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Dólar continua pressionado e sobe 1,90%.

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07/10/2002 11h09 – Atualizado em 07/10/2002 11h09

O dólar comercial reduziu um pouco o ritmo, mas se mantém em alta significativa neste final de manhã. Às 11h48m, a moeda americana era negociada a R$ 3,677 na compra e R$ 3,689 na venda, com alta de 1,90%. A pressão sobre as cotações é exercida principalmente pelas tesourarias bancárias, com o mercado repercutindo o cenário eleitoral e principalmente as alianças para o segundo turno da eleição presidencial.

No mercado paralelo de São Paulo, o dólar é negociado a R$ 3,40 na compra e R$ 3,55 na venda, com alta de 2,89%. No mercado futuro, o dólar para liquidação em novembro está em R$ 3,639, com valorização de 2,65%.

Já o mercado acionário brasileiro é vendedor neste final de manhã, o que mantém a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em queda significativa. Profissionais atribuem o movimento ao mau desempenho dos mercados externos e à alta do dólar, que forçam uma realização de lucros na bolsa paulista. Na semana passada, a bolsa subiu 6,2%.

Às 11h23m, o Índice Bovespa tinha 9.036 pontos, com queda de 2,40%. O volume financeiro era de R$ 45,4 milhões. Telemar PN e Petrobras PN, as duas ações mais negociadas da bolsa, têm queda de 3,07% e 2,33%, respectivamente. Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas são de Tele Leste Celular PN (+5,1%) e Comgás PNA (-4,8%). Já as altas mais significativas são de Ipiranga Petróleo PN (+4%) e Aracruz PNB (+1,4%).

A vitória de Rosinha Garotinho no governo do Rio de Janeiro abriu espaço para a especulação em torno do apoio do candidato derrotado à Presidência Anthony Garotinho. Com a derrota de Benedita da Silva (PT), Garotinho ficaria livre para apoiar o PT no segundo turno. Com essas análises, o mercado já repercute um eventual apoio de Garotinho e também de Ciro Gomes, cuja renúncia chegou a ser cogitada por correligionários importantes, como Leonel Brizola e Roberto Freire, para beneficiar Lula.

Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para liquidação em novembro está em R$ 3,64, com alta de 2,67%. Operadores afirmam que as especulações do mercado já levam em conta o vencimento de uma dívida pública de US$ 3,6 bilhões no próximo dia 17.

Risco – O risco-país brasileiro continua em alta expressiva nesta manhã, influenciado pelas ordens de venda dos títulos da dívida do país. O principal indicador do risco, o EMBI+, medido pelo JP Morgan, atingia por volta das 11h30m 2.041 pontos básicos. Na sexta-feira, alcançou 1.972 pontos.

De acordo com operadores, os papéis brasileiros acompanham o desempenho negativo do mercado externo e também sofrem realização de lucros, já que haviam registrado valorização no acumulado da semana passada.

Os investidores também estão bastante atentos ao vencimento de US$ 3,6 bilhões em dívida pública no dia 17. É um grande vencimento e o Banco Central já fez uma primeira tentativa, frustrada, de renovar parte desse valor. O BC voltou a recusar as propostas de remuneração pedidas pelas instituições financeiras em um leilão de contratos de swap cambial realizado na sexta-feira. Se não conseguir rolar boa parte da dívida vincenda, provavelmente o mercado financeiro irá travar nova batalha contra o BC para pressionar as cotações e obter melhor remuneração no resgate da dívida.

De acordo com os cálculos feitos pelo jornal Valor com base nos números de vencimento da dívida interna indexada ao câmbio fornecidos pela tesouraria de um banco estrangeiro, os vencimentos são de US$ 3,6 bilhões, no dia 17, US$ 1,1 bilhão no dia 23, mais US$ US$ 450 milhões no dia 1º de novembro, mas com liquidação usando a taxa de câmbio média (ptax) do último dia de outubro.

Os números da dívida externa são os fornecidos pelo Banco Central. Do total de vencimentos de juros e principal da dívida externa, foram excluídos o US$ 1,103 bilhão de pagamentos de juros e os US$ 351 milhões de principal da dívida externa do governo central. Esse US$ 1,454 bilhão de dívida do Tesouro Nacional sai direto das reservas internacionais, o caixa em moeda forte do país, e não impacta o mercado de câmbio brasileiro.

Segundo profissionais do mercado, o volume de negócios no mercado à vista de dólar é extremamente reduzido, o que está gerando volatilidade. As operações se desenvolvem melhor no mercado futuro. A avaliação é de que esta e a próxima semana deverão ser igualmente voláteis. O reinício da campanha eleitoral e as novas rodadas de pesquisas deverão dar o tom nos negócios.

Fonte: Valor Online

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