05/11/2002 11h01 – Atualizado em 05/11/2002 11h01
Lauro Gomes Gabriel, 40, o Ceará, suspeito de ter matado no mês passado uma advogada do PCC e mulher de um dos líderes da facção criminosa, foi assassinado com oito tiros ontem no Brás (centro de São Paulo).
Ceará é irmão de Aurinete Carlos Félix da Silva, conhecida como Netinha e mulher de César Augusto Roris da Silva, o Cesinha, que, ao lado de José Márcio Felício, o Geleião, e Marcos Herbas Camacho, o Marcola, formam a liderança máxima do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A polícia investigava a hipótese de Gabriel ter matado, no mês passado, a mando de Netinha, a advogada Ana Maria Olivatto Herbas Camacho, mulher de Marcola, que está preso na Penitenciária de Araraquara.
Presos do PCC afirmaram ontem, por telefone, que Cesinha e Geleião, presos no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, estão jurados de morte e tiveram de pedir seguro de vida. “O Partido [forma como os presos se referem à facção criminosa] agora tem um novo líder e a Netinha está sendo caçada porque estava se misturando com quem não devia”, disse o detento.
Mais mortes
Duas mulheres teriam sido mortas por integrantes do PCC na semana passada, em uma tentativa de chegar a Aurinete, que está desaparecida.
Polícia e Ministério Público investigam a relação entre a morte a tiros de Erenita Galvão Guedes e Andrea Gomes Kalid e o racha na cúpula do PCC entre uma ala radical, favorável a atentados, e uma mais moderada.
Escutas telefônicas teriam flagrado Petronilha Felício, mulher de Geleião, planejando a morte de Aurinete _que estaria trabalhando para evitar os atentados.
A hipótese é que Erenita e Andrea, ligadas a Aurinete, foram mortas na tentativa do grupo rival de localizar Aurinete.
Fonte: Agora São Paulo