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“Grife” criada no presídio de São Gabriel do Oeste encanta pela beleza e qualidade das peças

25/10/2016 15h44

“Grife” criada no presídio de São Gabriel do Oeste encanta pela beleza e qualidade das peças

A iniciativa faz parte de uma parceria entre a Agepen e o Novo Conselho da Comunidade do Município

Assessoria

Novos usuários de 26 municípios das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país poderão fazer parte do programa “De Volta Pra Casa”, que é voltado para reabilitação psicossocial de pessoas acometidas por transtornos mentais e egressos de longas internações psiquiátricas no Sistema Único de Saúde (SUS), com um auxílio financeiro. No Sul, municípios do Rio Grande do Sul e Paraná foram habilitados, na região Sudeste, os Estados de Minas Gerais e São Paulo tiveram municípios incluídos e no Nordeste, a Bahia foi contemplada. Agora, os municípios têm 30 dias, a partir da publicação no Diário Oficial da União (DOU), da Portaria 1.818, no dia 7 de outubro; e da 1.843, no 13 de outubro de 2016, para formalizar adesão junto à Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), do Ministério da Saúde (MS).

A partir dessa habilitação, que beneficia 26 municípios, mais beneficiários poderão usufruir do auxílio-reabilitação psicossocial, principal componente do programa “De Volta pra Casa”, que somado a outros programas do Ministério da Saúde reafirmam o redirecionamento das ações da Saúde Mental. O pagamento mensal do benefício é realizado diretamente ao paciente, por um período de um ano, podendo ser renovado caso a pessoa não esteja ainda em condições de se reintegrar completamente à sociedade. O valor possibilita a circulação dos pacientes em espaços urbanos, reinserindo-os na comunidade e permitindo a construção de novas relações, bem como de novas oportunidades de inclusão social por meio do trabalho e da geração de renda.

Entre linhas, tecidos e agulhas, e máquinas de costura, três reeducandas trabalham no ateliê e dão vida à grife. O colorido e formato das peças dão um toque delicado e feminino a cada criação. São confeccionados puxa-sacos, almofadas com porta carregadores, porta-carregadores, “bate-mãos”, bolsas, toalhinhas de boca, etc. As peças são comercializadas a partir de R$ 10,00 e o preço máximo é R$ 50,00. “O D’Cela aceita encomendas de todo o Estado e, para Campo Grande, não há cobrança de taxa de frete”, informa a juíza.

O dinheiro é revertido para a compra de material, bem como, o pagamento das reeducandas, que recebem ¾ do salário mínimo para ajudar no custeio próprio e de familiares. “A intenção é que, com esse projeto, elas possam ser capacitadas e inseridas no mercado de trabalho formal e ingressar a ele de maneira lícita”, ressalta o diretor do presídio, Albino Lima Júnior, lembrando que a ocupação também garante remição de um dia na pena a cada três trabalhados.

Segundo o diretor, a aquisição dos materiais, moldes e divulgação são de responsabilidade do conselho. Todas as peças produzidas são expostas em eventos do município, como na Festa do Porco no Rolete, Centro de Eventos, em eventos no Fórum etc., ou vendidas no próprio presídio. “Dentro da unidade, as internas são responsáveis pela exposição, venda e recebimento dos produtos vendidos, enquanto que nesses eventos é de responsabilidade do Conselho da Comunidade”, explica Lima.

Para ampliar a divulgação do Ateliê D’Cela, o Conselho da comunidade criou uma página do Facebook, permitindo a exposição do material e incentivando sua venda. Para apreciar os produtos, basta clicar no link www.facebook.com/DCela. Pedidos e encomendas podem ser feitos pelo e-mail [email protected].

Para o diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa Garcia, o Poder Judiciário tem sido grande parceiro do sistema penitenciário em todas as unidades do Estado. “Não só com a competência de seus juízes e juízas na condução das varas de execução das penas, como, também, com iniciativas diversas, a exemplo desta de São Gabriel do Oeste, que mostra o lado humano do cumprimento da pena e prepara pessoas para um futuro longe do crime”, finaliza.

(*) Assessoria de Comunicação da Agepen

A ideia surgiu da necessidade de abrir novas oportunidades de trabalho às reeducandas (Foto: Assessoria)

Três reeducandas trabalham no ateliê e dão vida à grife (Foto: Assessoria)

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