Três Lagoas, estão indignados com a falta de celeridade na solução de seus problemas – recebimento de mais de R$ 12 milhões não pagos ainda – e acenam com a possibilidade de realização de mais um movimento de protesto contra o calote, podendo inclusive ser um manifesto em frente à fábrica, na BR-158, saída para Brasilândia. A exemplo do que já ocorreu em meados de dezembro passado, quando um grupo de empresários bloqueou o tráfego de veículos em frente à Fafen e ainda a entrada e saída do pessoal que trabalha no site.

No final da manhã desta quarta-feira (14), novamente na sede da Associação Comercial e Empresarial de Três Lagoas (ACETL), os fornecedores da UFN3 se reuniram com o presidente Atílio D’Agosto e com a comissão que participou da reunião de ontem (13) com a Petrobrás (onde a expectativa era de que os pagamentos das dívidas começariam a ser agendados, mas a notícia não agradou em nada os empresários. Isto, porque o combinado em evento anterior (reunião presencial da direção nacional da Petrobrás, junto com a Sinopec e Galvão, em Três Lagoas) não foi cumprido – já que a participação do comando da estatal se deu por meio de videoconferência – e não houve avanços nas negociações. Apenas a direção local da Petrobrás, que atua na Fafen, participou do encontro, mas sem poder de decisão.

NEGOCIAÇÕES

“Foram oito reuniões (desde que as negociações tiveram início no ano passado) e até agora nada; sentimo-nos usados pela Petrobrás, ela [estatal do petróleo] usou a gente para não parar o fornecimento [de serviços e equipamentos] para o Consórcio. E como era um ano eleitoral, não interessava para a Petrobrás que paralisássemos o fornecimento e isso poderia implicar no andamento das obras da fábrica. Foi até o momento em que o jurídico da empresa deu aval para que o contrato com o Consórcio fosse desfeito e a partir daí, já não interessava mais a eles”. O desabafo é de um dos empresários-alvo do calote que participou da reunião de hoje e também com a Petrobrás, no site da Fafen.

Segundo essa fonte, a chinesa Sinopec tem interesse em assumir a dívida do Consórcio, mas também assumir as obras que ainda restam a ser concluídas na fábrica de fertilizantes. “A Sinopec tem 35% da sociedade no Consórcio. A Petrobrás alega que já pagou os R$ 3,4 bilhões assumidos para a edificação da fábrica, mas reteve – como é normal nos contratos – 11% do valor. Então, ela [estatal] tem no mínimo R$ 400 milhões presos [retidos por força contratual] e isso dá para pagar tudo que o Consórcio deve”, calcula o empresário.

Ao final, o empresário afirmou que o resultado da reunião com a Petrobrás, ontem, “foi um banho de água fria na questão do recebimento do que eles nos devem”. Conforme ele, no início, as conversações indicavam que a estatal “estava fazendo de tudo para resolver o problema, mas agora a história é outra”.

Ele conclui observando que “a Petrobrás não deveria ter encerrado o contrato com o Consórcio antes das dívidas serem pagas”.

A reportagem do Perfil News entrou em contato com o presidente da Associação Comercial, Atílio D’Agosto, em sua empresa, e a atendente informou que ele retornaria a ligação. No entanto, até o fechamento deste texto (às 16hs) não houve retorno.

Indignados e com dívidas também a serem honradas por conta do calote da UFN3, fornecedores do antigo Consórcio devem voltar a se mobilizarem para protestar contra o descaso da Petrobrás (Foto: Perfil News/Arquivo)

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