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Jovens brasileiros querem também aprender sexo na escola

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14/10/2002 15h35 – Atualizado em 14/10/2002 15h35

Os jovens brasileiros querem mais campanhas de educação sexual nas escolas, segundo dados da pesquisa “Voz do Adolescente”, organizada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

A pesquisa, divulgada nesta sexta-feira durante a teleconferência “Educação Sexual nas Escolas – Vamos Desvender este Mistério”, promovida pelo Ministério da Educação, ouviu cinco mil jovens de 12 a 17 anos de todo o país.

O universo pesquisado é representativo da opinião dos mais de 21 milhões de adolescentes brasileiros.

Os jovens disseram ver o país como violento, contraditório e injusto, características estendidas ao terreno da sexualidade, uma vez que há exposição aos riscos do sexo sem camisinha e à gravidez precoce e indesejada, com prejuízo para a vida pessoal e escolar deles.

Para os entrevistados na pesquisa, as informações mais esclarecedoras sobre sexo ainda são, em primeiro lugar, vindas da família.

As informações também vêm, de acordo com os jovens, embora em menor escala, da escola, de amigos, da mídia, e, por último, de postos de saúde.

Quando são consideradas as classes sociais é observado que quanto menor a renda, menos os jovens conversam sobre sexualidade, sendo que os interlocutores, entre os adolescentes que admitem ter discutido a própria sexualidade, foram em primeiro lugar os amigos, seguidos dos familiares, namorados e professores.

O estudo demonstra ainda que a gravidez é uma realidade para um sétimo dos jovens de 12 a 17 anos e que muitos deles optaram pela interrupção da gestação utilizando os serviços de clínicas ou profissionais clandestinos.

A consultora Neli Gonçalves de Melo, do Ministério da Educação, afirmou que o tema sexualidade nas escolas é “transversal e delicado”, acrescentando ser fundamental a participação da família e da comunidade, assim como de psicólogos e médicos “que possam transformar os jovens em cidadãos críticos e informados”.

“A escola é um espaço importante para a preparação dos jovens e da sua sexualidade na vida adulta, além de ser um local que eles confiam”, explicou. “Portanto, é o momento de discutir o envolvimento do corpo docente, seja ele da área de ciências, química, matemática e física, na questão da educação sexual dos adolescentes. É um projeto sistemático e contínuo que visa ajudar os jovens na questão da sexualidade”.

Fonte: Agência Brasil

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