05/10/2005 07h40 – Atualizado em 05/10/2005 07h40
Da Redação
A diretoria técnica da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul S.A.) foi pressionada pelos vereadores a encontrar solução imediata para os problemas existentes na adutora que fornece água para diversos bairros da cidade. De acordo com os vereadores e moradores que compareceram a sessão ordinária na noite de ontem, a água do Palmito não seria própria para o consumo e chegaria às torneiras com alta temperatura. Carlos Nunes Zuque, o “Zucão”, ex-vereador, foi convidado a falar sobre o atual problema e se manifestou de forma irritada, pois, segundo ele, o problema já ocorre há 40 anos. “A água está matando o povo”, desabafou. Em documento apresentado pelo ex-vereador durante a semana, ele cita inúmeras doenças que estariam ocorrendo nos moradores como: perda de cabelo, manchas na pele, dentes cariados, dor de barriga e alta incidência de câncer. A água do Palmito atende os moradores dos bairros, Parque São Carlos, Vila Guanabara, Vila Carioca, Vila São João, Jardim Planalto, Santa Rita, Santa Terezinha e Vila Haro. Ao todo são cerca de 20 mil pessoas, entre elas, sete mil são alunos das escolas dos bairros, que consomem a água. Antes de finalizar o discurso, “Zucão” fez um desafio aos vereadores para que apresentassem projeto de lei reintegrando o sistema de água a prefeitura. “Os senhores vereadores devem ter peito e coragem. Se não tiverem, em arrumo três mil assinaturas e entrou com projeto de lei na Câmara”, finalizou. Nesse momento os inúmeros moradores presentes à sessão se manifestaram ovacionando o ex-vereador.Rita Terezinha de Queiroz Figueiredo, técnica administrativa, representou o diretor-presidente, Antonio Carlos Navarrete, que ficou impossibilitado de participar da sessão, devido acidente de trânsito no início da tarde desta terça-feira, na Capital, disse que não procedia a informação sobre a potabilidade da água e através de documentos apresentados durante a sessão mostrou laudos que comprovavam o contrário. Segundo ela existem na cidade 41 pontos de coleta de água que são analisados, semanalmente e mensalmente e que todos os dados são enviados para a vigilância sanitária do município. Gilson Arima, engenheiro da Sanesul, apresentou laudos que mostravam o problema da água no item temperatura. Ele argumentou que o local onde foi perfurado o poço existe água extraída do aqüífero Guarani e a vazão provoca o aquecimento subterrâneo. Durante toda a sessão, vários vereadores questionaram o problema alegando que os moradores não conseguiam consumir a água, nem mesmo gelada, como frisou o vereador Gilsemar José Ferreira (PPS). Uma solução foi apresentada pelos técnicos para finalizar o problema: a construção de uma nova adutora e que deverá ser misturada com a água do Poço do Palmito. A Sanesul extrai cerca de 900 mil litros por hora e que 20% vêm do Poço do Palmito. Antonio Rialino (PMDB) ao falar sobre o assunto, disse que era líder da prefeita Simone Tebet (PMDB) na Câmara e que havia insatisfação dela no problema vivido pelos moradores e pediu a solução do problema. Rita respondeu que a Sanesul iria fazer o melhor para população, no entanto não deu prazo para o inicio da perfuração do novo poço.