18/10/2003 09h47 – Atualizado em 18/10/2003 09h47
Os latino-americanos são cada vez mais vulneráveis à experiências médicas, porque na região não existe uma legislação rigorosa que os proteja dos testes científicos, segundo a Organização Pan-americana da Saúde (OPS).
“A América Latina, o Caribe, a Ásia e a África são regiões altamente vulneráveis à experiências internacionais e a aplicação de testes destinados a analisar novos produtos farmacêuticos”, denunciou o chileno Fernando Lolas, diretor do Programa Regional de Bioética da OPS.
O cientista, que preside uma reunião internacional sobre pautas éticas em experiências com seres humanos, que começou esta semana em Santiago e é organizada pela OPS, denunciou que os novos estudos farmacêuticos não podem ser aplicados em populações de países industrializados, porque existem leis impedindo esta prática.
“É por isso que são procuradas populações de países periféricos ou em desenvolvimento”, declarou o acadêmico da Universidade do Chile, que afirmou que toda a pesquisa que envolve seres humanos deve respeitar certos princípios fundamentais, entre eles, o respeito aos direitos e à vulnerabilidade das pessoas.
Para a presidente da Federação Latino-americana de Comitês de Ética de Pesquisa (Flaceis), Dafna Feinholz, o grande desafio dos países da América Latina é adequar sua legislação sanitária para evitar que se transgrida a ética em pesquisas com seres humanos. “Existe uma grande necessidade de fomentar a vontade política de apoio à pesquisa e o seu cuidado ético”, disse o especialista do México.
Fonte:Agora MS