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Cesp fecha vertedouros depois da cheia

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23/02/2005 16h56 – Atualizado em 23/02/2005 16h56

Da Redação

A Companhia Energética de São Paulo (CESP) fechou os vertedouros de suas usinas hidrelétricas no rio Paraná no dia 14 deste mês, após análises baseadas em critérios técnicos e na previsão de chuvas para as próximas semanas. O fechamento marcou o término da passagem da primeira onda de cheia de 2005 no rio Paraná. Agora, com os vertedouros fechados, toda a defluência das usinas passa pelas turbinas, caminho prioritário das águas no processo de geração de energia.As ondas de cheia são comuns durante todo o período chuvoso e podem ocorrer várias vezes durante a estação das chuvas. As barragens das usinas do rio Paraná contribuem significativamente para o controle de cheias. Caso não houvessem os reservatórios, a maior vazão do período de cheias 2004/2005 no rio Paraná teria sido de 25.357 m³/s em Rosana, no estado de São Paulo, onde está localizada a Usina Engenheiro Sergio Motta (Porto Primavera), e teria ocorrido no dia 29 de janeiro (ver gráfico). A maior vazão liberada pela usina foi de 17.385 m³/s no dia 30 de janeiro. Os vazios deixados estrategicamente nos reservatórios das bacias dos rios Paraná, Paranaíba, Grande e Tietê, chamados de volume de espera, guardaram parte dessa água e amorteceram em cerca de 30% a cheia que ocorreria naturalmente, sem as barragens.Os níveis de água abaixo da Usina Porto Primavera subiram cerca de 3,5 metros com a vazão de 17.385 m³/s, contrariamente aos 15 metros, como foi noticiado, e significativamente inferior à elevação de 9 metros, registrada na cheia histórica de 1983. A elevação registrada agora inundou as várzeas nas margens do rio e as ilhas, incluindo a prainha do município de Rosana. Caso os reservatórios não tivessem amortecido os efeitos da cheia, o nível do rio naquele ponto teria subido 5 metros, 1,5 metro acima do verificado.A capacidade dos reservatórios para amortecimento de cheias tem limites. Em 1983, a cheia natural atingiu um pico de 32.800 m³/s em Jupiá e os reservatórios foram capazes de amortecer cerca de 15%, liberando 28.160 m³/s. Na época, o rio Paraná subiu cerca de 9 metros.

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