21/08/2003 08h04 – Atualizado em 21/08/2003 08h04
“Arrebente cinco ou seis cavalos, mas entregue essa correspondência”. Essa frase que Paulo Bergardo ouviu para que a carta sobre a chegada à região central do Brasil chegasse às mãos de Dom Pedro II marcou a carteira Ana Catarina Cortez de Araújo que decidiu fazer uma pesquisa sobre os Correios em Mato Grosso do Sul. Parte dessa pesquisa será exposta através de fotos a partir do dia 25 de agosto (segunda-feira), na Agência Central da ECT, em comemoração o aniversário de Campo Grande e depois em Corumbá, que ainda está sem data definida.
A carteira comenta que a frase está ligada ao principal profissional da Empresa. “Faça chuva ou faça sol, nossa missão e entregar as correspondências”, conta, informando que mesmo que ela seja rasgada no ato da entrega, o carteiro sente que seu trabalho foi cumprido. “Todo carteiro sabe de muitas histórias sobre aqueles que ficam aguardando uma resposta de quem mora longe”, lembra.
A foto do primeiro “Agente” dos Correios no Estado, Bernardo Franco Baís, que data de 1895, também fará parte da 1ª Mostra Fotográfica Cultural dos Correios em Mato Grosso do Sul. A foto da pedra fundamental da Agência Central da ECT também compõe a exposição que conta ainda com selos e uniformes usados pelos carteiros desde o início da Empresa no Estado.
Ana Catarina começou a pesquisa no início de 2001 e disse que ainda falta muito para conseguir finalizar a história da Empresa no Estado. “São muitos fatos que não há registros, por exemplo, estou procurando quem foi o primeiro carteiro no Estado”, explica, comentando que todos os dias novos fatos surgem e ficam na história da Empresa, como no início do ano, quando um carteiro, João Rocha, assumiu pela primeira vez no País a Diretoria da Empresa. “São poucos que conhecem a informação”, disse, informando que pretende revitalizar o acervo histórico da Empresa que ficou esquecidos.
Coincidências:
O Acervo Histórico dos Correios em Mato Grosso do Sul foi criado por um parente distante da carteira que teve a mesma intenção de Ana Catarina, recuperar a história da ECT no Estado que ficou perdida quase durante dois séculos de existência da Empresa. “Descobri quando pesquisava nos jornais, alguns fatos relacionados aos Correios e pelo sobrenome minha mãe reconheceu seu primo”, conta.
Além das fotos que compõem a exposição, outros equipamentos usados pelos funcionários da Empresa nas últimas décadas, como telefone e um telex estarão no acervo histórico dos Correios, que ficará na Avenida Calógeras, 2.309.
Para o Diretor Regional dos Correios, João Rocha, a ECT continua a ter importância na vida dos moradores mesmo com o advento da Internet. “Hoje a entrega de cartas é apenas um dos serviços dos Correios, não é mais o principal”, explica Rocha que abre a exposição às 14 horas, na próxima segunda-feira.
Fonte: Fabiane Sato