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Morte de palestino pode ter sido ato de vingança

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14/10/2002 09h51 – Atualizado em 14/10/2002 09h51

A explosão em uma cabine telefônica que matou um militante palestino perto de Belém levantou suspeitas hoje para a possibilidade de uma vingança. A facção ligada ao presidente Iasser Arafat atribuiu o atentado a Israel.

A morte de Mohammed Abayat, ontem, elevou a tensão e acabou com várias semanas de calma na região de Belém (Cisjordânia), às vésperas de um encontro em Washington entre o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente George W. Bush.

Bush tem interesse em um clima de estabilidade no Oriente Médio, o que facilitaria a busca por apoio dos países árabes a um eventual ataque contra o Iraque. Fontes diplomáticas de Israel disseram que o país recebeu na sexta-feira (11) uma carta com críticas de Washington por suas últimas incursões nos territórios palestinos, nas quais morreram civis.

Uma mancha de sangue no chão em Beit Jala, nos arredores de Belém, marca o local em que o corpo calcinado de Abayat caiu após a explosão na cabine da qual ele fazia uma ligação.

O representante local da facção Fatah, Kamal Ahmed, acusou Israel de ter matado Abayat, que militava nas Brigadas dos Mártires de Al Aqsa, grupo ligado à Fatah e responsável por vários atentados nos últimos dois anos.

Segundo Ahmed, o objetivo da ação seria suspender um acordo que há dois meses permitiu a saída das tropas israelenses de Belém. O governo israelense não comentou a acusação. A colocação de explosivos em telefones é um método bastante usado pelo serviço secreto israelense. Abayat, 25, já teve dois parentes mortos em ações de Israel.

A retirada israelense de Belém é vista como um teste para a desocupação de outras cidades da Cisjordânia. Os palestinos e alguns políticos de Israel acusam Sharon de ordenar o assassinato de militantes para sabotar esse plano.

Vários militantes palestinos foram mortos em retaliação a atentados, o que provoca um ciclo de vinganças que vem frustrando os esforços internacionais pela paz no Oriente Médio.

O chanceler de Israel, Shimon Peres, disse à Rádio do Exército que a situação é calma em Belém, Jericó e Hebron (outras duas cidades palestinas da Cisjordânia). O acordo da retirada, disse ele, “já está se provando (eficaz)”.

Ainda hoje, dois palestinos foram mortos e mais de 30 ficaram feridos em um ataque do Exército israelense contra o campo de refugiados de Rafah, na faixa de Gaza. Israel diz que as incursões têm por objetivo desmantelar uma rede de túneis usada para contrabandear armas do Egito.

Dois palestinos que tentavam invadir a localidade israelense de Yevul, perto da fronteira com o Egito, foram mortos. Dois soldados ficaram feridos.

Pelo menos 1.612 palestinos e 604 israelenses já foram mortos desde o início da intifada (rebelião), em setembro de 2000.

Fonte: Reuters

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