26/09/2002 15h57 – Atualizado em 26/09/2002 15h57
O maior organismo vivo do mundo, a Grande Barreira de Corais da Austrália, pode estar diante de uma nova ameaça grave, com uma doença desconhecida espalhando-se pelo coral multicolorido.
A ecologista Cathie Page, do Instituto Australiano de Ciência Marinha, disse hoje que uma “síndrome branca”, que pode envolver várias doenças, foi detecta em 33 de 48 recifes pesquisados no parque.
A incidência da síndrome, que deixa manchas brancas onde o tecido é morto, aumentou significativamente no ano passado. Com isso, o perigo para o coral aumenta, já que ele é ameaçado por altas temperaturas e marinheiros descuidados.
“Acho que é cedo para dizer que isso é potencialmente devastador porque não vimos nenhuma devastação resultante disso ainda. Mas vimos pequenos pedaços onde há mortalidade”, disse Page. “É algo que vamos continuar monitorando e que esperamos entender. E tomara que não cresça.”
A Grande Barreira de Corais se estende por mais de 345,4 mil km2 pela costa do Estado de Queensland, no leste da Austrália. No verão passado, a temperatura da água do mar bateu recorde na região.
Quando o coral é afetado pela alta temperatura ou quando sua relação de simbiose com certas algas se rompe, ocorre branqueamento em massa, o que freqüentemente leva à morte. No início deste ano, 60% do recife foi afetado.
Cientistas disseram que o retorno do fenômeno climático El Niño, que coincide com o aquecimento das águas do oceano Pacífico, promete causar mais branqueamento no fim do ano e início de 2003.
A “síndrome branca” foi detectada pela primeira vez em 1993, mas não foi considerada digna de acompanhamento até 1999, contou Page. Em 2001 e 2002, pesquisas mostraram que sua prevalência aumentara de sete para 33 das estruturas da barreira, das 48 em que a degradação ambiental é monitorada.
Fonte: Folha Online